segunda-feira, 16 de março de 2009

O Relógio


Estou melancólica porque estou feliz. Não é paradoxo. Depois do ato do amor, não dá uma certa melancolia? A plenitude. Estou com vontade de chorar. Mas, nem posso. Vão pensar que estou passando mal podem chamar o SAMU (serviço de ambulância na cidade).

Há alguns anos, minha capacidade para amar foi pisada demais. Só me restou um fio de desejo. E este se fortificou. Viver importa. Viver apodrecendo, importa muito!

Estou na Prefeitura, tentando pagar o IPTU, olho no relógio do celular, não uso no pulso, o do celular me basta, e pensando, formato as palavras, pois posso expressar meus pensamentos e somente depois formatar as palavras, o que faço agora.

Penso: e se ele (o relógio) não marcar mais as horas, se ele morrer? Não, ele não morre, apenas vai embora de si mesmo. É o relógio o culpado de todas nossas aflições. Por exemplo: eu passei 5 anos sem gripar e fiquei gripada 4 dias seguidos, tive febre e perdi o show, de credencial de palco e tudo, do Iron Maiden (q nem gosto). O culpado foi o relógio do tempo. Tomei remédio, o remédio é relógio. Permite apenas transmissão. O relógio conserva o anonimato. Nesse momento, tumultuado na Prefeitura, o tempo, é relógio. Na verdade, o relógio não tem nome intimo. Ele é perfeito. Alias, Deus não tem nome: conserva o anonimato perfeito. Não há língua que pronuncie o seu nome verdadeiro.
O relógio, o tempo, é burro. E vou dizer uma coisa grave, parece heresia: Deus é burro. Porque ele não entende, ele não pensa, ele é apenas. A verdade que é de uma burrice que executa-se a si mesma. E ele comete muitos erros. E sabe que os comete. Basta olharmos para nós mesmo que somos um erro grave. Basta ver o modo como nos organizamos em sociedade e intrinsecamente, de si para si.
Mas um erro Ele não comete. Ele não morre. Assim, como o relógio não morre.

Vou esperar as expressões de cada relógio humano.

Alguém o reconhece?

sexta-feira, 13 de março de 2009

A justiça Injusta.

Essa justiça dos Homens é uma sacanagem só.

Frequento um abrigo infantil desde 2001 aqui na minha cidade. O abrigo acolhe crianças e adolescentes de 0/18 anos, veja só: Vítimas de Abusos Sexuais.

Acontece que uma das adolescentes que receberam no tal abrigo, têm 12 anos e foi violentada pelo próprio Pai (FDP)!

Acompanhei essa menina várias vezes durante minhas visitas. Levará sempre minhas filhas com idades semelhantes para brincarem. A bebe nasceu, linda, forte e com saúde.

Ontem, fiquei sabendo que o dito VAGABUNDO, o Pai, conseguiu na justiça o direito de ter a filha de volta ao convívio familiar e criar a filha/neta. Há, como assim????

Também não sei explicar. Só sei que estou indignada com a situação!!

O que essa "juíza", ridícula e louca tem na cabeça? Como ela concede um absurdo desse??

Tomara que seja a cagada da vida dela, assim ela coloca o pijama e pára de cometer injustiça.

Isso é inaceitável para mim. O Pai estrupa, a menina é colocada num abrigo por 15 meses e, ao final, volta para casa, com o cara que a violentou????

Algo está errado!

E a Diretora do abrigo só soube me dizer: A juíza mandou ela voltar para o convívio da família!

Estou pasmem!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Manual da experiência


Não existe o manual. O título é falso.

Quem já é Mamãe sabe de cor as mudanças físicas e hormonais da gravidez.
Na teoria sabemos que nada mais será como antes, que não vamos mais dormir, que vamos gastar uma verdadeira fortuna com itens que há nove meses nem sabíamos que existiam...

Tudo bem. Isso tudo, todo mundo já sabe...E nada disso importa quando se decide ter um filho. Mas existem outras transformações, maravilhosas, mais profundas, que alteram a vida para sempre.
Agora que minha filha acabou de nascer, já de volta a cidade que moro, são tantas alegrias, novidades, medos e preocupações práticas que nem estou vendo as mudanças acontecerem. Mas elas acontecem: meus valores, minhas prioridades, minha capacidade de amar, minha paciência. Tudo mudou.

Quando vejo a menina que eu era e a mulher em que me transformei depois da maternidade, é que consigo compreender o tamanho das mudanças que meus filhos trouxeram. Vai muito alem das cinco estrias na bunda, a falta de sono, os olhos tomados por olheiras. E, acredite: é maravilhoso!

Estou de luto. O luto da barriga. Que representa o meu nascimento de mãe e a morte da gestante.

Era tão, tão bom. Um ar de arrogância direcionado aos maus educados predadores das filas de banco que reclamavam por a 'gestante' passar 'a frente. Ahh, que tempo gostoso. Ser paparicada, mimada por todos. Cade?? Quero de volta!

Se o Dr. Moron ler esse texto, vai me expurgar da terra. hhahahaha... Mas, para a miga Ly, garanto, não terei mais filhos. Mas por ela, emprestaria meu ventre e gerava seu tão sonhado filho. Xii, barriga de aluguel? Bem, por ela sim, eu faria.

