quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sou a ovelha rosa da família



-Um exército, é o que ele é, de desejos, apetites, vontades!
É um mar de caprichos e reivindicações e aspirações;
De fato é tudo o que arfa em meu peito.
E me faz ser o que sou e viver como vivo.
Não quero o que eu vivo, me vem como vivo.
Quero ter as coisas simples e naturais de um humano nascido vivo.
Não quero a riqueza, nem o poder.
Quero poder...
Tudo que minha alma livre do homem pode.
Não tenho medo do exército. Tenho coragem de um exército.
As experiências que me deste na infância
resultaram de decisões tomadas quanto
a ser um tipo específico de pessoa.
Enquanto criança, enquanto que vivera sua infidelidade,
enquanto eu criança
vivera nessa família agressiva,
vivendo situações traumáticas,
Assumi um comportamento bondoso, agradável,
muitas vezes 'animado'.
Sublimando na verdade o que sentia como única forma de ser amada.
Não quero seu amor, nem sua atenção. Quero te tomar o exército que você nunca teve.
Vou viver no rústico,
Este é meu lugar,
é nele que eu existo.
Vou sonhar os sonhos dos infelizes,
Me são puros e frios
Como nascer e morrer é frio.

Julie

terça-feira, 28 de julho de 2009

Desamparo, desespero, desistência...

Ontem assisti um programa de tv que mostrava uma moça que se submeteu a cirurgia de redução de estômago em 2005 e, até hoje está em seu leito, esperando a vida voltar.

...Esse trecho é dedicado à ela...


A vida é uma linda e suave ilusão...
Viva intensamente e plenamente...
O resto simplesmente acontece...

segundo a segundo,

a eternidade do tempo e do infinito...
Por eu mesma...neutro...


segunda-feira, 27 de julho de 2009

"AS REGRAS PARA SER HUMANO"

Você receberá um corpo.
Você fará um aprendizado.
Não existem erros, apenas lições.
Uma lição será repetida até que seja aprendida.
O aprendizado nunca termina.
"Lá" não é melhor do que "aqui".
Os outros são meramente seus espelhos.
O que você faz de sua vida é escolha sua.
Suas respostas estão dentro de você.
Você se esquecerá de tudo isto.
Você poderá se lembrar quando quiser.
(Anônimo)

Extraído do livro "Canja de Galinha Para a Alma" (Jack Canfield e Mark Victor Hansen)

Enfim, deixei meu comentário no final do texto, só pra dizer que não concordo com o Livre Arbítrio...Minha vida não são escolhas...Eu não escolhi uma infinita desordem que me acometem, eu luto contra, mas não aceito as 'escolhas' que dizem que nós as escolhemos....Esse livre arbítrio não existe...Não para mim.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Os predadores

Há tantos homens imorais nesta cidade atualmente... Tantos sujeitos mal-intencionados, loucos para desonrar ate mesmo as mulheres casadas.

Mal cheguei e, fui ate a farmácia do bairro. Estava no carro, meus rebentos e minha sobrinha. Iamos para a chácara ver meus babycão, to morrendo de saudade,
Quando, vi aquele carro preto, Tuckson, me acenando com o farol...Eu pensei: Eu não fiz nada de errado...e aquele carro tentando encostar no meu, e acenando...
Parei na farmacia e fui para a faixa aguardar para atravessar. Foi quando esse dito carro, se aproximou, freiou bem proximo a mim, me dando susto, chamando atençao de todos que passavam e disse: Voce é maravilhosa!!
Fdp...O cara estava me vendo da cintura pra cima, com óculos, o que de tão maravilhoso se vê?
E disse assim: Voce pode me dar seu telefone? Eu sou o Bahiano, o Rei Bahiano (rede de lojas de artigos diversos em Manaus), meu telefone é 8117-9550 ...
Eu, parada, atonica com o susto, falei: Posso sim: anote por favor, 8116 57...É do meu marido.
Pronto é só isso.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Esvaziamento

É...já estou próximo dos meus 33 anos...

Ganhei muitos elogios...Mas não eram eles que eu precisava, enfim...

