Estou desde as 03:00 da manha acordada. Me fez mal demais... Fui ao médico porque entrei em choque. Mas, lembro-me das palavras de amigos. Aquilo que ouvira não me consolava.
Hesitei em compreender, olhava surpreendida. Foi aos poucos que compreendi o que se sucedera: eu nem havia dado a marcha-à ré, soltei a porra do carro, e silenciosamente, foi esmagando e que ainda deixara o vivo. Eu não podia mais avançar, tão pouco retroceder. Mas, ainda estava ali, vivo. E olhando para mim. Desviei violentamente meus olhos em repulsa própria. Emergia de um mundo desconhecido ate então. Ainda faltava então o golpe final. Um golpe a mais?
Eu não olhava, mas me repetia que um golpe ainda me era necessário. Eu repetia como que cada repetição tivesse por finalidade dar uma ordem de comando às batidas do meu coração. E eram espaçadas demais como uma dor da qual eu não sentisse o sofrimento.
Ate que - conseguindo me ouvir, enfim conseguindo me comandar - ergui a mão bem alto e como se meu corpo todo, também fosse cair em peso sobre a porta do carro.
Minha mão foi, que se abaixara ao desistir do golpe final, foi aos poucos subindo de novo lentamente ate o estômago: se eu mesma não me movera do lugar, o estômago recuara para dentro do meu corpo.
Como chamar aquilo? Desastre, acidente? Qual nome darei à aquilo? Assassina? Descuidada?
Estava recuando para dentro de mim como uma náusea. Estava caindo em uma lama, umida e viva, era uma lama que se mexia com lentidão insuportável às raízes da minha identidade.
Era isso - era isso entao - É que eu olhava o cachorrinho vivo, se contorcendo e nele descobria a identidade de minha vida mais profunda. Em derrocada difícil, abriam-se dentro de mim passagens duras e estreitas.
Eu não conseguia ficar sozinha com minha agressão. Foi então que desmaiei. Lentamente, ouvira os sons de duas ou três pessoas, falando comigo. Em instantes voltei ao meu realismo sufocante. Vi meu carro com a porta aberta, as luzes ligadas e aquele olhar tão penoso, tão espantado e tão inocente. O que eu via era a vida me olhando. Estou tão constrangida, tão empoeirada sobre as consequências. Que inferno me aguardava?
Através do dificultoso caminho, eu chegara a profunda incisão de retornar ao meu carro. E na minha grande dilatação, eu estava no deserto. Minha entrada nele se fizera enfim.
Não sei o destino dos animais, mas em repulsa a este corpo, minha alma se estende ao desconhecido. E hoje, ainda estou no deserto. Nessa loucura promissora. Só não queria assustar ninguém por ter saído do regulamento.
E que eu, numa experiência pela qual peço perdão a mim mesma. Eu estava saindo do meu mundo e entrando no mundo.
Eu não matei aquele meu cãozinho. Eu me assassinei. E com mal-estar, estou fugindo da vida hoje. Somente hoje. Preciso me recuperar.
Muitos disseram: Era apenas um cachorro!!
Seus vermes!! Não ousam me dizer mais nada!!!
Hesitei em compreender, olhava surpreendida. Foi aos poucos que compreendi o que se sucedera: eu nem havia dado a marcha-à ré, soltei a porra do carro, e silenciosamente, foi esmagando e que ainda deixara o vivo. Eu não podia mais avançar, tão pouco retroceder. Mas, ainda estava ali, vivo. E olhando para mim. Desviei violentamente meus olhos em repulsa própria. Emergia de um mundo desconhecido ate então. Ainda faltava então o golpe final. Um golpe a mais?
Eu não olhava, mas me repetia que um golpe ainda me era necessário. Eu repetia como que cada repetição tivesse por finalidade dar uma ordem de comando às batidas do meu coração. E eram espaçadas demais como uma dor da qual eu não sentisse o sofrimento.
Ate que - conseguindo me ouvir, enfim conseguindo me comandar - ergui a mão bem alto e como se meu corpo todo, também fosse cair em peso sobre a porta do carro.
Minha mão foi, que se abaixara ao desistir do golpe final, foi aos poucos subindo de novo lentamente ate o estômago: se eu mesma não me movera do lugar, o estômago recuara para dentro do meu corpo.
Como chamar aquilo? Desastre, acidente? Qual nome darei à aquilo? Assassina? Descuidada?
Estava recuando para dentro de mim como uma náusea. Estava caindo em uma lama, umida e viva, era uma lama que se mexia com lentidão insuportável às raízes da minha identidade.
Era isso - era isso entao - É que eu olhava o cachorrinho vivo, se contorcendo e nele descobria a identidade de minha vida mais profunda. Em derrocada difícil, abriam-se dentro de mim passagens duras e estreitas.
Eu não conseguia ficar sozinha com minha agressão. Foi então que desmaiei. Lentamente, ouvira os sons de duas ou três pessoas, falando comigo. Em instantes voltei ao meu realismo sufocante. Vi meu carro com a porta aberta, as luzes ligadas e aquele olhar tão penoso, tão espantado e tão inocente. O que eu via era a vida me olhando. Estou tão constrangida, tão empoeirada sobre as consequências. Que inferno me aguardava?
Através do dificultoso caminho, eu chegara a profunda incisão de retornar ao meu carro. E na minha grande dilatação, eu estava no deserto. Minha entrada nele se fizera enfim.
Não sei o destino dos animais, mas em repulsa a este corpo, minha alma se estende ao desconhecido. E hoje, ainda estou no deserto. Nessa loucura promissora. Só não queria assustar ninguém por ter saído do regulamento.
E que eu, numa experiência pela qual peço perdão a mim mesma. Eu estava saindo do meu mundo e entrando no mundo.
Eu não matei aquele meu cãozinho. Eu me assassinei. E com mal-estar, estou fugindo da vida hoje. Somente hoje. Preciso me recuperar.
Muitos disseram: Era apenas um cachorro!!
Seus vermes!! Não ousam me dizer mais nada!!!