O que mais muda na vida dos filhos? Com certeza: a mãe.

terça-feira, 3 de março de 2009

A próclise, ênclise ou mesóclise.

Os amigos os tinham prevenido. (Beth Santana)

Os presos tinham-se revoltado. (Jornal 'A Critica)

Muitas infelicidades me haviam perseguido. (Graciliano Ramos)

Ter-lhe-ia sido nociva algumas de minhas prescriçoes. (Gastao Cruls)

Nao devíeis te-los libertado. (Ana Miranda)

A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestigio para isso. (Jorge Amado)

Era como se tivesse ido muito longe ou se escondido atras de uma parede muito grossa. (Raquel de Queiroz)

O general Bagnuoli está plantado na sua colina de espera, depois de haver se recusado a enfrentar Nassau. (Assis Brasil)

A terra devia ter se contorcido, fervendo em lama. (Adonias Filho)

Melhor destino, nem ela propria havia se permitido. (Nelida Piñon)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Voce se encontra aqui? Foi mera coincidência...

Ontem fui fazer exames em Valentina, estava demorando, resolvi assistir um filminho no cinema com a Sarah. Comprei os ingressos e o atendente do cinema estava demorando a devolver o troco. Faltavam cinco minutos para o inicio do filme. Ao ser cobrado, assim me respondeu: " Você esta fazendo questão de cinco centavos ??? R$ 0,05 (centavos).

-Não, senhor. Você que está fazendo questão, dos meus cinco centavos...

Acho inteligente, gente que usa cinto de segurança, gente que desliga o celular no cinema, gente que respeita o espaço alheio. Admiro a mulher que ganha seu próprio dinheiro, admiro homem que não tem preguiça em trabalhar duro, que estaciona o carro, mesmo longe, pra pegar os filhos na escola e, assim, não atrapalha o transito, respeitando a todos. Tenho quase orgasmo por gente que cobra nota fiscal na loja, por gente que pede desculpas no trânsito, por gente que dá bom dia para a natureza, para o vizinho, para o desconhecido. Chego a esboçar leves sorrisos quando vejo alguém ajudando os outros, devolvendo o que não é seu, tratando chefes sem bajulação, apagando o cigarro na presença de crianças.

Minha rejeição não é ao pecado, mas ao pecador. Não sou Deus, tenho a liberdade de ser e fazer o contrário dEle. Ele ama o pecador, não o pecado. Eu sou o inverso. Aceito o pecado, mas detesto o pecador. Detesto quem rouba, quem xinga, quem falta com o respeito. Acho brega, indulgente, gente que mente, acho cafona e subdesenvolvida gente que puxa saco, gente que desvia dinheiro público, gente que recebe pensão alimentícia e se esquiva em trabalhar, gente que maltrata bichos, gente que anda pelo acostamento e gente que fura fila. Falar alto ao telefone num restaurante é tão deseducado quanto arrotar em frente ao Padre, em seu próprio casamento. Receber troco a mais e não dizer nada é o mesmo que soltar um sonoro pum (o famoso peido) num lugar lotado. Pra mim, estacionar em vaga de deficiente no shopping é o mesmo que limpar meleca debaixo da mesa do escritório: espírito de porco.

Sim, porque no fim meus princípios agem mais como receptores do que como transmissores. Sinto atracão por gente simpática, por gente honesta, por gente elegante, por mais humilde que seja. A elegância dos bons costumes. Por isso e por um punhado de outras coisas tenho poucos e valiosos amigos, gente que tem endereço fixo, conta bancária modesta, ficha limpa na polícia, crédito livre no mercadinho da esquina.

Não há nada mais atraente do que gente humilde, gente honesta, gente trabalhadora, gente educada, gente asseada, gente elegante, gente bacana.

Que me perdoem os mentirosos e os espíritos de porco.

Honestidade é fundamental.

Respondendo ao e-mail que recebi, perguntando se eu sou metade do que escrevo.

Não...Sou muito mais...

Tudo é questão de respeito ao próximo e a nós mesmo.

Mas, por favor, só não vale pensar que em algum momento o texto foi pra você!

Bons costumes e elegância, faz um bem danado.

A Luz



Zé, será que é porque a LUZ viaja mais rápido que o SOM,

que certas pessoas parecem BRILHANTES até começarem a falar?

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

As mascaras que teimam em NAO cair

Como sempre estou com paixão...respondo em vermelho. bjs


From: UMA FULANA@hotmail.com
To: julie.rossi@hotmail.com
Subject: blog.
Date: Fri, 31 Aug 2007 03:59:15 +0300

Embora ja tenha ouvido muito falar de você, não te conheço nem suas amizades nem suas ideias.

Oi Fulana, boa noite!

Confesso que fiquei perplexa com a indagaçao. Tambem nao a conheço mas, tenho excelentes referencias de voce e de sua familia. Que alias, tenho grande respeito por osmose à Beth. Se ela admira vc e sua familia, eu tambm admirarei. Pronto e ponto!

Bom ontem terminei de mais uma vez formatar meu computador, então passei de blog em blog favoritando os blogs que gosto de ler. fui parar no seu e encontrei la um texto que me chamou a atenção pelo conteudo e titulo "conflitos e verdades" mas o nome do link é outro "eu e ela e o outro dela", cujo conteudo vai de encontro a um post meu, um não varios. ja que você admite que ele bem direcionado.