Vou tentar colocar em frases um paragrafo de Einstein: Só há duas coisas infinitas: O universo e a estupidez humana, mais não estou muito seguro da primeira. Da segunda pode-se observar como nos destruímos só para demonstrar quem pode mais.

Todas as noites tenho pena da minha vizinha estéril, da que apanha do marido, do marido que é enganado pela mulher e o paciente do marido, da minha mãe, do meu ex-marido...

Não sou uma idealista disto tenho certeza. Para o idealista, objetos só existem enquanto estão sendo percebidos. Quando um objeto não está sendo projetado em minha mente, ele não existe mais.
Um dos maiores idealistas George (ñ lembro o sobrenome) declarou: esse est percipi: "existir é ser percebido". Portanto, quando saio de um aposento de casa, ele deixa de existir; quando fecho os olhos, o mundo desaparece; quando pisco, o que está diante de mim não está mais presente - contanto e confesso, é claro, que ninguém mais esteja percebendo essas coisas nesse momento.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Viajando

...Vulcão Tungurahua.

Sempre em País com pouca receptividade, acabo ficando estranha...Meus sentimentos são como outro qualquer. Mas, aquele rosto realmente me atormentou...O olhar era profundamente misterioso e me varria a alma.
Espero que esse post seja lido apenas por pessoa de alma formada. Posso ser (isso não me importo) adultera em pensamentos. Não pelo desejo da carne, mas, pelo desejo da inveja...Queria estar naquele lugar em sua companhia. Queria ficar lá por toda a minha vida.
Subir montanhas sempre me atormentou, uns dizem que são as altitudes que me transformam, eu digo que sou eu mesma em mutação continua de mim.
Sempre depois de exames complexos que passo uma vez por ano, me proponho a um desafio próprio, o maior aprofundamento possível de mim, mudo.
Queria muito que isso fosse lido por ele, só ele entenderá bem devagar que meu sentimento, nada tira de ninguém. A mim, por exemplo, usando mascara para não ofender a ninguém, foi dando pouco a pouco uma alegria difícil. O frio me fazia penetrar nas frestas de onde o vento sai. Essa foi uma ligação mais cega e direta com o mundo. Alem do mais, a psicologia nunca me interessou, o olhar psicológico sempre me impacienta. E delata essa minha pressa em viver, para que sobre tempo de ... viver fatos de alegria difícil.
Tive muito cedo, momentos de alegrias e dores e de certa forma, naquele momento la no alto a mais de 5mil metros, tive a liberdade de buscar minha tragédia. A tragédia seria a aventura maior, que nunca se realizara em mim, sendo o meu destino pessoal a única coisa que eu conhecia ali. E era o que eu queria. Uma tragédia!
Em torno de mim espalhava a tranquilidade que vem de se chegar a um grau de realização, que era o desejo de ficar para sempre ali, com ele, na pobreza e na realização única de mim.
Meus pensamentos me confundem, dizem que eu não existo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Compartilhando com Adão

Oi Julie, definitivamente vocês são diferenciados: quando não fazem acontecer... acontece com vocês. Imaginamos a dificuldade do momento que estão passando. Mas, é fundamental ter força para continuar. É muito sensato encarar as adversidades da vida como aprendizado. Estaremos aqui torcendo por vocês... que a bb se recupere logo... e que a vida de vocês (inclusive financeira) volte logo a normalidade. bjs. Panta, Lilika, Tainah e Maíra. PS. Ahhh ía esquecendo de contar... ontem aconteceu mais uma fase do processo de formatura da Tainah (a cerimônia será no dia 27.07)... foi o primeiro desfile de moda totalmente organizado por ela. Com certeza vocês contribuíram para que ela chegasse até aqui. Vocês a ensinaram encarar de frente os desafios e/ou medos.

