Eu acho que no meu caminho o maior obstáculo sou eu mesma.
Vou por uma saia de chita, daquelas bem curtas, e sair de mãos dadas com o ar por ai, me encantando com margaridas, observando a ternura dos velhos e escovar minha alma com leves fricções das minhas unhas quadradas. Vou passar pelo meu quintal e descobrir meu jardim desbotado. Pisar no chão repleto de sons de piano com flautas e do céu descendo uma névoa de borboletas amarelas, e uma delas trazendo uma pérola falante a me dizer a frase de Guimarães Rosa que adoto: Viver é muito perigoso, e bom demais.
E se você não entende quando grito silenciosamente, é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
E se você não entende quando grito silenciosamente, é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
E, ainda assim, ficar olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, escutar aquela musica secreta com ele e se aprofundar. Não confundir solidão com estar sozinho e em paz, não confundir paz com os cantos dos pássaros e uma bela vista. Desse, basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Sentir o gosto da chuva e catar aquela flor que nasceu no muro e surpreende-lo de repente. Queimar em seu próprio fogo os 200kg de grilos e de medos. E se fazer vivo.