segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O sexo o sono e a menininha


Eu gosto de sexo. Mas eu adoro o sono que é meu inimigo intimo. conquistá-lo depende do meu corpo, porque somente por exaustão que ele responde a invasão do sono. E gosto do sexo antes do sono, depois do sono e durante o sono. Mas sem o sono, já não confesso nem confirmo se gosto tanto do sexo assim não.
O problema é quando levanto porque tenho pavor em pensar que milhões estão fazendo a mesma coisa. Levanta eu, meu marido os sete filhos, levanta as secretarias, os professores, meus vizinhos, os pais dos amigos dos filhos, os colegas de trabalho. É barulho, é chuva, é vento, é transito, é o Datena na TV, radio. Ai sinto falta da minha infância que eu não notava tudo isso. Meus dias são tão corridos e ninguém percebe isso. Alguns ainda tem a coragem de me dizer, não os julgo, entendo. Que me vê como uma dondoquinha. Eu, isso? Hahaha. Por isso, quando digo que não adianta falar de mim, pois cada um vai me ver com os olhos que deseja. Meus dias são tão mirabolantes que acaba sendo mais prazeroso dormir ao lado da pessoa que amo, perder uma noite de sexo selvagem. Principalmente quando começo a acariciá-lo e ele logo pensa que quero sexo. Será que isso acontece com outras mulheres?
Não gosto de motel, frequentávamos alguns, mas começamos a descobrir os defeitos, uns nos deram várias surpresas, como a camareira entrando bem naquela hora... puts, ficava pensando nos vários romances e desfecho de romances proibidos, gozos  presenciais daquele colchão. Passei a não curtir motéis, demos um tempo. Voltamos para a bagunçinha do nosso quarto que me trouxe mais graça e afeto. Apesar de estar em outros colchões semanalmente em hotéis, que não deixam de me dar 200 kg de neuras em pensar nos amantes das punhetas. Culpa das viagens obrigatórias.
Também reclamo do meu quarto, mesmo me tirando os 200 kg de neuroses que os motéis e hotéis me trazem,  aqui eu posso pensar  com intimidade. E, logo nas preliminares, a fresta que a parte de baixo da porta proporciona, me deixa ver a sombra de uma menininha de 5anos, batendo suavemente na porta  dizendo: papaaaiii, mamaaee, não consigo dormir, to com medo! Abre a porta pra mim?
Abrimos a porta, a acalentamos ate voltar a dormir e devolve-la ao seu quarto. Então, o marido volta todo animado. E começo a acariciá-lo e digo logo: só to querendo dizer que to com sono... Cansada. Então ele cola seu corpo no meu, arruma meus cabelos, me abraça com tanta intensidade e diz: Entendo você, também estou com sono. E fazemos amor de tão próximos que estávamos. Concluo que sexo também é compreensão. Ele sabe em qual colchão ele tem o prazer merecido.

3 comentários:

Adao Braga disse...

cada linha em cada paragrafo uma reflexão.

Nunca fui em motel. Nunca fizemos sexo, amor ou dormimos em hotéis. E, PH nunca deixou de dormir entre nós. Por necessidade dele, e por, desconfianças nossas. Ele sonambula e sai andando pela cidade.

Sim! Também acontece com outras mulheres. Nós homens somos assim. Normalmente se pensa e quer que todo carinho termine em sexo. E o contrário também!.

E, gostei muito das revelações destes últimos textos

Fátima Camargo Alegretti disse...

...como me vejo em teus textos...
Uma dor suave porque misturada à necessária submissão à vida...ou a nós mesmas...ou a outros...não sei.
bjinhos minha querida

Anônimo disse...

ate que enfim alguem revela o que a maioria das mulheres sentem e, acabaram secendo para o marido por medo dele arrumar outra na rua