As vezes...


Às vezes, nós mesmo manifestamos o inexpressivo

Em arte se faz isso!

Em amor de corpo também!

No fundo somos tão felizes! Pois não há uma forma única de entrar em contacto com a vida, há inclusive as formas negativas! Inclusive as dolorosas, inclusive as quase impossíveis -e tudo isso, antes de morrer, tudo isso, mesmo quando estamos acordados. E que sinta na mão, como tudo tem um peso, à mão inexpressiva, o peso não escapa.
Que não acorde quem está todo ausente, quem esta absorto esta sentindo o peso das coisas. Umas das provas da coisa é o peso: Só voa o que tem peso. E só cai, o que tem peso.

Ou tudo isso é que ainda estou em gozo das palavras das coisas? Ou querendo o orgasmo da beleza extrema, do entendimento, do extremo gesto de amor?

Ah, se eu não estivesse precisado tanto de mim para formar a minha vida, eu já teria tido a vida.
Eu poderia ter deixado minha sólida construções no ar, mesmo sabendo que elas são desmanteláveis...

Finalizo com um rascunho belíssimo de Clarice: EU ME ARRANJARIA

Se o mundo não fosse humano, também haveria lugar para mim: eu seria uma mancha difusa de instintos, doçuras e ferocidades, uma tremula irradiação de paz e luta: se o mundo não fosse humano eu me arranjaria sendo um bicho. Por um instante então desprezo o lado humano da vida e experimento a silenciosa alma da vida animal. É bom, é verdadeiro, ela é a semente do que depois se torna humano.
Clarice
Lispector


Comentários

Anônimo disse…
Estava com saudades de voce!
Qual bicho pretende virar?
Eu seria um passarinho.
Beijos linda!
Anônimo disse…
Olá...
Belíssimo texto e fechou com chave de ouro...

bjs
Anônimo disse…
Lindo texto Jullie!!!!
Boa Páscoa Querida


PS: Assim que eu tiver um novo numero de celular eu te aviso ok ???
beijinhos
Anônimo disse…
"A felicidade é um sentimento de euforia!"

E eu gosto!

Postagens mais visitadas