Recebi no meu orkut essa mensagem. E achei justo compartilhar com vocês. Primeiro porque algo vindo de um grande amigo e ex-superintendente do BB é um luxo. Não pelo posto que exercia, mas pela simplicidade em encarar as adversidades que tinha na sua vida diária, e entender com altruísmo e perserverança nossa luta de todos os dias.
Eu estou feliz diariamente, nao sou feliz diariamente, todos os momentos. Mas estou feliz, porque é um estado do momento.
A vida mesmo com barreiras não me impede de ser eu mesma. As minhas ruguinhas já fazem parte de um novo rosto. Novo? Sim...Esperei por 33 anos elas me realçarem e mostrar que cheguei aqui, amadureci espiritualmente e, aquela mimadinha, maluquinha dos tempos de colégio militar, colégio santa clara, Andrews e Marista...Continua a mesma, só não sempre a mesma. É um estado de contato. E as vezes, eu não quero os acréscimos dos acontecimentos, porque ele brota um vazio e insegurança. Certamente Daozin sabe e sente o que quero dizer.
Mas hoje, é dia de sorrir mais que ontem e melhor que amanha...É HOJE!
Estou acreditando que o "mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes"...Acho que a frase é de Renato Russo...Espero não estar transcendendo as coisas novamente. Só esperando que a promessa e a esperança se cumpram novamente.
Tudo o que me caracteriza é apenas o modo como sou mais facilmente visível aos outros e como termino sendo superficialmente reconhecível por mim. Assim, quero de mim mesma encontrar em mim a mulher de todas as mulheres. Mas, apenas em imanência, porque só alguns atingem o ponto de, em nós, se reconhecerem. E então, pela simples presença da existência deles, revelarem a minha. Foi o grande aprendizado dessa mensagem...em mim...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Eu e minha geladeira


Ah, se eu pudesse algum dia ouvir: 'O pensador livre', de Strauss, eu seria recompensada dessa minha solidão. Dizem que no 2º Ato, é esplendoroso...

Ai está o problema: Não posso saber se essa sociedade se destruirá completamente ou acontecerá uma interrupção brusca e depois a retomada normal da terra. Dizem que o Sol diminuirá seus efeitos sobre a Terra e provocará o inicio de um novo período glacial que poderá durar dez mil anos.
Isso acontece nos grandes terremotos, tsunamis e tal...

Ai, Pai, dez mil anos é muito e assusta. Eis o que ocorre quando alguém escolhe viver a superficial luz do dia.

O que me faz, estar abrindo a minha geladeira e lembrar de uma pessoa que esta em outro Estado, que nunca vi, apenas estamos ligados por meio virtual e dela me compadecer toda, chorar...
Que estou eu a dizer? Estou dizendo amor. E à beira do amor estamos todos nós...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

TO COBRANDO O QUE É MEU!

Venho hoje aqui só pedir QUEM por ventura lembrar que me deve, favor enviar essa grana à essa conta:

CAIXA ECONOMICA
AG:0780
OP 13
C.C : 65196-0

ADÃO BORGES


Vou lista alguns nomes que sei que vem me espia aqui e, pedir para não ficar chateado comigo por eu cobrar assim. Na verdade, é que cansei de cobrar verbalmente, você nunca me paga!
Alias, nem faço questão para mim, mas como o motivo é nobre, não tive muito escolha.

Depositando nessa conta, você estará ajudando uma criança a vencer uma terrível doença que não escolhe cor, raça, religião. Provavelmente já atingiu alguém que você conhece e, poderá atingi-lo no futuro.
Não sou e não estou moralista. Apenas pedindo o que 'era' meu e agora preciso que seja dele.
Meu muito obrigada se você realmente pensar que no futuro eu poderei estar aqui, também, pedindo em seu auxilio.

Fernandos, Fernandas, Millans, Souzas, Lucianos, Martins, Patricias et ceteras.

Beijos

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ético x Aético

Acostumamo-nos a um profundo nível de ilegalidade em nossas vidas e arredores. Olhe em torno de si e tente identificar o que é legal. A minha casa não tem o habite-se. O restaurante onde você almoça talvez não tenha licença sanitária e não dê nota fiscal. Será que o peixe que você comeu foi capturado de forma legal? O funcionário da mercearia que você freqüenta tem carteira assinada? Recebe um extra por fora? A casa do vizinho, ele confessa abertamente que rouba, tv a cabo, luz e não paga os vigilantes.

