Palmeiras que dançam
Oh Deus,
Eu senti você soprando meu rosto cansado, suado e sempre com olheiras onde qualquer homem chamaria de vento. Mas, sei que é você. Com o vendo acompanha a chuva, e ainda é cedo, são cinco e dois da manha e o sol começou aparecer com as cores laranja, cinza e ao mesmo sentido claro, com o azul de costume. Olho pela janela do quarto e vejo as palmeiras num balanço e serenidade que me inspira inveja, vendo elas contemplarem a doce leveza de provar tudo ao mesmo tempo, o vento, a agua, a dança e sua soberania de beleza.
Existe um muro ao meu lado esquerdo que me impede de vê-la por completo, aprecio apenas algumas sementes ou frutos redondos e verdes, formando um lindo cacho de vida que ao balanço sinalizam a positividade do "sim" como cabeças alienadas no balanço pescoço e queixo. E as palmeiras dançando respondem com o "não" torcendo-se na linda dança negativa de um lado para outro, subindo e descendo em contravento, ficam ouriçadas como se tivessem recebido uma mensagem de vida, sem se importar com o barulho dos céus. Onde chamamos de raio, trovão e ventania. Simples e ignorando. Como se o medo fosse somente meu, E, o é.
Oh Deus, se foi o homem que te inventou só pra tirar minha fé...
Os pássaros puseram-se a cantar mesmo entre trovoes e relâmpagos, ate eles estavam amando o momento.
Que toda essa agua, chuva e vento lave essa alma tão perdida que teima em não se encontrar. Por amar demais. E se tu existe mesmo tanto como falam, e possível que sim porque tu sempre me assiste, quero te pedir perdão por minhas incoerências e duvidas, deslizes e depressão. Que me faça perder o senso daquilo que não aceito e entendo onde fico alienada pela maioria.
Como disse Fernando Pessoa : " Morrer. é só não ser visto".
a
Comentários