Eu fui ate o poeiras ao Vento, reler onde poderia ter algo a seu respeito. E cheguei a varias conclusoes. Primeiro que nao vi em meu texto sequer um adjetivo que voltasse ao seu blog e a voce, em especial. Nao vi nada que pudesse defini-la. Se tudo isso nao passou de uma "puta" coincidencia, o que teria a intrigado? Sem a necessidade de replicas. Que seja um ponto mortal, final!

Sinceramente espero não ter nada haver com meu blog, ja que nem nos conhecemos e a unica pessoa em comum é a beth, que por sinal eu adoro de verdade, e ela sabe disso, pode até não acreditar mas gosto e tenho um enorme carinho por ela.

No caso a Beth, pessoa muitissimo querida, acredito que ela sabe e acredita em seu carinho por ela, senao, nao passaria à mim, sua imagem de mae, guerreira, pessoa muito antenada, descolada, independente, e inteligente. Portanto, se fosse o contrario, eu nao perderia meu tempo te lendo e construindo um afeto por voce. Falo daquele afeto que nutre um possivel encontro.
Mas já adiantando raramente escrevo meu dia a dia o titulo do blog é "..." .

Sobre o tema que citei, sinceramente, nao deveria nem estar dando satisfaçoes, mas se tratando de voce, que considero alguem relevante. Vou explicar. Eu e ela nao é voce e o outro dela, nao seria alguem que voce imaginasse no planos da sua ideia. Pronto e ponto!
O que realmente não aceitamos e somos imparciais "(BLOG DA FULANA)" é mentira e intriga. Eu poderia estar aqui sem nem ao menos ter certeza de que escreveu pra mim, jogando merdas ao vento, te respondendo todas as questões colocadas no seu texto inclusive a parte em que fala de quem ajuda a comprar o pão.
Por que eu estaria escrevendo algo sobre voce? Isso nao é logico! Eu nao consigo mensurar a nao ser atraves de finito. Isso nao é racional. Nao conheço sua historia, para dar acrescimo de minhas opçoes materialistas.

Isso é como incomensurabilidade...Nao levarei nada disso em considEraçao. Nao tenho a pretensao de ultrapassar ninguem à minha propria frente!

Eu nao tenho segredos a nao ser somente, os mortais.

Como voce escreveu:
Se tudo não passou de conscidencia, desconsidere.

Te add no msn mas por favor não aceita, foi pura preguiça de digitar aquele monte de coisa pra abrir o email e te enviar

A FULANA
Por favor, desconsidere tambm, "porque por pura preguiça de digitar aquele monte de coisas para abrir o e-mail do hotmail", eu deixo de ver coisas uteis que me mandam. Quando quiser , se quiser, pode mandar para o e-mail@terra.com.br

Um abraço de uma futura bacana pessoa de se conhecer.
Julie

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Leve indigestão

Quando estava próximo de dar à luz a Valentina, estava numa loja fazendo umas compras para levar a maternidade. Quando entrei na loja vi um casal com um menino de uns 4 anos, gritando, se jogando no chão, gritando o tempo todo. Jurei ao meu marido que nossa filha seria uma criança gentil e respeitosa, assim como os irmãos os são. Bem, sempre que vou a restaurantes recebemos elogios pelo comportamento das crianças de pessoas estranhas que nos perguntam como conseguimos manter-los calmos. Sem estarem correndo por baixo das mesas e, incomodando as pessoas. Acho que ainda sou da moda antiga. Não que eu não tenha deslizes, logo, sou deselegante em algumas situações. Mas vim aqui escrever sobre valores. Aqueles que começam em casa. Como ajudar a carregar as compras do mercado, a guarda-las, a abrir a porta ou segurar ate o outro passar, agradecer com um 'obrigada' sem eu precisar mandar. Mandar um 'por gentileza' quando estiver fora de casa e ate em casa também, com os irmãos. E o que ele diz é muito importante também pois, ele pode ferir os sentimentos das pessoas. Como ele deve se comportar para todas as ocasiões, como comer na casa de um amiguinho, visitar amigos e principalmente quando os adultos estiverem conversando, não devem interromper. Não ensino a palavra magica (como se fosse magica) pedir "licença". Isso soa como se eu fosse parar a conversa com outro adulto e dar-lhe atenção. Lógico que não! A regra é "não interrompa". Logo, darei atenção a você, Et ceteras...
Sábado, fui levar minha filha mais velha e suas amigas para o parque. E no caminho elas falavam sobre meio ambiente. Sempre fui muito de interagir com ela e suas amigas, eu, indagava a todos com um ar sarcástico que tenho. Me senti vencida. Com um prazeroso incomodo. Nem vou me ater aos resultados do que ouvi, pois eles bem mereciam não um texto, vários textos. Mas adianto que deu o óbvio. Sim, eles são individualistas. Sim, eles tendem a uma total negativação do coletivo. Eles acham que se o mundo acabar, não tem problema, porque eles não estarão mais habitando o planeta. Claro, que soava aos meus ouvidos, uma turma mais consciente (a minha filha) mas, diante dos que acham que, se a agua do planeta acabar, vai ser bom porque aí ela pode vender mais caro, com um tom ingênuo.
Eu, juro! Tentei digerir aquela montanha de informações: tia, mas....tia se...tia, olha só...

