Eu tenho vários defeitos, mas tenho um que me prejudica, a grande impaciência para certas coisas. Quando estou no outro blog, falar de problemas sociais me ativa a ira porque eu os vivo intensamente.Quando criança me afligia cenas de ter mais que meus colegas. Eu fazia as perguntas, mas não obtia as respostas, eram somente: Porque é assim...Aquela casa branca e bonita, jardim impecável, do outro lado da rua, uma casa de madeira, meia torta para o lado, a cor verde desbotada, em algumas partes a madeira crua deletando o seu estado natural. Tinha um valo longiguo onde corria as águas sujas amareladas. Era assim no Brasil dos anos 80. Não lembro dos lixos aproveitando a agua da tempestade para encontrar o rio, não tinha pet a céu aberto. As garrafas eram de vidro e já existia a coleta para reciclagem. Elas valiam dinheiro. Meu avô tinha muitas garrafas guardadas, era um cartel na época. Meus amigos eram de todas as classes sociais e todos se entendiam sem segregação. Nossas roupas eu nem as notava se eram de grifes, realmente não lembro do fato de comparar marcas e quem tinha o quê. Eu senti menos preconceitos na infância que hoje na vida adulta.
Meus amigos hoje me rotulam de "doida", "maluca" só porque tenho a coragem de NÃO ser IGUAL, não seguir a linha ALHEIA. Estes mesmos amigos SUPER SENSATOS, ditos NORMAIS, decidiram seguir o caminho das gentes MAQUIADAS com cara de nada. Sem expressão alguma. Se dou um bom e sonoro bom dia a todos no salão do hotel, no café da manha: Sou doida. Se abraço alguém que nunca vi, sou doida.
Se faço um vídeo para colocar no You tube onde reclamo da sensata politica, mesmo o amigo concordando com minhas baboseira, ele mostra o vídeo e compactua com outro amigo, a condição de me rotular "doida", por ter a CORAGEM de expressar minha opinião.
Se convido um amigo para viajar e esse mesmo me avisa da sua "DURISSE" e me comprometo a banca-lo sem ter de me devolver o dinheiro. Já pensam logo que estou querendo "dar" pro cara. Ninguém valoriza mais a importância da presença e carinho de uma amizade. O fodha é a luta que sou obrigada a travar para obter o que simplesmente considero normal.
Nem tudo que escrevo vai resultar em uma realização, mas torna-se uma tentativa intima de colocar pra fora esses pensamentos que me entristece e enaltece ao mesmo tempo, porque sei que eu to crescendo espiritualmente e dessa forma, deixando de querer que esse sentimento seja obrigatório em mim, no final, quem perde o sentido da vida, são os SUPER SENSATOS.
Quem não tem, não dá. O amor do século XXI é uma canção sem palavra. Ando muito deprimida, o que é comum. Porque minha juventude dos 15 anos falhou em tentar desatar o nó da ditadura e conseguir fazer um país melhor, principalmente no quesito sentimento ao próximo. Hoje é cada um competindo com o elo de sangue mais próximo. É o nosso mundo, o mundo que acolhe a Julie. Mas eu peço que deixe eu manter uma sintonia dolorosa daqueles que percebem algum mundo, não apenas este.
Se um conhecido esta doente e, descubro seu telefone e ligo para oferecer por alguns segundos ou minutos uma palavra de conforto, carinho...To afim de dar pro cara, to afim do cara. O respeito pela minha condição de casada vai por agua abaixo, não se leva mais em consideração o respeito.
Tenho pena dessa gente que se sente imortal, sem ao menos saber que seus prazeres mais ingenuos e mais animais também morrem. Queria muito que todos os humanos redescobrissem a sensação que estão sob, a descobrir a terra.
Poha, se eu fizer o sacrifício de viver apenas minha vida e esquece-los? Ninguém acreditaria no mal secreto que rói casa tão tranquila.
Faço apenas um pedido. PAREM de usar o nome do AMOR em vão. Seja na falsa mascara do próprio amor, seja na figura crocri da amizade, seja no fingir do orgasmo e ate mesmo da verdade mentida.