Estávamos amadurecendo a ideia de ir de carro com um grupinho de amigos e foi ai que começou o bate-boca do casal: Eu não vou se antes você não for comigo à Europa!!
-Eu não vou em porra nenhuma de Europa, eu vou com ela para o Peru!
-Epa! Comigo não, com todos nós - Me defendi logo.
A situação continuou, mudou o foco do objetivo e se perdeu pelas roupas sujas...
Ok, por que escrevo isso?
É tão complicado de eu entender o por quê é tão, tão difícil ter amizades masculinas sem que aja ciumes por parte das companheiras.
Eles se fitavam profundamente. E mais um instante e o sonho seria suspenso, cedendo à gravidade que se pediam.
Mas, peraí. Esse sonho também é meu! Cessa à vocês, eu irei (se algo não der errado antes).
Ela com sua infância impossível, o centro da imaturidade e mimo. Que se quebraria somente quando ela fosse uma mulher.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estavam eles, ambos se olhavam, irados.
Todos os problemas ja haviam sidos tocados, todas as possibilidades estudadas. E minha solidão na volta para casa era grande e árida. Cheguei em casa e fui ler para não me lembrar deles.
No fundo, você cria uma expectativa em torno de um projeto e se vê perdendo para os sentimentos mais primitivos do homem. Ciúmes de algo que não existe na minha ideia, nem na dele. Aquele sentimento que "ela" não assume, mas arruma um pretexto para dificultar e ocultar o próprio sentimento de sua imaturidade.
Bem, o mais que podíamos fazer era o que fazíamos: saber que éramos amigos.
O que não basta para encher os dias, nem as ferias futuras.