quinta-feira, 26 de março de 2009

O/as - OS/as

Gente arrogante é incapaz de prestar atenção. Você esta dialogando com o arrogante,ele não presta atenção no que você esta falando. Ele fica pensando enquanto você fala. Ele não quer nem saber o que você esta falando. Ele esta esperando você parar para ele continuar falando. E ele esquece uma frase de um grande filosofo catarinense Leonardo Boff, que diz que " um ponto de vista é a vista a partir de um ponto". A ética, entre outras coisas, nos obriga a perceber esse grande pasto de pontos de vista. O arrogante acha que só tem um ponto de vista que vale: o dele. Ele não tem a visão de alteridade. A capacidade de ver o outro como outro, e não como estranho. Alias, quem é o outro de nós mesmo? O mesmo que nós somos para os outros, ou seja, outros. Quer um exemplo? Outro dia eu falei para uma pessoa: acho engraçado o sotaque de vocês (amazonenses) e ouvi como resposta: Sotaque? A gente não tem sotaque, é você que tem sotaque! Realmente, eu aqui é que tenho sotaque. Mudei a prosa no instante seguinte... Somente será possível falar numa ética que promova a vida digna, se eu for capaz de olhar o outro, como outro, e não como estranho. é necessário esquecer essa forma indulgente de ser arrogante, essa situação negativa de ser. Supondo sempre que só exista um jeito de ser. E resolvi escrever porque ontem, meu marido me deu as costa numa conversa relevante para mim e, ainda se fez desculpado com a cadela que estava a fugir pelo portão. Aproveito que, ao ler meu blog, ele tenha a consciência do arrogante em si. Ah, sei que ele é um amor para mim, mas é arrogante também em alguns pontos. Não quero mexer com ele nem que ele se mexa por mim. Eu poderia reclamar em casa, ao vivo, mas em silencio, posso mudar muito mais coisas que em som. Tem gente (agora não to falando dele hem), que acha que é dono do planeta. Não entende que somos usuários partilhantes dele. Quais foram os animais mais poderosos do planeta antes de nós? Os dinossauros ? Dominaram o planeta por 110 milhões de anos. E nós, metidos a besta, estamos dominando a 40 mil anos e achando que podemos fazer qualquer coisa. E não podemos nada. N A D A. Imagine que para cada ser humano no planeta há sete BILHÕES de insetos. Já imaginou se, para entender o que estamos fazendo com o planeta partilhado, hoje à noite só os seus vierem lhe visitar? PS: E tenho certeza que alguns leitores me criticarão pela loucura. Mas, garanto! Não sou nadinha de nada louca.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Télos

Quando criei o blog imaginei escrever coisas sobre as quais eu já havia experenciado. Falei de mim, do vizinho, do cachorro, dos desafetos, dos sentimentos, das ideias, da minha mãe, dos meus filhos. Mas ainda não havia comentado sobre a essência do meu trabalho. Principalmente, do trabalho de dez anos atrás, que era o que eu me propus a fazer ao iniciar o blog. Falar do caminho sofrido e árduo do paciente com câncer, o momento traumático do diagnostico, o problema da verdade, as descrições das reações do paciente das várias etapas do tratamento ate a morte, as reações da família e da equipe que acompanha o paciente canceroso.
Convivendo diariamente com histórias impressionantes de perdas, fracassos e desesperança, anteriores a ocorrência da doença, pensei descrever aqui os aspectos altruísta para que, quem ler, possam refleti-los melhor sobre o verdadeiro sentido de suas vidas. Longe de ser uma pretensão, imagino que as pessoas possam ser mais felizes.
O câncer não tem cor, nem raça. E certamente já te levou alguém que você ama ou conhece. Ele não tem piedade. O câncer pode roubar-lhe aquela alegre ignorância que uma vez levou a acreditar que o amanha se estenderia para sempre.Cada dia é um dom precioso para ser usado, sabia e eternamente.

Espero que eu tenha conseguido explicar o motivo da firmeza que tenho, em vivenciar cada dia com um sorriso no rosto, diante dos problemas. Sem dor, sem desesperança.Sem sentido.
Ter estado tão próximo da morte, é, com certeza, aprender coisas muito significativas e importantes sobre a vida.





segunda-feira, 16 de março de 2009

O Relógio


Estou melancólica porque estou feliz. Não é paradoxo. Depois do ato do amor, não dá uma certa melancolia? A plenitude. Estou com vontade de chorar. Mas, nem posso. Vão pensar que estou passando mal podem chamar o SAMU (serviço de ambulância na cidade).

Há alguns anos, minha capacidade para amar foi pisada demais. Só me restou um fio de desejo. E este se fortificou. Viver importa. Viver apodrecendo, importa muito!

Estou na Prefeitura, tentando pagar o IPTU, olho no relógio do celular, não uso no pulso, o do celular me basta, e pensando, formato as palavras, pois posso expressar meus pensamentos e somente depois formatar as palavras, o que faço agora.

