terça-feira, 18 de setembro de 2007

Só as crianças sabem o que procuram...


Nunca fico em casa por um período superior a 8 horas (de sono), acontece que gripei e não tinha voz para me comunicar nem por celular...e ai...
Fazendo uma limpeza geral nas estantes de livros e arquivos, encontrei esse texto que à 15 anos estava esquecido num diário enfeitado de borboletas, flores, alguns personagens (Renato Russo, Revista Capricho, Recortes de jornais , letras de musicas etc. Retrato a fim de lembrar que nos meus pequenos feitos adolescentes, onde eu já sofrera com o dissabor de não entender o que vim fazer aqui. Achei deveras interessante, porque vejo que não mudei muito e, que essa mudança é gradativa. O que me espanta, é que esse texto já tem 15 anos. E descubro que nada sou...

Em 23/10/1991... "Quinta feira, junes, thurday"...

  • Eu queria sair daquilo que me diminui e sentir o que me acrescenta
  • Eu queria que o mundo sonhasse um sonho diferente
  • E as pessoas apenas amassem as ilusões
  • Eu queria para ali, mergulhar num momento mudo e entender a razão do existir
  • Eu queria poder decompor essas mil ideias que aparecem de uma só vez, sufocando
  • E passar para um papel as linhas incompletas daquilo que não se entende
  • Mas, eu queria entender aquilo que não se entende e,
  • Descobrir por que o sentimento, o desejo e a esperança
  • Pulsam forte nas delineações incertas daquilo que se pode
  • Eu queria poder penetrar nas belezas da manha, das flores, dos pássaros, do céu
  • E saber por que as estrelas dizem tanto
  • Minha maior vontade é poder me assentar nas nuvens e cair junto com elas
  • Em cada cantinho do mundo, para conhecer cada povo, cada cultura, cada crença
  • Eu queria não vacilar, não temer e não me separar do eterno
  • Mas creio que minha fraqueza é forte perante os mistérios da eternidade
  • Eu queria que as ondas do mar, não me dessem tanto pavor
  • Porque me sinto pequenina
  • Eu queria que uma criança não fosse apenas uma criança
  • Que ela fosse a FÉ daquele que ainda não existir
  • Eu queria que a juventude fosse uma eterna estação, onde os anos não existissem
  • Eu queria que os corações das pessoas fossem mais do que computações mentais e que dentro deles
  • Existissem aquilo que faz o sentimento
  • Eu queria que a saudade não me sufocasse nem maltratasse
  • Eu queria apenas entender o amor. mas apenas entendo que o amor não se entende
  • O amor só se sente
  • Na sua profundidade, na sua pureza, na sua necessidade de existir
  • Eu queria inventar palavras que não existissem, palavras dementes
  • Para dizer aquilo que significa muito... E que não se compreende seu significado.

4 comentários:

Anônimo disse...

E lá se vão 15 anos.
E você continua com o brilho de seus pueris textos.
Que lindo ver que as atribulações da vida não corromperam a menina que ainda habita em você.

Que bom ter te conhecido.

Anônimo disse...

Em 1991 eu estava na quinta série do ensino fundamental.
Como sempre, fui observador e admirador das meninas da sala.

Ahhhhh!!..-Como eu dsejava conhecer uma menina com esses pensamentos!Ainda mais se todas as linhas fosse direciada a minha alma de amante do futuro.Então eu estaria sendo o mais feliz dos egoístas.
Surge aí, a sabedoria da espera pelo amor.

UM BEIJO....

"Eu queria que os corações das pessoas fossem mais do que computações mentais e que dentro deles
Existissem aquilo que faz o sentimento
Eu queria que a saudade não me sufocasse nem maltratasse
Eu queria apenas entender o amor. mas apenas entendo que o amor não se entende
O amor só se sente"


Você é o meu MÁXIMO DENOMINADOR COMUM....

Anônimo disse...

Quem me dera encontrar certas agendas do passado... mas, não as encontrarei... fiz uma cerimônia de queima total... atei fogo em tudo e enterrei o passado escrito fotografado e agendado... não eram lembranças ruins, apenas me desfiz de tantos papeis...

Anônimo disse...

Eu,como admirador de alguns escritos deste meditatório e lúcido espaço,venho recitar que no anteposto comentário,feito por mim(m.s.g),foi colocado nas primriras linhas um pequeno e subjetivo período de transição juvenil,e que até hoje por devaneio pessoal eu mantenho.
Já que fui substimado por outrem que no anteposto foi de atitude plagiatória(coisa que jamais vou ser ou fazer).Mas isso simplesmente me fez lembrar que"Pra sermos um bons escritores,temos também que sermos bons leitores".Porisso,voltarei sempre que puder neste pequeno e rico espaço.
Por outro lado,é um meio de conter-me a saudade,admirando suas escrituras de;Doutora,mulher,mãe e (menina setentrional)que a cada passo,e tropeço de sua jornada de vida nos mosra um pouquinho do seu lindo ar de menina.


-Saudades de você.