EU FUI VENCIDA...

Achei que toda educação, consciência, bons modos que tento ensinar, estaria fazendo com que o mundo fosse melhor...

O MUNDO QUE VAMOS DEIXAR PARA OS NOSSOS FILHOS VAI DEPENDER MUITO DOS FILHOS QUE VAMOS DEIXAR PARA O MUNDO.

Entendeu o tamanho da indigestão?

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Amor e desapego. Desejo em 2009

Mas um ano de vida! Ele ta na reta final da corrida.
E o que você fez para mudar? Qual foi o maior desafio? Sem duvidas, foi mudar a si mesmo, algo dentro e fora de você. Mas...E ai? Vai colocar em pratica?

Ninguém muda de imediato. Para nos transformamos precisamos de muita compreensão. Deixar de desejar o que não se tem, na ilusão de ser, ou ter. Parar com essa historia de colocar nos atos externos ou em terceiros a nossa tão falada felicidade. Porque ela esta dentro de nós. Não ficar esperando que os outros resolvam as nossas dificuldades. Chega! Vamos nos assumir.
E falar também no amor e no desapego.
Amar mesmo de forma egoísta, todos os fazem, nem que seja a si mesmo. Porém amar de forma verdadeira, sem egoísmo e posse, demonstra que se aprende.
Amar e desapegar das pessoas que amamos não é fácil. Quando desprendemos do que amamos, chegamos a ter sensação de dor, porque sufocam a ilusão do TER.
Mas, temos que amar, amar a tudo, dando valor, mas sabendo que nos é emprestado. E por quem? Pelo Criador. Já que não somos donos de nada material, não possuímos nada. E temos que usar o que é permitido sem abusar. Dar valor a casa, às roupas que vestem nosso corpo, ao local que trabalhamos, onde dá o sustento para todo esse universo material. Enfim, a todos os objetos que nos são úteis. E que um dia temos que deixar tudo para os outros, e ainda, da melhor forma possível, para usufruir dos empréstimos da melhor maneira possível. Pois ate o corpo, temos que devolver a natureza.
Esse é meu desejo para meus companheiros de viagens por esse mundo virtual. E que muitas vezes, nessas caminhadas, somos levados a distanciar um do outro, mas afetos sinceros não se separam.. Podem estar ausentes, mas não separados. E quando eles seguem sem nós, devemos entender. É o tal DESAPEGO. Sem o sentimento de posse. Estaremos amando-os da mesma forma. Respeitando e ajudando.
Se em tempos fui o que escrevo no momento, foi o meu aprendizado desse ano.

QUE 2009 tenhamos mais humildade, paz, saúde e amigos. Que saibamos enfrentar os obstáculos e supera-los. E que ter amigos é a coisa mais gostosa desse mundo.

Amo vocês, mesmo distante, ausentes. Sonho os sonhos de vocês!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Reflexos recessivos

Ando um tanto dilatada em todos os sentidos. Cansada...Não falo do próprio cansaço físico. Falo do cansaço de gente! Logo eu que amo gente, mas percebo que também amo a mim. E algum tempo tenho me dedicado gratuitamente, em amar gente. Gente boa, boa que finge ser má, má que finge ser boa, boa e má e, ao mesmo tempo, me enchi da própria sombra.
Aquele sol batendo em minha costa, formando apenas uma metade de mim. Não posso fazer nada por você, sombra. Não quero fazer nada por você. Preciso fazer por mim. Pois não estou mais suportando ficar apenas sentada e sendo. é necessário fazer e transcender, isso seria a saída.
É nojento o contato com essa coisa, sem qualidades, nem atributos, é repugnante a coisa viva que o nome é sombra. Não tem gosto, nem cheiro, nem vida. Dependente de mim, dos meus movimentos, um travo. Meu próprio travo. Somente o sol me fizera ver o neutro de mim.
O sol, teimava mostrar-me como sou neutra, contornos estéticos inútil. Onde as pernas me pareciam sumir.
Sempre me vêem como louca. Sempre aceito por caridade os resumos das pessoas ao meu redor. Mas, cansada de sempre ouvir sobre infidelidade, sacanagens, casamento, silicones, dinheiro, ricos, pobres, devassas...Isso me cansou. Por que não poderia falar da minha sombra, da insipidez do meu neutro? Do quanto me vejo ao espelho com meus longos cabelos coloridos de pequenas luzes para clarear meu rosto? Por que não falar da negra sombra que sou?
Ofensa? Falta de assunto? Não, estou tentando perceber minha raiz desconhecida. Em algum momento somos todos iguais, a sombra me fez ser 'negra'. Injusta seria discriminar meus descendentes, injusto são os humanos. Quero ser um bicho, nem que seja nesse momento que escrevo. Somos iguais sim, quando o sol mostrar sua sombra. Seremos iguais. Negros.

E assim ouvi: " bicho, tanto assunto e você teima em falar da tua sombra... Ah, filosofar não é minha praia"...

Mas, quem esta filosofando aqui? Estou falando da própria moralidade, fulano...

Seria simplório pensar que o problema moral em relação aos outros, consiste em agir como se deveria agir, e o problema moral consigo mesmo é conseguir sentir o que se deveria sentir. Sou moral a medida que faço o que devo. De repente essa questão moral me foi esmagadora, como extremamente mesquinha, da parte desse HUMANO.
É por isso que cansei...Com nojo, com desespero, com coragem, eu cedi...

