terça-feira, 25 de agosto de 2009

Re´nuncia pulsional

"Sua majestade o bebê" continua reinar pela idade adulta reivindicando privilégios, satisfação ilimitada e furtando-se de qualquer solicitação de que assuma responsabilidade por seus atos e sua vida. E o segundo personagem (minha mãe), o objetivo é o mesmo - colocar-se na pele de vítima é uma formula fácil de se esquivar ao compromisso com as dificuldades e as dores do existir, colocando nas mãos dos outros a culpabilidade pelo sofrimento pessoal.

A falta dos pais em querer dar aos filhos privilégios materiais desejam deixar por esse motivo a herança da deliquência juvenil. A falta dos Pais deslizou para a realidade da 'falta de paz'.

Agora é encarar a concreta homofonia.

Adentrar aquele lugar não me foi tarefa fácil. Pessoas completamente fora da consciência, pessoas sem 'elite', pessoas literalmente fora de qualquer perspectiva de vida humana.

Completos resíduos humanos de nós mesmos.

Ver a destruição de uma pessoa que amamos, abandonado a si próprio, em sua solidão, o sujeito subjugado pelo forte entrelaçamento de pulsão de vida e de destrutividade só terá a si próprio ou aos que lhe são próximos para esse perigoso exercício, que é sentir-se vivo, ou viver morrer pelo Eu.

Mas a preocupação perene é: Sou ... tenho status na sociedade, preciso mandá-lo para um lugar de tratamento mais digno, vou gastar em torno de 20 mil por mês, mas será tratado e curado.

Isso não é elite?

E você que lê, acha que faz parte da elite?

O que você têm de diferente de todos nós??

Nem precisa responder... A vida de um juiz é também a aventura de amor e ódio.

A culpa...é o lugar onde o amor e o ódio se intrincam indissociavelmente...




Um comentário:

Beth disse...

Oi Jullie...

Saudades de tu...ando com uma gripe infernal, com uma tosse cha-ta...mas dei uma passadinha aqui, li, entendi.

Complicado falar do assunto, quando, na verdade, é uma tragédia familiar. A luta contra dependência é muito triste e isso independe de classe social ou motivos que levaram a tal situação.

Eu, não acredito em adicção, acredito em falta de estrutura familiar, estabilidade interior (pois temos nossas fraquezas intimas), desapego com tudo o que nos rodeia e com nós mesmos. Algum motivo nos leva à destruição.

Poderia te citar mil exemplos que me rodeiam ou que fizeram parte da minha vida, mas todos eles, sem exceção, não se amavam e não amavam ninguém. Uns sobreviveram a si próprios, outros sucumbiram, outros estão dando cabeçada. As familias? Umas sobreviveram, outras sucumbiram, outras estão dando cabeçadas. Não há culpados...nem falta de amor, nem excesso de amor. Houve um momento que deixaram de olhar uns para os outros com os olhos de outrora.

O pai do meu afilhado é viciado em crack. Recentemente ele passou uma semana aqui e filmei todos os momentos dele. Um dia, meu compadre verá o video e quem sabe, o amor pelo filho, não o salve de si próprio?

Quem sabe...

Bjs queridona
Boa semana para ti
e luz para os seus