domingo, 7 de dezembro de 2008

A vida que se tira, ensina alguem.

Já sei que só daí a meses conseguirei recomeçar, enfim, integralmente a minha própria vida. Que, quem sabe, nunca tenha sido própria, senão no momento de nascer, e o resto da vida tenha sido encarnações. Mas, não! Sou uma pessoa. E quando o fantasma de mim mesma me toma - então é um tal encontro de alegria, uma tal festa, que a modo de dizer choro em cada ombro que tenho. Depois enxugo as lágrimas felizes, meu fantasma se incorpora plenamente em mim, e saio como alguma altivez por esse mundo afora.
Talvez quando eu saltar dessa terra provavelmente já terei esse ar de de sofrimento superado pela paz de se ter uma missão. E uso toda minha força para parecer ser frágil. Mas, falhou tudo!

Estava no sitio de um amigo, chegou três senhoras com idade entre 50 e 60 anos. Puxamos conversa e, quase nunca tenha a oportunidade de conversar com pessoas nessa fase de experiências de vida . E meu desejo é de absorver a pessoa toda. Consegui.

Uma delas disse : 'Meu marido se suicidou". - Respondi: Que cretino! Fazer isso com você!

Ele deu um tiro na cabeça faltando 15 minutos para a ceia de natal de 2006.

Uaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu!!!!

A conversa se estendeu. Fiz caras, franzi testa, tentei mostrar-me fragilizada como ela. Essa vontade de eu ser o outro para uma unificação inteira, é um sentimento mais urgente que tenho na vida. Por isso quando digo que não sou eu, sou os outros. Não se torna uma retórica, se torna uma Eu.

Essa senhora teve câncer em dois lugares do corpo, conseguiu superar os dois, e naquele natal, o pós natal, teria o resultado do terceiro.
Ele (o marido), talvez por esse motivo, de não aguentar saber mais uma vez, benigno, maligno...Preferiu atirar sobre suas circunvoluções...

O resultado foi BENIGNO. Amém.
Eu sentada ali, não fiz mais nada. Deixei apenas o mundo ser.

3 comentários:

Anônimo disse...

Quando estava em SSA, fiquei hospedado por 4 dias na casa da mãe de Lino. Ela tem uns 70 anos, e passamos muito tempo conversando.
Quando voltamos para Irecê, ele comentou com a esposa:

- Se dependesse de mamãe, Adão morava lá, porque ela me disse que nestes últimos anos, nunca conversou tanto com uma pessoa só.

Eu sou conversador!

Anônimo disse...

empatia é lindo =)

www.naosounormal.com

Anônimo disse...

Cara, ando tão cansada que mal consigo raciocinar sobre mim mesma....

Estou morrendo de saudades de tu tatu e depois comento nesse teu belo espaço.

Li os dois ultimos textos e adorei...só ando péssima mentalmente e fisicamente para falar de algo, ou sobre...

Afff....essas viagens me arracam o couro e arrebentam com minha sanidade.

Beijos Ju