Mudamos então o assunto... Roberto Valério foi preso???

Voltamos a moralidade, amigo fulano...

domingo, 7 de dezembro de 2008

A vida que se tira, ensina alguem.

Já sei que só daí a meses conseguirei recomeçar, enfim, integralmente a minha própria vida. Que, quem sabe, nunca tenha sido própria, senão no momento de nascer, e o resto da vida tenha sido encarnações. Mas, não! Sou uma pessoa. E quando o fantasma de mim mesma me toma - então é um tal encontro de alegria, uma tal festa, que a modo de dizer choro em cada ombro que tenho. Depois enxugo as lágrimas felizes, meu fantasma se incorpora plenamente em mim, e saio como alguma altivez por esse mundo afora.
Talvez quando eu saltar dessa terra provavelmente já terei esse ar de de sofrimento superado pela paz de se ter uma missão. E uso toda minha força para parecer ser frágil. Mas, falhou tudo!

Estava no sitio de um amigo, chegou três senhoras com idade entre 50 e 60 anos. Puxamos conversa e, quase nunca tenha a oportunidade de conversar com pessoas nessa fase de experiências de vida . E meu desejo é de absorver a pessoa toda. Consegui.

Uma delas disse : 'Meu marido se suicidou". - Respondi: Que cretino! Fazer isso com você!

Ele deu um tiro na cabeça faltando 15 minutos para a ceia de natal de 2006.

Uaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu!!!!

A conversa se estendeu. Fiz caras, franzi testa, tentei mostrar-me fragilizada como ela. Essa vontade de eu ser o outro para uma unificação inteira, é um sentimento mais urgente que tenho na vida. Por isso quando digo que não sou eu, sou os outros. Não se torna uma retórica, se torna uma Eu.

Essa senhora teve câncer em dois lugares do corpo, conseguiu superar os dois, e naquele natal, o pós natal, teria o resultado do terceiro.
Ele (o marido), talvez por esse motivo, de não aguentar saber mais uma vez, benigno, maligno...Preferiu atirar sobre suas circunvoluções...

O resultado foi BENIGNO. Amém.
Eu sentada ali, não fiz mais nada. Deixei apenas o mundo ser.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Tears In Heaven

Quando estava trabalhando, transcrevia biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Isso era muito satisfatório. Mas, representa o meu maior perigo de vida, parece a entrada nova do desconhecido.
Sim. Porque de alguma forma, instruía a mudarem seus pensamentos. Conforme os meus pensamentos, sendo que a metade das coisas que eu faria, não posso contar. Acho, por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E daria tudo que é meu, e confiaria o futuro ao futuro.
Tenho uma amiga que diz que sou engraçada. Mas, ela não me vê nas entrelinhas. Não sou engraçada, sou espontânea demais, o que me torna engraçada. Me chamam de perturbada, maluca, doida. Suporto bem.
Não é a toa que entendo os que procuram um caminho. Muitas das vezes, em mim. Prefiro falar, que são meus atalhos, porque hoje, já não ouso falar em caminhos.
Apesar que o atalho que eu seja realmente eu, isso ainda não encontrei. Culpa da culpabilidade de ter nascido assim. Meu caminho não sou eu, é outro, são os outros.
Já que em casa, tenho sempre que pregar o contrario de mim. Porém, meus filhos já me sacaram e me aceitam. Reforçam o coro: Mãe, tu é louca, mas eu te amo!

Puramente, para deixar algo nesse canto. Hoje falo de mim. Sem nenhum acontecimento me provocando, sem nenhuma expectativa, não esperada, vivo hoje.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Reviver o passado é se redescobrir várias vezes

Parabéns à você por ser um lixo!

Te escrevo porque nunca mais quero você na minha frente. E dessa vez falo serio!

Nunca mais quero ouvir sua voz, mesmo que seja se derramando em desculpas. Nunca mais quero ver essa sua cara, nem que seja se debulhando em lágrimas arrependidas. Quero que você suma do meu contato, igual a um vírus no qual já estou imune.

A verdade é que me enchi de você. De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira.

Eu, nessa constante agonia, imaginando o tempo todo como você deve estar. E você numa horas doces, outras me tratando grosseiramente.

Tampouco quero a doçura dos culpados que te entregam. Sempre artificial como aspartame.

Fico pensando como fui capaz de arrastar tudo comigo e, chegar a este ponto.

Vendido e desconfiado. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser.

Não quero mais nada que exista no mundo por sua interferência. Não quero mais rastro de você no meu banheiro.

Assim, chega de brigas, de berros, de chutes nas portas. Chega de climas de choros e daqueles silêncios abismais que você finge.

Para quê, me diz? O que afinal eu ganho com isso?

Já sei, a companhia de uma pessoa volúvel, que estando em outro lugar transforma-se ?

Já sei! O tédio a dois? essa é minha parte no negocio?

Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida.Já que em qualquer outra situação, estarei lucrando. Mas antes faço questão de dizer três coisas:

Primeiro: Você não é tão interessante quanto pensa. Não mesmo. Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo que estamos juntos.

Segunda: Não vou sentir falta do seu corpo. Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei. Possivelmente, essa semana.