Se formos ao interior do Amazonas, a situação é ainda mais complicada. Desde as prefeituras com dívidas frente ao INSS até os mercados e lojas sem CNPJ e cidadãos sem certidão de nascimento ou CPF. Os aeroportos e portos em muitos casos não atendem às normas nacionais. Vive-se uma situação de fantasmagórica inexistência. Há dois motivos principais para esta situação: 1) leis que foram escritas muitas vezes em gabinetes em Brasília de forma incompatível com a realidade e 2) a aceitação por parte de amazonenses de ilegalidades como práticas normais, mesmo quando as leis são adequadas. Carros sem placas, empregas, arrumadeiras, diaristas, nenhuma delas quer ter carteira assinada para não pagar imposto. E ai? Se não for, não tem esse tipo de serviço. Sem contar que ô povo pra ser preguiçoso!

O que não se pode permitir é que leis tornem povos inteiros criminosos, simplesmente para aplacar consciências culpadas de outrem.

Agora o Governo quer mudar a nomeclatura de "Hotel de Selva", para "Hotel de Floresta"...Por que?

Primeiro porque vai se gastar muito dinheiro dos contribuintes...vero!


Segundo, não querem limitar apenas aos clientes que procuram a selva de forma “selvagem”, mas também recebendo os clientes que procuram a natureza em si sem procurar a parte “selvagem”.

TU JURA??

Vivo numa faca de dois cumes. Ser ético te promove a chatice, ser desonesto te promove a culpa. E sua culpa, onde está??

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Por / Osvaldo Montenegro


Hoje morreu Peter Pan
Não se sabe do que foi
Vitiligo ou pressa vã
De voltar ao que já foi
Tinha voz de uma criança
Com o sexo de um senhor
Era Deus dançando a dança
De um diabo sedutor
Dizem que não tinha cor
Transparente como a luz
Só queria ser sem dor
Como um Cristo sem a cruz
Peter Pan morreu de moço
Que de velho morre o Gancho
Um jantar antes do almoço
Fez o quadro e eu não desmancho
Tanta gente quer crescer
Mas a fome diz que não
Peter Pan quis inverter
Como sabem, foi em vão
Pinga a chuva arroxeada
De outro príncipe Xamã
Uma antena angustiada
Busca a antena quase irmã
Peter Pan tava famoso
Fez o mundo de quintal
Era triste, desgostoso
Como um Buda no Natal
Era solto e deslocado
Como o barco sem a vela
Coração enclausurado
Era casa sem janela
Se era rei ou se era triste
Eu não sei, sabe ninguém
Ninguém sabe o que existe
Entre o mal, o nada e o bem
Se gostava de criança
E criança é o que ele era
Inventou uma mudança
E mudança a vida gera
Ninguém sabe e todo mundo
Diz que sabe o que não sabe
Diz que o raso é que é profundo
Diz que guarda o que não cabe
Peter Pan morreu de dia
Libertado de um açoite
Que ele mesmo (quem diria)
Punha no seu ombro à noite
Tão humanos são os loucos
Tão divinos os normais
Tão agudos são os roucos
Tão sensíveis os mentais
Só nos resta a madrugada
Com promessas de manhã
Pois a ele resta nada
Acabou-se o Peter Pan
Fica só um jeito torto
Que encantava a todos nós
Michael Jackson ta morto
Está viva a sua voz
Na criança da favela
Que hoje pensa que amanhã
Vai ser nau de caravela
Como foi o Peter Pan
Alguns dizem que era virgem
Outros que era marciano
Que sofria de vertigem
Cá pra nos, ele era humano

http://bloglog.globo.com/oswaldomontenegro

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Achei minha descrição

"A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem." (Arthur Schopenhauer)

Em resposta ao 'amigo' FERNANDO, que me chamou de lady doida vira-lata, ou como sempre, Orfanato dos gatos da Julie...

domingo, 28 de junho de 2009

Eu não quis dizer, foi segredo

Um dia desses tive um ódio muito forte, coisa que eu nunca me permiti: era mais uma necessidade de ódio. Me dirigi ao jardim de casa e fiquei olhando alguns bichos: formigas, pássaros, minha cadela e ate mesmo uma lacraia apareceu.
Oras, logo eu que sou resignada a amar, perdoar. Precisei ao menos tocar o ódio de que é feito meu perdão.
Queria sentir em cheiro meu próprio ódio, mas...Existe cheiro no ódio? Existe ódio e cheiro?
E o ritmo de vida é o mesmo, os dias são diferentes, as cores e céus diferentes. Ainda bem, não sou normal nem igual.
De que serve essa explicação, afinal?
Como quem quer, como quem não quer, aceita, recusa, mas aceita. Justificando também, que há a 'hora do lixo', e que este, é um mundo cão.

