segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Saber esperar

Se eu não puder ser quem sou, valeu a pena viver? Para mim não. Já acho a vida e o mundo muito chatos. Sem autenticidade.
As pessoas tem medo de falar de si, de expor a si mesmo. Pensam logo que o outro vai fazer cara feia, de perder espaço naquele meio que ele pensa ser o deleite dele.
Sou de debate, não de discussão, não gosto de ficar agradando para ser aceita. Quem tem que agradar é garota de programa.
Para mim ter minha bicicleta é mais fascinante que ter quinhentos amigos no facebook. Nada contra quem tem, mas acho um vazio de pensamento. E a privacidade esta em decadência, esta sendo engolida, mal digerida e sendo expurgada. E ela só existe porque tem uma zona de segredo de algo que nunca pode ser exibido, ai se bloqueia as fotos, os vídeos, os desconhecidos. Então as redes sociais não são redes sociais, são redes pessoais onde escolhemos quem fará parte do nosso mundinho. É um desespero incomum, tem a ver com a solidão, e a solidão é natural, todos nós temos e quando encontro pessoas que me identifico como o tio do "animus pensante", que combina pensamento e tempestades comigo, que compreende e acolhe a minha solidão, eu passo a compartilhar a solidão um do outro.
Eu sei que não escolhemos nossos sentimentos, mais eu sei o que escolher fazer com ele. Com a depressão e a tristeza, não dá pra fugir dela com tantas cartazes individuais, mas dá para escolher um caminho de iguais, alguem sempre vai aparecer e voce saber com quem dividir.
Sei que os julgamentos serão muitos, não ligo. A vida pra mim é como um saco de merda, e eu sempre soube esperar que aquela merda toda, iria torna-se adubo e dali saber que algo bom iria brotar. É só saber esperar, esperar...

4 comentários:

Adao Braga disse...

combinou comigo!

Fátima Camargo Alegretti disse...

Você é muito especial.

Anônimo disse...

eu chorei, voce é muito intença

Carlos disse...

Com muito mais “oras de vôo”, do que você, mais de meio século, posso de garantir que vale, sim, esperar e agora, por exemplo, depois de uma longa viagem, volto pro meu cantinho , pro meu “quarto prisão, porão de insensatez, onde meu gemido de cão silencia” onde, também, porque soube esperar, cultivo e atenuo minha solidão com um excelente adubo que um dia já foi merda.
Com carinho
Tio do animus pensate.