quinta-feira, 28 de julho de 2011

Carlos Grassioli, leitor de almas

No post anterior, Carlos Grassioli deixou um recado, e ao ler, me sensibilizei tanto que chorei, chorei e alivei toda minha dor, oriunda, sei, dos excessos internos que o corpo nao recebe como a desgarga da alma. Desde que nascemos, começamos a morrer (alguem disse isso). E, só Deus saberia encontrar o caminho dentro daquela noite... Somente uma determinada personalidade necessitará de muitas vidas. O evoluído é bem mais condicionado que o involuído; este estará mais sujeito a desajustes.
Tive muita vontade de fazer tudo para voltar aos primeiros tempos. Mas sempre houve outro fator, terrificante, um novo sintoma, que não permitia mais a mínima reação - a depressão... O esforço necessário não havia para as mínimas coisas. Compreendidamente desarranjada pelas paixões vulgares e sem sentido. Diziam-me com carinho: quanto maior for  sua responsabilidade, maior a ferida. Eu- triste completava: Eu sei, mas quero mergulhar no abismo e ver o que existe lá, alem da noite e silencio; e continuava melancólica, encarando uma tristeza doída, vital. 
Abandonei o trabalho pelo desanimo total que era portadora. Não procurava os amigos, não tinha condiçoes para buscar quem quer que fosse.
Recolhi-me do meio familiar, onde existiam ainda, condições de alento. Ao mesmo tempo, ocultei-me dentro de mim, e avaliei, nos matizes da própria dor, o abismo em que me precipitava conduzida pela invigilancia. E eu, pensava... Pensava... E, resisti a às pressões do abismo, vou caminhando com certo amargor e esperando por novas possibilidades...
Sei que todos terão sempre o nosso amanha positivo, mas é imperioso semear o terreno para a devida colheita. Mas, acho as coisas da vida tão interessantes.Com a pressao da agua, subo com muita velocidade ate a superficie, meu poço tem mola, que me joga pra cima quando começo a cavar minha cova com meus proprios pés. Algo que vejo na neblina chuvosa que encontrei no monte Roraima.
E seus olhos que são tão interrogativos que agora me lê, entenderão a dura sorte e dor que acompanha uma “alma tão sensível” que não cabe nesse mundo. E todo o suicida escolhe a morte como forma inequívoca de demonstrar sua grande e insuportável paixão pela vida.

VALEU CARLOS!! OBRIGADA POR SEM SABER, LER MINHA ALMA COM SUTILEZA


6 comentários:

Carlos Grassioli disse...

Julie, primeiro um susto, depois a mais verdadeira comoção, diante das tuas palavras, mas preciso te dizer que eu só consigo ler almas, nas quais eu me reconheço e com as quais eu me identifico.
Sofremos do mesmo "bem", por termos escolhido, para nós, almas maiores que o nossos corpos, por isso somos como o mar que estou vendo daqui, neste momento, que por não caber no mundo, está sempre se derramando.
Um grande e fraterno abraço,
Carlos

Adao Braga disse...

Eu concordo!

Fátima Camargo Alegretti disse...

Queridos,
Me sinto tão feliz de poder ter este contato com vcs...
Estou na janela e chove lá fora, uma chuva forte e grossa como nossas lágrimas virtuais!
Mas o sol sempre retorna, seca o caminho, e aí,precisamos seguir...
Fátima

Florianopolis disse...

Sou escritor e musico.
Sempre venho aqui.
Gostaria que soubesse que voce
é genuinamente uma alma perdida
Que ao mesmo tempo sucumbe
Que se alimenta de si mesmo
O que é otimo pois,
assim, nao suga energias de outros
Que a maioria o faz.
Voce é uma porçao do chamado "assedio moral", porque nos faz chorar, quando diante dos tabus masculinos escondemos o choro por amar demais.
Gosto de ler voce.

Fátima Camargo Alegretti disse...

Sempre venho até aqui..nem sempre sei porque, mas uma coisa sei com certeza, venho sempre cheia de amor...
Um beijo querida

Fátima Camargo Alegretti disse...

Julie,
Gosto de saber de ti...não te ausentes muito...não vás muito longe, para poder voltar sempre!
Voce hoje é uma pessoinha importante para mim porque fazes parte do meu pequeno universo amoroso!
Bjinhos querida
Fatima