A dor é desigual e, realmente fica um instante suspensa, tão doces são as cores, tão sem selvageria, tão belo é o lugar com mar, arvores, montanha.
Há coisas bonitas em excesso, eu parece que não tenho tempo ou força, o fato é que eu ficaria calma com uma. Calma no Timburaso (2 maior vulcão ativo no Ecuador)...Minha proxima conquista.



sexta-feira, 19 de junho de 2009

Encarnação involuntária

Estou indo (se algo não der errado antes) para fazer a trilha dos Incas durante sete dias, caminhando, subindo e descendo. Isso é o o que me deixa feliz, e a sensação do antes me deixa também.
Estávamos amadurecendo a ideia de ir de carro com um grupinho de amigos e foi ai que começou o bate-boca do casal: Eu não vou se antes você não for comigo à Europa!!

-Eu não vou em porra nenhuma de Europa, eu vou com ela para o Peru!

-Epa! Comigo não, com todos nós - Me defendi logo.

A situação continuou, mudou o foco do objetivo e se perdeu pelas roupas sujas...

Ok, por que escrevo isso?

É tão complicado de eu entender o por quê é tão, tão difícil ter amizades masculinas sem que aja ciumes por parte das companheiras.

Eles se fitavam profundamente. E mais um instante e o sonho seria suspenso, cedendo à gravidade que se pediam.
Mas, peraí. Esse sonho também é meu! Cessa à vocês, eu irei (se algo não der errado antes).

Ela com sua infância impossível, o centro da imaturidade e mimo. Que se quebraria somente quando ela fosse uma mulher.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estavam eles, ambos se olhavam, irados.

Todos os problemas ja haviam sidos tocados, todas as possibilidades estudadas. E minha solidão na volta para casa era grande e árida. Cheguei em casa e fui ler para não me lembrar deles.

No fundo, você cria uma expectativa em torno de um projeto e se vê perdendo para os sentimentos mais primitivos do homem. Ciúmes de algo que não existe na minha ideia, nem na dele. Aquele sentimento que "ela" não assume, mas arruma um pretexto para dificultar e ocultar o próprio sentimento de sua imaturidade.

Bem, o mais que podíamos fazer era o que fazíamos: saber que éramos amigos.
O que não basta para encher os dias, nem as ferias futuras.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Você meio doida?


Acho engraçado as pessoas que dizem: Julie, você é louca! Algumas, como minha filha primogénita, eu acato e silencio por se tratar de uma adolescente. Os demais "não podem negar desconhecimento da lei".
Sou espontânea e alegre. Incomodo alguns que somente vive, não existe- Plutarco. O defeito não foi meu, foi de quem me entregava livros para ler e me instruir, lamentável pois, odeio ascender a inveja em outrem.
Estava lendo a Barsa, procurando um tema para meu filho e fiquei lendo a história de Dale Carnegie, o decano papa da auto-ajuda: "Qualquer louco pode criticar, condenar e reclamar, e a maioria dos loucos o faz." A pergunta é: Compensa fazer isso? Provavelmente não!
Porém, ate para criticar, condenar e reclamar, deve-se ser comedido e sábio. Vou deixar umas dicas:

Critica: Tem de ser construtiva, focalizar o comportamento e não a pessoa; deve ser feita em particular, com palavras suaves e respeito à sensibilidade do outro, verdadeira e bem- intencionada.

Condenação: Deve enfocar o comportamento não ético da pessoa, dar oportunidade de defesa, oferecer saída para a pessoa redimir-se.

Reclamar: Sobre os tópicos certos, quando houver realmente um motivo, com a pessoa certa e com o tom certo, feitas com suavidades e sem culpa.