Terceira: Fiquei com um certo nojo de você. E quando eu tiver essa criança que esta em meu ventre, e quiser emagrecer, vou voltar a pensar em você por uns dias...

É isso. Espero que isso consiga levantar você do estado deplorável que se encontra, depois de ser mais uma vez desmascarado.

Mentira! Não espero nenhum efeito do que escrevo para você. Porque ai, veria-me torcendo por sua morte. Por remorso.

E como já disse, e repito, para deixar o mais claro possível.

Nunca mais quero saber de você!

Não se expurga um câncer sem matar células inocentes.

Adeus, graças a Deus.

E feliz aniversario junto de seus amigos, faço desejando-lhe, ate por caridade. Não consigo ser injusta.

Carta REVIVIDA NUMA DAS CAIXAS DOS MEUS SEGREDOS...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ontem foi o dia da M E NT I R A

Nao sei d'onde, meu amigo James tirou a ideia que sempre falo de mim aqui nesse canto.
Quando falo de mim, sai das entranhas, fica nitido que eu falei de mim.
Mas nem sempre é de mim que falo, as vezes eu misturo tudo, que serve para mim tambem.
Hoje, especialmente, estou falando de alguem, que nao sou eu, mas serve para MIM e para voce.
Vou falar aqui da MENTIRA, M E N T I R A.

Mente sempre quem nao confia em si, no outro ou no relacionamento.
Existem ocasioes nas quais a averdade é tao agressiva ou mesmo dolorosa que ate se admite uma mentirazinha diplomatica para evitar o sofrimento. No entanto, quando um dos parceiros vive encobrindo a realidade com historias inventadas, é porque tem problemas com a propria identidade e com aceitaçao dela pelo outro. E a porra dessa insegurança é uma ameaça para o relacionamento.
Isso tudo que escrevo, pode ser uma grande bobagem. Para voce, logico! Para mim, é algo que se trincou, ou ameaça trincar-se, naquele ambiente, naquela parceria. Ai falta a confiança em si, confiança no outro, confiança nos processos.
Ouvi que a verdade nem sempre é construtiva e bem vinda. Pois, pode ferir, destruir ou causar sofrimento...Eu ouvi isso! Nao concordo...
O mentiroso crônico nao admite sua verdade como digna, aceitavel, legitima ou merecedora de credito e ao mesmo tempo quer promover no "outro", a aceitaçao, a autorizaçao, o perdao, a permissao.
Uma merda consideravel mesmo, é a mentira que se torna o modo de interaçao preferencial do casal, indica que aquele amor inabalavel, quente, ja se escorreu pelo ralo. Com ela, ninguem ganha, todos perdem.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sentimento elevado da personagem insana

O conhecimento traz apenas a infelicidade, apenas isso. Mas prefiro ser uma desgraçada entendedora que uma mula aventurosa.
Como eu estava dizendo em palavras intimas a própria minha voz. Deus fizera um rio que saía do Éden para regar o jardim do Paraíso. E em um braço desse rio havia ouro. O ouro refulgente. Em sua infinita malícia. "Hip jacet lepus". Poderia aquele reinol ignorante entender latim? Ali se escondia a lebre.
E o Dr. disse: Tolice, o ouro traz benefícios.

-B E N E F Í C I O S ? Pra mim sempre foi uma poderosa força malefica que o ouro cria mais ruínas que fortunas; todos se tornam credores e devedores; a ambição surpassa os demais sentimentos. A merda da ilusão da opolência e do poder destroi a ética. Pelo ouro, os justos cometem injustiças, os sagares tornam-se parvos e os idiotas brilham na retórica.
Quem é entao o culpado?
"Deus".
-o Doutorzinho ficou surpreso...hahahahah...
Nao foi ele quem inventou o ouro? A coragem, o medo, a voracidade, a ambiçao nao sao criações divinas?
"Deus fez a natureza, que é igual para todos os homens. As leis naturais sao compulsórias. Mas as leis humanas sao produto do consentimento e da prática.
O senhor nao axredita que a maior causa das desavenças humanas é a desigualdade de riqueza?
-Sim. Disse o Doutorzinho...

Penso que essa capacidade de julgar é
insana. As enfermidades da alma são terríveis. Por serem secretas. São as tormentas, as fúrias, os fogos, a paixão. Há sentimentos que não se podem controlar, nascidos das partes ínferas da alma, e esses sentimentos vindos de tal lugar tornam caduca a alma.
Podemos amar um retrato? Mas, como podemos esperar sermos amado por ele? Ah, não espero mais esse amor. Fico com a carta de Paulo ...Nao recordo tao bem, mas fala do único e verdadeiro amor...A caridade que sempre está acima da fé...Descobri que não fizestes o que mandei, e o meu amigo que também precisara de mim naquele momento, não recebeu a caridade do amor que u o prometera. Isso me irou.
Pobre os que padecem de amor. Só sei aconselhar aos outros, mas não a mim.
A ambição do homem é maior que todas as riquezas dessa terra.
A primeira etapa conclui-se, a segunda estarei eu em São Paulo. Terra que não me agrada.
E fui indagada: "Não estais contente com o desfeixo positivo da historia?
-Sim e não. Sim porque minha vida e de Valentina foi poupada e corrigida. Não, porque o ruído das pessoas ainda ecoava em meus ouvidos, cheios de paparicos e cuidados. Tudo pelo ouro.
Eles não sabiam o quanto eu me sentira feliz estar sozinha, em silencio...anoitecia...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O veneno da vizinha


Outro dia ouvi: "Deus é profundamente justo"!

