terça-feira, 12 de abril de 2011

Onde mesmo é esse lugar?



 Conheci cada letra do seu alfabeto, conheci o vento rumorejar em cada escrito com avido e brilhante um coração ansioso. E toda força do que sentia me fazia planejar uma nova aventura que nunca aconteceu.
O verdadeiro amor é suicida. E para atingir a ignição máxima, deve ser condenado: a consciência da precaridade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vive-la enquanto morre e morre-la enquanto vive, sendimentando o espírito. Esperar que a montanha russa se acabe no ultimo girar dos corpos.
E é necessário que acabe como começou, de golpe cortando rente a carne, entre soluços e agonia, querendo e não querendo que acabe, pois o espirito humano não suporta tanta realidade, como falou um poeta maior sem que eu reconheça seu nome.
Quem conheceu o delírio dificilmente se acostuma com a antiga banalidade.
Não era verdade o sonho?
E assim é: a mais delirante paixão, como se a felicidade não pudesse ser verdade.
Mas então esta tudo acabado? Tudo impregnado na ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada roupa e te fere, inesperadamente, quando abre a gaveta. A Náusea. O livro de Sartre. E te fere não que ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque não está: esteve.
É preciso esquecer, tolerar a rotina do dia a dia, tolerar o passar das horas inercia, a conversa burra, o cafezinho, as noticias do noticiário local...e o mundo é incomensuravel de inutilidades.
O amor é uma doença como outra qualquer, que se ama ate o que não se conhece.
Continuo a dizer: mente confusa, existência confusa, textos confuso. Há porem, exceçoes - e dessas exceçoes vive a irrenunciavel esperança de viver o sonho. Cada qual tem seu gosto, sua cólera seu roteiro de prazer e dor.

4 comentários:

Tatá disse...

Por ora achei que esse mapa aí fosse da minha cidade... E, mesmo na tua confusão de palavras, de pensamentos e etc, encontro uma mola propulsora totalmente revestida de uma esperança linda. Gosto de ler você, mesmo quase nunca comentando aqui.
Bjs de carinho, Tatá

Adao Braga disse...

Quem é que disse que só se tem orgasmo quando se faz sexo?

No centro, sinuoso como o rastejar de uma serpente, o rio Muciri.

O ponto preto no centro, é a pedra Bueno.

A marca branca branca, na sombra da nuvem sobre a pedra Buena é a casa de meus pais!

Ai nasci. Ai vivi 20 anos. Faz três meses que ai estive.

Mensagem recebida. Mensagem entendida. Prinsioneiro de palavras. Prisão de compromissos!

...

um cheiro carinhoso

Anônimo disse...

Esse lugar? Ai é o lugar físico. Aqui é o lugar abstrato. Relativo. Absoluto.

Vivo tal qual aquele deus da mitologia que os corvos todos os dias lhe comia o fígado. E como imortal que era, na manhã seguinte, regenerado que era, passava novamente pelo sofrimento de ter o fígado comido pelos corvos.

Além disso, o sol aquecia a rocha em que ele estava amarrado por poderosos correntes.

Um cheiro carinhoso!

Eu te amo calado
como quem ouve uma sinfonia...

POEIRAS AO VENTO disse...

Para o anonimo: De silencio e de Luz...