E quem tiver esses cuidados vai parecer doido. Porque a maioria, chora, grita e o problema não se extingui.

E por eu agir assim, sou louca? Meio doida ou maluca?

Eu preciso apenas de um pouco de atenção, uma calmaria para que os ventos soprem e tudo tenha uma suavidade como a brisa do vento esfriando o rosto numa tarde ensolarada.

E você?



quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ainda dissem que não são civilizados...

Antigamente, o abrigo da Funai ficava próximo da minha antiga casa. Não sei se ainda é lá, enfim, deixarei aqui um exemplo de analogia que ouvi, aprendi e me motiva cada vez mais a compreender e não somente entender o "outro". Estive de volta à cena de 4 anos atrás...

Quando trabalhava no Governo participei da comitiva que recepcionou um grupo de indígenas da região. Achava aquele povo vestido e pintado muito estranho. Uns pegavam em meu cabelo e riam, outros puxavam a alça do meu minúsculo soutien, outro enfiou o dedo no meu nariz, espirrei pacas e eles só riam de mim.

A comitiva os levou em alguns pontos turístico daqui, primeiro foi no mercado Municipal onde tem comida pra todo lado. Eles estavam pasmos com tanto alface, tomate, laranja. Lembro dos olhos deles latentes em minha memoria, olhavam como se fossemos nós entrando num cofre cheio de dinheiro, assustados com tanta fartura.
Um deles perguntou de mim: O que ele está fazendo?
-Apontando ao chão um menino negro, pobre (nós sabíamos pelas roupas que era pobre, eles não saberiam distinguir) pegando tomate estragado, batata já moída e colocando num saquinho.
Para nós, isso seria normal. Respondi a ele: -, ele está pegando comida!

Eles continuaram andando conosco, calados, atentos, os olhos arregalados.
E eu, prestando muita atenção naqueles seres estranhos*
Uns 15 minutos se passaram...O índio disse: Eu não entendi. Por que ele está pegando essa comida estraga aqui do chão, e se tem uma pilha de comida boa?
Respondi: é que para pegar comida boa precisa de dinheiro.
-E ele não tem dinheiro?
-Não tem.
-Por que não tem dinheiro?
-Ele não tem dinheiro porque ele é criança.
-E o Pai dele tem?
-Não, o Pai dele não tem.
-Não entendi. Por que você que é grande, tem e o Pai dele, que é grande, não tem? De qual pilha você come, dessa aqui ou a do chão?
-Dessa aqui.
-Por que?
-Sabe o que é? É que aqui é assim...

Os caciques falaram uma coisa que eu nunca esquecerei: Vamos embora. Disse o cacique.
Não, eles pediram foi para ir embora da cidade, do mercado, da vida junto do branco. Veja como são selvagens.
Eles não conseguiram compreender uma coisa tão óbvia. Que uma criança faminta diante de uma pilha de comida boa, pega comida podre.
"Eles não são civilizados"-diríamos

Sabe como eles passariam batido e nem repararia na cena?

Se tivessem sido criados em algumas das nossas famílias, se tivessem ido em igrejas, frequentado algumas das escolas que frequentei, se tivessem acesso a net. Ai eles achariam aquela cena normal.
O que está acontecendo? Será que nos distraimos em algum momento e a nossa ética não é a da convivência, mas a do outro como inimigo? "Ah, mas aqui é assim." Violência? Aqui é assim. Eu já fui assaltada e agora tenho duas bolsas, a minha e a do ladrão. A minha fica embaixo do banco. Eu uso carro blindado, etc...Claro, a gente vai criando meios de nos acostumarmos ao "normal. Normal? Estamos anestesiados.

Ah Deus, como queria ter vindo árvore.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Como uma pedra

Um amigo visitou minha casa no domingo e perguntou: "Tem algum motivo especial para você ter tantas pedras em casa?

-Bem, essa última é do Cotopaxi, o maior vulcão ativo no mundo, trouxe na semana santa do ecuador, tive problemas na alfandega internacional mas a trouxe comigo. Paguei caro por ela em Guaiaquil, mas sentido teve para estar aqui. Sei que não estou conseguindo explicar minha ternura por elas. Sei que a letra dessa musica me revelaria.
Um corpo sem vida é uma pedra. E eu, preciso delas para me sentir Viva.


