quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Professora Darcy


Fico irritada quando vejo uma porcaria de criança obrigada a entender um homem. Eu falo a porcaria no sentido diminutivo (pequenina).

Eu já flagrei alguns amigos batendo em seus filho, lógico que na educação dos filhos dos outros não me meto, mas sinto raiva, muita raiva.

Os motivos são os mais topes possíveis. Eu sei que tem crianças impossíveis que se lidar, de controlar etc.

Mas são crianças.

Reza a historia que eu ao nascer já não pertencia ao Brasil, mi Hermano são Goiano e Fluminense. Eu sou o meio. O que leva ao inicio ou fim.

Ao retornar ao BRÉZIL fui estudar no colégio Andrews em Botafogo,lá tinha a professora Darcy de português tentando fazer eu me dês-alfabetizar da língua que eu trazira de fora.

Eu posso dizer que todos os dias eu fui uma aluna problema, e eu só tinha 7 anos.

Também posso dizer que alem de mim Ela, a professora era o problema.

Posso dizer que o que me enchia de poder me amaldiçoava de piedade. Sim, porque Ela vivia puxando agrados aos meus pais para literalmente "se dar bem" e, me delatava em tudo que eu fazia ou pretendia. Era uma espécie de FARC Colombiana.

Na minha pressa eu crescia sem saber pra onde. Lamentável essa professora não ter visto o que eu depois de oito anos me tornaria.

A verdade tia Darcy é que não me sobrava tempo para estudar, as alegrias me ocupavam.

Minhas vadiações tão bem sucedidas deixava a professora com um ar de provocação da menina odiosa.

Ah como fui torturada por aquela infância que eu temia nunca chegar a um fim.

Sem falar que eu estava permanentemente ocupada em querer e não querer ser o que eu era, sempre sem a definição de mim. Eu era uma flor, mas a flor que desejava ter nascido no pântano.

Meus cabelos escorridos, a franja pesada por cima dos olhos pensativos, sempre selvagem e suave de se ver. E com vaidade cultivava integridade da ignorância.

Quando Ela soletrava as palavras (isso é tão vivo em mim) eu com desprezo, ostensivamente brincava com o lápis, como se quisesse deixar claro que suas aulas não me interessavam nem quem Ela era. E a professora nunca olhava para mim. Ela desprezava aquela magricela de pais poderosos e olhar penetrante.

Cera vez Ela me disse: Nunca mais me olhe com seus olhos de adaga!

Fui pesquisar no dicionário o que era ADAGA. Eu morria de felicidade quando ouvia uma palavra nova. Ela não entendia e eu não me fazia entender. E tudo havia sido vivido por nós.

Ate meus risos foram definitivamente substituindo minha delicadeza impossível. Tornava-se um prazer já terrível o de não deixa-la em paz.

E minha vida é feita de historias e muitas historias eu não posso contar.

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