segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Pecado renovado


Fui remar !!
O medico disse que não deveria. Mesmo assim eu fui. Teimosa, louca ? Os dois...
Foram 32 km de remada em meio a natureza selvagem, belíssima,Guapo...
Acampamos, dormi perfeitamente bem. Fizemos uma fogueira, cantamos, fizemos os planos da próxima viagem, que será para Otavallo -Equador, na semana da pátria...E olhando aquele fogo, onde se tratava apenas de uma meditação visual. É que o perigo de meditar, é o de sem querer começar a pensar, e pensar já não é meditar, pensar guia para um objetivo. E o menos perigoso na meditação, é "ver", o que prescinde de palavras de pensamentos.
Se eu me enganei na minha meditação visual?
Absolutamente provável.

Fiquei ao redor da fogueira, e todos diziam: Saía dai, vai se queimar...E minha proximidade com a fogueira me deixava suada, enquanto uma gota de suor escorria de minha cabeça, pude sentir o quanto somos salgados (todos), pois que suar é a nossa exalação. E minhas pernas ardiam, eu mudava a posição na covardia de não aguentar a cena que me propunha a sentir.
Eu era o mesmo silencio do fogo -na noite a ansiedade suave se transmite através do oco do ar, o vazio é um meio de transporte. Juro! é assim o amor. Eu sei, só porque estava sentada ali e sabendo. Foi preciso o calor me arder as unhas, e então não suportei mais a tortura e confessei e estou delatando.
Não suportei mais e estou confessando que já sabia de uma verdade que nunca teve utilidade e aplicação, e que eu teria medo de aplicar, pois não sou adulta o bastante para saber usar uma verdade sem me destruir, sem me difamar. A sinceridade não é o bastante para os abastados instelectuais.
Quando uma pessoa é o próprio núcleo, ela não tem mais divergências. Então, ela é a solenidade de si própria, e não tem mais medo de consumir-se ao servir ao ritual consumidor. Ele queima!
E te chamam de louca! De perturbada...E o fogo é apenas um deserto.
A minha forma de viver é um segredo tão secreto que é o rastejamento silencioso de um segredo. É um segredo no deserto. E eu certamente sabia, pois a luz do amor de duas pessoas me veio a lembrança de um amor verdadeiro que eu tivera e não sabia que tivera.
O amor é então o que eu entendesse de uma palavra. Não carnal. Palavra.
Eu te amo.
E
não preciso de uma carta de condenada em uma cela. Estou livre!
Não tenho medo da dor. Sempre tive medo do amor.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mais um belissimo texto teu...
Apenas isso...
E reme, reme, reme, reme até quando se permitir e se sentir bem ...gravidez não é doença, é benção!

Beijos linda Jullie
Boa semana para ti !!!!

Anônimo disse...

Eu te acho louca também. Te vejo uma completa perturbada. Mas, deve ser porque, talvez sejamos classificados com as mesmas patologias.

O amor, as vezes, provoca dores, e estas dores, nos leva a certos medos e fobias.

Anônimo disse...

Hahahahaha...pertubada foi ótimo !!!

Cara...àquela brincadeira do desciclo.pedia é uma insanidade...não está nem a metade do que os caras escrevem. É surtador.

Mas vc e Adão heim??? hehehehe...tudo doido!!! Chame o Alienista !!!!