Em uma tarde monótona*
Em uma quarto cheio de vazio
De maneira livre eu confesso
Que estava perdido nas páginas de um livro cheio de morte
Lendo como morreremos sozinhos
E se somos bons nos deitaremos para descansar em qualquer lugar que queiramos ir
Em sua casa ficarei longamente
Quarto por quarto pacientemente
Vou esperar por você lá como uma pedra
Vou esperar por você lá Sozinha
Em meu leito de morte eu vou rezar aos deuses e aos anjos como um pagão para qualquer um que me levará para o paraíso para um lugar do qual me lembro
Eu estive lá há tanto tempo. O céu estava arroxeado. O vinho era como sangue
E lá você me conduziu
E eu continuei lendo até que o dia tivesse terminado. E me sentei em remorso por todas as coisas que fiz, por todas que abençoei, e por todas que errei.
Em sonhos até minha morte vou vagar

* A tradução correta de "cobweb" é "teia de aranha"; mas por questão de interpretação traduzi este termo como "monótona".

terça-feira, 19 de maio de 2009

As flores do meu jardim são feias...

Depois de ouvir de todos os lados...
Fiquei com aquela indagação inicial: Qual é a minha missão aqui na terra?
É ser reconhecida? Aprender a aprender? Saber o significado da minha poiesis? Saber o significado entre erro e negligencia? Saber que não sei? Ser humilde? Saber aproveitar as oportunidades? Saber o tamanho que tenho dentro do planeta? Enfrentar o medo da mudança? Saber o que a satisfação faz comigo? Saber a velocidade das mudanças? Combater o bom combate?
Confesso que não cheguei a uma conclusão definitiva. Talvez nunca chegarei.
Ao ser questionada quanto minha parcialidade
– Eu ouvira sua voz com a sintonia dos timbres, eu não ouvira as palavras conclusas, concisas. Só o timbre como as névoas do oceano. Lembrei-me das “Brumas de Avalon”-
Minha carência profunda é mais a necessidade urgente de vida do que a realização de uma missão na terra, mais do que um fardo que se carrega no dia-a-dia. Ah, esses traços do “dia-a-dia” foram retirados?
Então...a questão central é como você faz um pacto com sua família para que perceba que você esta oferecendo a eles uma condição absolutamente privilegiada de vida, com condições materiais, alto consumo et cetera.
Mas isto lhe esta matando, infelicitando-lhe, amargurando-lhe. O foda é que ninguém pergunta o que espero da vida. Só me cobram. Lógico que preciso de vocês para ter um pouco mais de vida. Deixe-me com minhas roupas loucas, minha aparência humilde, meu estilo próprio. Apenas um blush do Boticário já me basta. Eu sou uma vida concomitante mesmo. Visto-me, conforme meu espírito. Não espero elogios dos desconhecidos. É necessário que não esqueçam a distinção entre o que urgente e o que é realmente importante. E sou como a massa do pão: mais bate, mais cresce.
Meus amores proponho um basta a essas pequenas coisas, antes que a natureza me dê. Via saúde, por exemplo, ou via loucura. Alias, depois da catequese, minha filha esqueceu o caderno no computador, estava escrito: “De nada adianta a um homem ganhar o mundo se ele perder sua alma” (Mt 16,24).
Minha alma é Franciscana, deixem-me.
PS: Matriculada na escola de artesanato Coisytas...estou aprendendo cada coisa linda. Feliz!
Mas, para boa parte da escala do "sero umano", eu estar fazendo isso diminui meu status...VsF...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A simplicidade de amar é grátis, é bônus, é brinde.

