As rachaduras daqueles espelhos

Puts! Imagine-se entrando numa sala cheia de espelhos. Para todos os lugares onde olha, você vê seu reflexo. Inicialmente, olho logo se meu tronco esta afetado pela falta de exercícios físicos. Estou engordando nos lugares errados. Caracaa!! Não pode ser, tem um Bob Esponja aqui!! Penso: 'Amanha mesmo irei para uma academia'. Continuo a me observar. Encontro uma espinha bem na testa: "Pô, não vi isso no espelho de casa"!
Aproveito para fazer caretas engraçadas sobre as visões de mim mesma. E do quanto sou versátil. Essa minha autocrítica serena parece natural e inócuo. Mas, não o é. Após alguns minutos nessa sala, comecei a me sentir pouco à vontade. Os espelhos voltam-se contra mim. Eles me irritam. Não, não estou engordando nos lugares errados, são em todos os lugares! Os espelhos parecem adquirir personalidade própria e hostil. Quando não é possível fazer a realidade desaparecer, a supremacia de sua perfeição fica ameaçada. E toda a doçura instantaneamente se transforma em fúria. E a fúria isola as pessoas de sua auto-estima. Infelizmente, isola também o amor e o calor humano. Entrei na reunião com fúria. E todos perceberam e não pude deixar de dizer, que estava sim, chateada pelo fato de me deixarem esperando por quase duas horas.
À noite, refleti sobre o narcisismo exagero de meus feitos vespertinos e, concluo que ainda preciso muito, muito melhorar meu equilíbrio interior. E que preciso parar de julgar fatos erroneamente vitais. 'Morrer', parecia um otimo programa para aquela tarde. O morrer não defunto, o morrer de auto-correçao do Ser.
Comentários
Não desista...até o dia em que findarmos na terra e renascermos para a eternidade deveremos procurar sempre nosso Eu dentro de nós.
Parabens pelo belo post.
No entanto, dentro de casa sou um narcisista nato.
beijão mulher surucucu