Por todos os atos de abuso, que não compreendo, acho que Deus está sendo injusto.

Muitas vezes, o justo e o injusto, de acordo com nossa compreensão, baseia-se no que damos e no que achamos receber em troca.

-Mamãe, Deus é justo para uns e injusto para os outros?

Minha filha. Deus é profundamente justo. Não há desvios nem preferências nas suas leis.

Estávamos conversando sobre um fato triste (pelo menos à nós-família). Temos uma vizinha que envenenou os cães da vizinha que reside em frente sua casa.

O que pude responder a minha filha foi: " O ato de crueldade para com os bichos assim como a crueldade para com o homem, tem uma diferença: A vitima.

Fico pensando, como a maldade esta em diversos graus do ser humano.
Já pensou se o nosso coração se sentisse injustiçado por não ter folga nem descanso? O que seria do homem?

Eu não sei dizer se ela será punida pelas leis de Deus. Mas, se eu pudesse escolher, entre ela viver ou morrer. Mandaria ela ao inferno, se é que existe.

-Filha. Entenda, analise e reflita. Se colocarmos no berço de sua irmã um coelhinho e uma maça, e ela decidir comer o coelhinho e brincar com a maça. Compro o presente que você quiser.

Como assim mãe?
O ato de maldade dessa mulher, apenas foi um ganho pessoal.

Não chore! Ela não esta na evolução... É um microorganismo em corpo de organismo vivo!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ter amigos

Estava ouvindo no carro (é sempre no carro) um CD de Jamie Cullum, cantor inglês que é um gatinho, quando uma musica me chamou atenção. Em tradução livre, o refrão dizia: 'Nestes tempos de prazeres superestimados e de tesouros subestimados, fico feliz que você exista'. Na hora, não pensei num amor, num amante ou no marido: o que me veio à cabeça foram os amigos.
Nestes tempos de valores tão distorcidos e efêmeros, é um conforto saber que podemos contar com os amigos para as coisas grandes e pequenas. é o M, ligando para dizer quais os filmes em cartaz que valem a pena ver. É a L, que volta de ferias e trás de Paris aquele patê que sabe que eu adoro. É o V, que manda e-mail para saber se eu estou bem do ocorrido com meu cachorrinho. É a B que te manda um depôzinho no orkut que anima a sua alma cinza do dia. é o G, que convida para uma noitada regada a vinho e conversa sobre sua viagem a Portugal,China e Rússia. É aquele amigo, o A, que mesmo nunca ter te tocado, consegue chegar a sensível toque de sua alma.
Esses são os amigos que fazem parte da minha vida hoje, mas existe outra categoria: os amigos da adolescência que encontro raramente, pois estes se encontram espalhados pelo Brasil.
Como a minha melhor amiga da escola (colégio Andrews-RJ), que tem uma filha de 10 anos que eu vi no batizado...Da primeira vez que raspamos as pernas e usamos os biquini de cordinha, do primo dela que deu em cima de mim, das tardes que comíamos leite condensado com chocolate escondido..Ahh, existe magia entre amigos que é única: a cumplicidade pra rir das boas e más lembranças. E esse momento, de gargalhadas e olhos umidos, vai se transformar em outras lembranças.
A felicidade de ter amigos, é que eles vivem com a gente no passado e no presente.
Muitos deles, vivem comigo diariamente, sempre que ligo o computador e os vejo passar.
Eu vivo totalmente, eu vivo para os outros. Mesmo que minha vida passe dentro de uma incomunicabilidade de uma cela. Estar vivo é inatingível pela mais pura sensibilidade.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Pisei no impróprio?

Estranho? Por que estranho?

Louca por que? O por quê de ser louca?

Julie, tu pensa demais!!

Eu desci do carro e pisei no coco, na merda literalmente. Era marrom clara, era merda de cachorro, e dos grandes. Fedia muito. Melei toda a sandália de strass.
Me perguntei: e agora? Jogar fora a sandália, ou tentar limpa-la com lenço?

Naqueles segundos que antecederam minha decisão - um murmúrio negro -

Vou experenciar algo considerado pelos 'normais' - LOUCO -

Tirei delicadamente a sandália. Pisei diretamente com meus pés. Usei os dois.
A umidade de um paraíso. Precisei saber exatamente isto: estou sentindo o que estou sentindo, ou estou sentindo o que eu queria sentir?
Estava ali, bem melimetrado para que eu pisasse. Pois a diferença de um milimetro é enorme, é este espaço de um milimetro pode me salvar pela verdade ou de novo me fazer perder tudo o que via. É perigoso -disse meu marido.
O que seria tão perigoso como excretar o que se sente?
O inferno pelo qual eu passara -como te dizer? - é a experiência da merda e da degradação e da alegria pior.
Eu esmaguei aquele estrume com meus dedos, senti a maciez do solido com a agua, nada me doeu-espantei meus ódios e amores. Entendia eu que aquilo que eu experimentara, aquele núcleo de rapacidade infernal, era o que se chama amor. E diante da merda, da bosta, do qual a palavra amor é um objeto empoeirado, fedido?
As flores nascem no esterco e são puras e perfumadas.
Eu não sabia que do sofrimento se ria. E eu chamo de alegria o meu mais profundo sofrimento. E no soluço o Deus veio a mim, o Deus me ocupava toda agora. Eu oferecia o meu inferno a Deus. O primeiro soluço fizera - de meu terrível prazer e de minha festa.
PROVAÇÃO. Agora entendo o que é a provação. Provação significa que a vida esta me provando. Mas provação: significa que eu também estou provando. E provar pode se transformar numa sede cada vez mais saciável.
Espera por mim: vou te tirar do inferno a que eu desci. Ouve, eu não sou TU, mas mim é TU. Só por isso jamais poderei Te sentir direto: porque és mim.