Não é sentimento de pele, de tesão, de tocar, mas os corações se tocam. Basta lembrar um do outro.
Deve-se estranhar a aparição muda e diária em sua pagina do orkut. No MSN houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas e, achava-se cada vez mais estranho o fato de não está entendendo. Ate que essa boa mãe entendeu.
O amor é algo que transcende mesmo. Sem explicações, sem a tormenta loucura de querer elucidá-lo.
Mas, não ficou simplesmente nisso. Olhando bem em meus olhos, a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava a ver a esperança em olhos desconhecidos. Sabendo que o amor desconhecido me fez caminhar naquilo que não sou, mais estou.
Às vezes aceito: Como se quem me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo?
O dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira.
Só isso...Durou alguns minutos, esta durando a eternidade.
Assim como, ao ganhar uma música do amigo Marco Mência a dois anos atrás (nem ele lembra disso), via MSN, tomando vinho sozinha. Eu amara um amigo. Isso é amor. Qual tipo? Não classifico, não têm nada de carnal, sexo, desejo. É amor, é o que sinto.
Uns devem ler e pensar: Carência, carente, coitada... Somente o interior do pensamento sente.
Eu amo tanto a simplicidade. Me é tão cara e melhor de tudo.
Ganhei ontem uma pasta do Kid Abelha (via MSN). O dono? O presente? De um mineiro, radicado na Bahia, metamorfose como Eu. Amo.
Como posso amar sem ver, sem tocar?
Onde fica longe o lugar do passado?
A viajante segue o caminho do próprio pensamento.
Propôs uma pausa - Acabei de saber que minha cadelinha foi atropelada...
Mas á frente mato minha sede de entendimento.
Há meros devaneios tolos a me torturar...Chão de Giz

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Somos iguais em desgraça-frase de uma música que não lembro de quem é

A característica mais marcante em meu pai era sua rotatividade. Dizia-se inteligente sem livros e que sua fortuna era o pensamento.

Papai falava sempre emocionado que quando eu aprendesse a ler eu iria possuir de alguma forma todas as coisas, inclusive, eu mesma.
Não gostava de constatar o quanto me atormentava algumas coisas. Mas é segredo. Esse segredo alimentava o meu silêncio. E eu precisava desse silêncio para continuar ali. Mas, nunca consegui contar para ele o que acontecia comigo, com ele, com nossas vidas. Um deserto de almas.
Acontece que aos 13 anos eu não tinha preparo nenhum para dar nome alguns às emoções nem mesmo tentar entendê-las.
Apenas deixava cartas escondidas e secretas, como ainda hoje me são secretas algumas. Escondo-as tão bem que surpresa fico ao reencontra-las e me pergunto: Nossa, fui eu que as escrevi, que coisa pesada, o que eu pensara nesse momento?

Eu fui da primeira turma de mulheres do Colégio Militar, indisciplinada, pensadora, sempre ficava detida por uma ou duas semanas. Dependia muito do Sargento ou Tenente que recebia minhas ofensas cheia de silencio de mim mesma. Então, quem eu era?
Ah, sei, a maluca do colégio que ousava desafiar o Tenente Malta e o Sargento Mendonça e mandava a puxa-saco da aluna coronel Gomide para PQP. Essa era eu. Mas, por quê?

Ah, como me sinto guerreira de chegar ate aqui. Como se a partir de mim, e através do meu esforço, eu devesse conquistar outra pátria, nova língua, um corpo que pudesse sugar sem medo ou pudor. E tudo me treme dentro, olho os que passam com um apetite de que não me envergonharei mais tarde. Felizmente, é uma sensação fugaz, logo busco os olhares de meus filhos, neles a minha vida está estampada. Estes votos que ruborizam o corpo, mas não marcaram minha vida de modo a que eu possa indicar as rugas que me vieram através do meu arrebato.

Papai - in memoriam-era o único a trazer-me a vida, ainda que às vezes eu a vivera com uma semana de atraso. É que ele praticamente só viajava.

Não preciso interpretar os fatos, incorrer em erros, apelar para as palavras inquietas que terminam por amordaçar a liberdade. Não tenho que assimilar um vocabulário incompatível com meu destino capaz de arruinar meu casamento. É meu encargo podar meus excessos. O caso é que a natureza dotou-me com o desejo de naufragar e as vezes ir ao fundo do mar. E me serve para absorver meus sonhos, multiplicá-los no silencio borbulhante dos labirintos cheios de agua do mar, salgada, mas de gosto intragável.

Trair é muito prejudicial em todas as esferas.

Mamãe sabia disso?