Penso: e se ele (o relógio) não marcar mais as horas, se ele morrer? Não, ele não morre, apenas vai embora de si mesmo. É o relógio o culpado de todas nossas aflições. Por exemplo: eu passei 5 anos sem gripar e fiquei gripada 4 dias seguidos, tive febre e perdi o show, de credencial de palco e tudo, do Iron Maiden (q nem gosto). O culpado foi o relógio do tempo. Tomei remédio, o remédio é relógio. Permite apenas transmissão. O relógio conserva o anonimato. Nesse momento, tumultuado na Prefeitura, o tempo, é relógio. Na verdade, o relógio não tem nome intimo. Ele é perfeito. Alias, Deus não tem nome: conserva o anonimato perfeito. Não há língua que pronuncie o seu nome verdadeiro.
O relógio, o tempo, é burro. E vou dizer uma coisa grave, parece heresia: Deus é burro. Porque ele não entende, ele não pensa, ele é apenas. A verdade que é de uma burrice que executa-se a si mesma. E ele comete muitos erros. E sabe que os comete. Basta olharmos para nós mesmo que somos um erro grave. Basta ver o modo como nos organizamos em sociedade e intrinsecamente, de si para si.
Mas um erro Ele não comete. Ele não morre. Assim, como o relógio não morre.

Vou esperar as expressões de cada relógio humano.

Alguém o reconhece?

sexta-feira, 13 de março de 2009

A justiça Injusta.

Essa justiça dos Homens é uma sacanagem só.

Frequento um abrigo infantil desde 2001 aqui na minha cidade. O abrigo acolhe crianças e adolescentes de 0/18 anos, veja só: Vítimas de Abusos Sexuais.

Acontece que uma das adolescentes que receberam no tal abrigo, têm 12 anos e foi violentada pelo próprio Pai (FDP)!

Acompanhei essa menina várias vezes durante minhas visitas. Levará sempre minhas filhas com idades semelhantes para brincarem. A bebe nasceu, linda, forte e com saúde.

Ontem, fiquei sabendo que o dito VAGABUNDO, o Pai, conseguiu na justiça o direito de ter a filha de volta ao convívio familiar e criar a filha/neta. Há, como assim????

Também não sei explicar. Só sei que estou indignada com a situação!!

O que essa "juíza", ridícula e louca tem na cabeça? Como ela concede um absurdo desse??

Tomara que seja a cagada da vida dela, assim ela coloca o pijama e pára de cometer injustiça.

Isso é inaceitável para mim. O Pai estrupa, a menina é colocada num abrigo por 15 meses e, ao final, volta para casa, com o cara que a violentou????

Algo está errado!

E a Diretora do abrigo só soube me dizer: A juíza mandou ela voltar para o convívio da família!

Estou pasmem!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Manual da experiência


Não existe o manual. O título é falso.

Quem já é Mamãe sabe de cor as mudanças físicas e hormonais da gravidez.
Na teoria sabemos que nada mais será como antes, que não vamos mais dormir, que vamos gastar uma verdadeira fortuna com itens que há nove meses nem sabíamos que existiam...

Tudo bem. Isso tudo, todo mundo já sabe...E nada disso importa quando se decide ter um filho. Mas existem outras transformações, maravilhosas, mais profundas, que alteram a vida para sempre.
Agora que minha filha acabou de nascer, já de volta a cidade que moro, são tantas alegrias, novidades, medos e preocupações práticas que nem estou vendo as mudanças acontecerem. Mas elas acontecem: meus valores, minhas prioridades, minha capacidade de amar, minha paciência. Tudo mudou.

Quando vejo a menina que eu era e a mulher em que me transformei depois da maternidade, é que consigo compreender o tamanho das mudanças que meus filhos trouxeram. Vai muito alem das cinco estrias na bunda, a falta de sono, os olhos tomados por olheiras. E, acredite: é maravilhoso!

Estou de luto. O luto da barriga. Que representa o meu nascimento de mãe e a morte da gestante.

Era tão, tão bom. Um ar de arrogância direcionado aos maus educados predadores das filas de banco que reclamavam por a 'gestante' passar 'a frente. Ahh, que tempo gostoso. Ser paparicada, mimada por todos. Cade?? Quero de volta!

Se o Dr. Moron ler esse texto, vai me expurgar da terra. hhahahaha... Mas, para a miga Ly, garanto, não terei mais filhos. Mas por ela, emprestaria meu ventre e gerava seu tão sonhado filho. Xii, barriga de aluguel? Bem, por ela sim, eu faria.

O que mais muda na vida dos filhos? Com certeza: a mãe.

terça-feira, 3 de março de 2009

A próclise, ênclise ou mesóclise.

Os amigos os tinham prevenido. (Beth Santana)

Os presos tinham-se revoltado. (Jornal 'A Critica)

Muitas infelicidades me haviam perseguido. (Graciliano Ramos)

Ter-lhe-ia sido nociva algumas de minhas prescriçoes. (Gastao Cruls)

Nao devíeis te-los libertado. (Ana Miranda)

A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestigio para isso. (Jorge Amado)

Era como se tivesse ido muito longe ou se escondido atras de uma parede muito grossa. (Raquel de Queiroz)

O general Bagnuoli está plantado na sua colina de espera, depois de haver se recusado a enfrentar Nassau. (Assis Brasil)

A terra devia ter se contorcido, fervendo em lama. (Adonias Filho)

Melhor destino, nem ela propria havia se permitido. (Nelida Piñon)