O que ganhamos em recolher o sofrimento dos outros?
Aquilo não me foi um sofrimento. Eu gostei!

É uma loucura de alegria.
Não me julgues louca por isso. Os meus defeitos são meus. Não há razão para você se aborrecer comigo.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Eu matei a vida!

Estou desde as 03:00 da manha acordada. Me fez mal demais... Fui ao médico porque entrei em choque. Mas, lembro-me das palavras de amigos. Aquilo que ouvira não me consolava.
Hesitei em compreender, olhava surpreendida. Foi aos poucos que compreendi o que se sucedera: eu nem havia dado a marcha-à ré, soltei a porra do carro, e silenciosamente, foi esmagando e que ainda deixara o vivo. Eu não podia mais avançar, tão pouco retroceder. Mas, ainda estava ali, vivo. E olhando para mim. Desviei violentamente meus olhos em repulsa própria. Emergia de um mundo desconhecido ate então. Ainda faltava então o golpe final. Um golpe a mais?
Eu não olhava, mas me repetia que um golpe ainda me era necessário. Eu repetia como que cada repetição tivesse por finalidade dar uma ordem de comando às batidas do meu coração. E eram espaçadas demais como uma dor da qual eu não sentisse o sofrimento.
Ate que - conseguindo me ouvir, enfim conseguindo me comandar - ergui a mão bem alto e como se meu corpo todo, também fosse cair em peso sobre a porta do carro.
Minha mão foi, que se abaixara ao desistir do golpe final, foi aos poucos subindo de novo lentamente ate o estômago: se eu mesma não me movera do lugar, o estômago recuara para dentro do meu corpo.
Como chamar aquilo? Desastre, acidente? Qual nome darei à aquilo? Assassina? Descuidada?
Estava recuando para dentro de mim como uma náusea. Estava caindo em uma lama, umida e viva, era uma lama que se mexia com lentidão insuportável às raízes da minha identidade.
Era isso - era isso entao - É que eu olhava o cachorrinho vivo, se contorcendo e nele descobria a identidade de minha vida mais profunda. Em derrocada difícil, abriam-se dentro de mim passagens duras e estreitas.
Eu não conseguia ficar sozinha com minha agressão. Foi então que desmaiei. Lentamente, ouvira os sons de duas ou três pessoas, falando comigo. Em instantes voltei ao meu realismo sufocante. Vi meu carro com a porta aberta, as luzes ligadas e aquele olhar tão penoso, tão espantado e tão inocente. O que eu via era a vida me olhando. Estou tão constrangida, tão empoeirada sobre as consequências. Que inferno me aguardava?
Através do dificultoso caminho, eu chegara a profunda incisão de retornar ao meu carro. E na minha grande dilatação, eu estava no deserto. Minha entrada nele se fizera enfim.
Não sei o destino dos animais, mas em repulsa a este corpo, minha alma se estende ao desconhecido. E hoje, ainda estou no deserto. Nessa loucura promissora. Só não queria assustar ninguém por ter saído do regulamento.
E que eu, numa experiência pela qual peço perdão a mim mesma. Eu estava saindo do meu mundo e entrando no mundo.
Eu não matei aquele meu cãozinho. Eu me assassinei. E com mal-estar, estou fugindo da vida hoje. Somente hoje. Preciso me recuperar.
Muitos disseram: Era apenas um cachorro!!
Seus vermes!! Não ousam me dizer mais nada!!!

sábado, 20 de setembro de 2008

"eu" aspas a esquerda e direita de mim.

Eu uso salto, eu remo, vou a show de rock, trabalho, choro, sinto raiva, xingo no transito (com os vidros fechados), falo muita besteira, tenho tesão e tédio.
Mas vê, meu amor, a verdade não pode ser má. A verdade é o que é - exatamente por ser imutavelmente o que é, ela tem de ser a nossa grande segurança. É meu ato de consumição própria.
Mas, ainda sou aquilo que em mim não é - Sou aquilo que sou com você. Por você, somente por você. E me nego ao próprio neutro sendo aquilo que não sou em mim.
E eis que a mão que eu segurava me abandonou - prazer. Eu é que larguei a mão, pois tenho de ir sozinha.
Piedade: é ser filho de alguém ou de alguma coisa. Nos comemos em riso de dor - e livres.
Ah, meu desejo seria o de interromper tudo isto e inserir neste difícil relato, por pura diversão e repouso.
Uma historia ótima que ouvi outro dia sobre o motivo que um casal se separou. Ah, conheço tantas historias interessantes. E também poderia para descansar, falar de tragédia.Conheço tragédias.
Assim como, conheço historias de amor vividas, intrínsecas e transgressa.