terça-feira, 19 de maio de 2009

As flores do meu jardim são feias...

Depois de ouvir de todos os lados...
Fiquei com aquela indagação inicial: Qual é a minha missão aqui na terra?
É ser reconhecida? Aprender a aprender? Saber o significado da minha poiesis? Saber o significado entre erro e negligencia? Saber que não sei? Ser humilde? Saber aproveitar as oportunidades? Saber o tamanho que tenho dentro do planeta? Enfrentar o medo da mudança? Saber o que a satisfação faz comigo? Saber a velocidade das mudanças? Combater o bom combate?
Confesso que não cheguei a uma conclusão definitiva. Talvez nunca chegarei.
Ao ser questionada quanto minha parcialidade
– Eu ouvira sua voz com a sintonia dos timbres, eu não ouvira as palavras conclusas, concisas. Só o timbre como as névoas do oceano. Lembrei-me das “Brumas de Avalon”-
Minha carência profunda é mais a necessidade urgente de vida do que a realização de uma missão na terra, mais do que um fardo que se carrega no dia-a-dia. Ah, esses traços do “dia-a-dia” foram retirados?
Então...a questão central é como você faz um pacto com sua família para que perceba que você esta oferecendo a eles uma condição absolutamente privilegiada de vida, com condições materiais, alto consumo et cetera.
Mas isto lhe esta matando, infelicitando-lhe, amargurando-lhe. O foda é que ninguém pergunta o que espero da vida. Só me cobram. Lógico que preciso de vocês para ter um pouco mais de vida. Deixe-me com minhas roupas loucas, minha aparência humilde, meu estilo próprio. Apenas um blush do Boticário já me basta. Eu sou uma vida concomitante mesmo. Visto-me, conforme meu espírito. Não espero elogios dos desconhecidos. É necessário que não esqueçam a distinção entre o que urgente e o que é realmente importante. E sou como a massa do pão: mais bate, mais cresce.
Meus amores proponho um basta a essas pequenas coisas, antes que a natureza me dê. Via saúde, por exemplo, ou via loucura. Alias, depois da catequese, minha filha esqueceu o caderno no computador, estava escrito: “De nada adianta a um homem ganhar o mundo se ele perder sua alma” (Mt 16,24).
Minha alma é Franciscana, deixem-me.
PS: Matriculada na escola de artesanato Coisytas...estou aprendendo cada coisa linda. Feliz!
Mas, para boa parte da escala do "sero umano", eu estar fazendo isso diminui meu status...VsF...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A simplicidade de amar é grátis, é bônus, é brinde.

Não é sentimento de pele, de tesão, de tocar, mas os corações se tocam. Basta lembrar um do outro.
Deve-se estranhar a aparição muda e diária em sua pagina do orkut. No MSN houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas e, achava-se cada vez mais estranho o fato de não está entendendo. Ate que essa boa mãe entendeu.
O amor é algo que transcende mesmo. Sem explicações, sem a tormenta loucura de querer elucidá-lo.
Mas, não ficou simplesmente nisso. Olhando bem em meus olhos, a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava a ver a esperança em olhos desconhecidos. Sabendo que o amor desconhecido me fez caminhar naquilo que não sou, mais estou.
Às vezes aceito: Como se quem me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo?
O dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira.
Só isso...Durou alguns minutos, esta durando a eternidade.
Assim como, ao ganhar uma música do amigo Marco Mência a dois anos atrás (nem ele lembra disso), via MSN, tomando vinho sozinha. Eu amara um amigo. Isso é amor. Qual tipo? Não classifico, não têm nada de carnal, sexo, desejo. É amor, é o que sinto.
Uns devem ler e pensar: Carência, carente, coitada... Somente o interior do pensamento sente.
Eu amo tanto a simplicidade. Me é tão cara e melhor de tudo.
Ganhei ontem uma pasta do Kid Abelha (via MSN). O dono? O presente? De um mineiro, radicado na Bahia, metamorfose como Eu. Amo.
Como posso amar sem ver, sem tocar?
Onde fica longe o lugar do passado?
A viajante segue o caminho do próprio pensamento.
Propôs uma pausa - Acabei de saber que minha cadelinha foi atropelada...
Mas á frente mato minha sede de entendimento.
Há meros devaneios tolos a me torturar...Chão de Giz

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Somos iguais em desgraça-frase de uma música que não lembro de quem é

A característica mais marcante em meu pai era sua rotatividade. Dizia-se inteligente sem livros e que sua fortuna era o pensamento.

Papai falava sempre emocionado que quando eu aprendesse a ler eu iria possuir de alguma forma todas as coisas, inclusive, eu mesma.
Não gostava de constatar o quanto me atormentava algumas coisas. Mas é segredo. Esse segredo alimentava o meu silêncio. E eu precisava desse silêncio para continuar ali. Mas, nunca consegui contar para ele o que acontecia comigo, com ele, com nossas vidas. Um deserto de almas.
Acontece que aos 13 anos eu não tinha preparo nenhum para dar nome alguns às emoções nem mesmo tentar entendê-las.
Apenas deixava cartas escondidas e secretas, como ainda hoje me são secretas algumas. Escondo-as tão bem que surpresa fico ao reencontra-las e me pergunto: Nossa, fui eu que as escrevi, que coisa pesada, o que eu pensara nesse momento?

Eu fui da primeira turma de mulheres do Colégio Militar, indisciplinada, pensadora, sempre ficava detida por uma ou duas semanas. Dependia muito do Sargento ou Tenente que recebia minhas ofensas cheia de silencio de mim mesma. Então, quem eu era?
Ah, sei, a maluca do colégio que ousava desafiar o Tenente Malta e o Sargento Mendonça e mandava a puxa-saco da aluna coronel Gomide para PQP. Essa era eu. Mas, por quê?

Ah, como me sinto guerreira de chegar ate aqui. Como se a partir de mim, e através do meu esforço, eu devesse conquistar outra pátria, nova língua, um corpo que pudesse sugar sem medo ou pudor. E tudo me treme dentro, olho os que passam com um apetite de que não me envergonharei mais tarde. Felizmente, é uma sensação fugaz, logo busco os olhares de meus filhos, neles a minha vida está estampada. Estes votos que ruborizam o corpo, mas não marcaram minha vida de modo a que eu possa indicar as rugas que me vieram através do meu arrebato.

Papai - in memoriam-era o único a trazer-me a vida, ainda que às vezes eu a vivera com uma semana de atraso. É que ele praticamente só viajava.

Não preciso interpretar os fatos, incorrer em erros, apelar para as palavras inquietas que terminam por amordaçar a liberdade. Não tenho que assimilar um vocabulário incompatível com meu destino capaz de arruinar meu casamento. É meu encargo podar meus excessos. O caso é que a natureza dotou-me com o desejo de naufragar e as vezes ir ao fundo do mar. E me serve para absorver meus sonhos, multiplicá-los no silencio borbulhante dos labirintos cheios de agua do mar, salgada, mas de gosto intragável.

Trair é muito prejudicial em todas as esferas.

Mamãe sabia disso?