sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Qual o preço de viver mais?

No momento que digito fico imaginando o José de Alencar nessa luta diária e macabra entre viver e vencer.
Pergunto: Você deve se arriscar?

Não que eu seja cética, maluca, destrambelhada, como alguns afirmam com seus adjetivos mentais pobres e analfábeticos, ao contrario: A morte é a coisa mais segura e firme que a vida inventou ate agora. Minhas insônias só aguçam minha lucidez que é polida ainda mais quando consigo dialogar com uma professora que surpreendentemente me diz:

"Menina, não fazia ideia que você é esse turbilhão de coisas boas e aguçada inteligência. Fico te observando na sala e, você é a única pessoa que nao expressa absolutamente nada, sempre reclusa, por quê? Você parece funcionar à velocidade da luz e ao mesmo tempo uma letargia intrigante...

(detalhe: não to escrevendo isso por promoção)

Respondi: É que quero confundir os que não me conhecem. Serio que eu dou a impressão de estar sempre distante ou chapada?

Rimos...

Sabe o que é professora, na verdade eu evito a curiosidade alheia até decidir se estou interessada o suficiente para interagir com os outros.

Quando eu tinha 13, 14 anos, eu saia da escola e visitava cemitérios, achava divertido ler as lápides, saber que umas são mais bem cuidadas que outras. Pensar na vida daqueles que se foram, ler seus nomes, datas de nascimento e morte. Eu até namorei uma vez lá. O cara não gostou muito mas se meu irmão ou Pai me visse, ele era mais um deles pra eu visitar la.

Hoje não visito mais cemitérios,o tempo me tomou, mas se você ficar uns 15 minutos lá, vai perceber que sua dor não cessa, mas diminui.É a forma que assumia e posso reassumir novamente para aceitar meu vazio das coisas, tendo assim a consciência do nada.

Sem essa minha (como a professora falou) intrigante letargia e velocidade da luz, a vida não é suportável.

Mas ate que ponto você será aceito pelos outros com seu modo de ser, de se recriar diariamente?

Sinceramente, não espero mais.

Hoje vi que mais alguém é meu seguidor aqui no blog. É homem, me lembrou Zé Ramalho.

Espero que ele não seja mais um querendo voar para as profundezas do mundo dos meus textos, e indo bem mais fundo, muito pensativa, chego a conclusão que não existe nada mais difícil que entregar-se totalmente. Como quero ser sempre.

Talvez essa seja a dor humana mais fodha em se aceitar. Aceitar quem você é e, quem você quer ser para os outros.

Eu não sou a Amy Winehouse, graças a Deus, mas se fosse não te daria a mínima importância para o que você pensaria de mim.

Me veio a cabeça a minha avó Angelina.Que nunca deu um murro na mesa nem mandou o meu avô pra casa do caralho. E nunca vai reencarnar para viver novamente essa vida arcaica que ela teve de viver.

O pior que quando minha família ler isso ainda vai me julgar em está falando da vovó.

Como diz meu amigo cearense Valter: FIUK YOU BEIBE!!

Qual o preço de viver mais?

Eu queria muito esticar minha vida na terra. Porém, todavia...Um dia chega e chega.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não te preocupes Julie, quando o dia chegar...a gente não vai estar nem aí, literalmente! É o que eu tenho respondido às pessoas que ficam preocupadas se serão cremadas ou enterradas.
Mas ainda bem que a gente só vai morrer amanhã, e como dizia um sobrinho meu, berrando, injuriado, toda vez que lhe prometiam alguma coisa, mas pra amanhã: "Que merda...amanhã nunca é!"
E se amanhã for "o dia", pra pessoas como nós, que viveram tão intensamente, ...nascerão flores em nossos túmulos!
SDS
Carlos(cgrassioli@hotmail.com)

Adao Braga disse...

O preço de viver mais?

No quantitativo:

- Talvez a dor de ver todos morrerem antes de nós.

No qualitativo:

- Desperta inveja!