sexta-feira, 2 de agosto de 2013
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Chegue MORTE, mas demore a vir
“Continue tentando escapar da vulnerabilidade essencial diante do imprevisível e da verdade sempre presente de que você vai morrer.”
sexta-feira, 22 de março de 2013
Desentendimento íntimo
Para mim Freud antes de morrer, deixou uma máxima que explica intimamente o ser humano. Perguntando por um de seus discipulos - Mestre, o que é para o senhor ser normal?
-Freud respondeu: Normal é a pessoa que sabe fazer duas coisas, e as faz bem: Trabalhar e Amar.
Queria muito entender o motivo em que as pessoas não sorriem para outras pessoas desconhecidas. Penso ser um gesto tao minoritário frente a tantos comportamentos mais íntimos...Deve ser por isso que os "suicidas" vão a orgasmos, quando encontram no elevador outro ser humano e estes permanecem em silêncio...
quarta-feira, 20 de março de 2013
Muito barulho por nada :/
D.E.T.E.S.T.O essas pessoas que vivem reclamando de seus empregos e de seus relacionamentos. Por isso que o meu é sempre PAPO RETO!
Se ate o PAPA abandonou o emprego, por que você reclama tanto do seu???
Eu sei, as pessoas são realmente programas complexos rodando sobre hardware do cérebro. Se meu marido possui um monte de circuitos dentro de si, por que isso deveria importar? Ele ainda seria um expert em calculo, saberia calcular as gorjetas, corrigir meu inglês e comprar passagens de avião baratas e seus olhos castanhos claros ainda se iluminariam todas as vezes que eu demonstrasse carinho expressivo por ele.
Dessa vez, quero responder sobre a "piadez" de ter ouvido: Você já passou por uma crise de identidade?
-Respondo: Minha crise de identidade esta passando por uma crise de identidade.
Papo pra quem não tem vivencias, certamente. Reprodução da moda, das superficiais, isso sim!
Identidade é, na verdade, um problema para todos dos tipos de coisas. Por exemplo, o seu corpo é idêntico às moléculas que os compõe? O seu estado mental é idêntico ao estado do seu cérebro? O Deus do Velho Testamento é idêntico ao do Novo Testamento? (meu amigo Jesus Apócrifo sumido dos blog saberia me responder).
Sou a novata em minha nova morada, fui colocada em apresentação formal a minha nova turma de estudos, e a professora queria conhecer a todos e ficava perguntando o nome, o que faz e do que gosta. Vamos...
Quem é você? - me pergunta...Eu sou eu mesma, mas não sou sempre a mesma. (meu bordão)
Nem quero comentar o que virou o comentário, daria um novo post. Comprometo-me a explicar se alguém conseguir entender, já que sou rotulada a loucura. Coitada da loucura, sempre acusada injustamente por nós.
Enfim, uma estatua é idêntica ao barro no qual ela é feita? Bem, a estatua é feita por um artista, o barro de processos geológicos. Quando a venda, dependendo do artista, é vendida por preços milionários, já o barro em si não é. De alguma maneira eles não são idênticos!
E pense na versão de si mesmo alguns momentos atras. Há algo verdadeiro de você agora que não é verdade do seu eu anterior, exemplo: Minha consciência do meu problema de identidade. Então, o segundo não é a mesma pessoa que o primeiro. Na verdade, a cada instante você fica mais velho, mas cada seguinte é de uma idade diferente do que cada você anterior, por isso, não pode ser considerada a mesma pessoa.
Resumindo, se é que consegui me fazer entender (isso tb não importa mais), a cada instante uma pessoa desaparece e surge outra.
Então, quem é você, exatamente?
Caras, minha humanidade não consiste em sentir junto com a pessoa como ela é, mas sim em suportar o fato de senti-la.
FOTO DO INTERIOR DO MUSEU THÉO BRANDÃO, ONDE ESTIVE EM VISITA DOMINGO PASSADO.
quinta-feira, 7 de março de 2013
Adônis na alma
Recebi este grande presente, uma revelação surpreendente para mim!
OBRIGADA C.G ..Via Gamboa rsrsrs
Adônis
No
registro de nascimento constava como filho de pai desconhecido e sobre sua
origem paterna sempre pairou certo mistério.
Já
era quase adulto quando descobriu ser fruto de uma espécie de incesto. Sua mãe, ao perder o pai na adolescência,
havia tido uma relação com o padrasto , o novo marido da mãe, sua avó.
Era
filho do homem que até então ele chamava de Avô.
Na mesma ocasião ficou sabendo,
também, que o médico que o havia trazido ao mundo, amante da mitologia grega e
conhecendo sua história, sugeriu à mãe que lhe desse o nome de Adônis.
Uma
pessoa reservada, de poucas palavras. O necessário, somente o necessário diz ele,
até hoje.
Foi
assim desde criança, não obstante sua
mãe tivesse feito o possível e o impossível para que ele se tornasse uma criança “normal”,
igual às outras.
Interpelado,
pela mãe e pelos professores, a todos surpreendeu, sempre, com a mesma resposta:
“eu prefiro escutar o silêncio”.
A natureza privilegiou Adônis com um corpo atlético, um tipo
de beleza serena, quase perfeita, que lhe confere um porte altivo, orgulhoso e uma
nobreza natural, que o faz merecedor do nome que tem. Traços esses dos quais se
utiliza para camuflar ou disfarçar, mais que uma natureza frágil, uma sensibilidade
fora do comum. Muitas vezes, por sentir
a nítida sensação de não caber em nenhum compartimento pré-determinado, não vê
outra alternativa a não ser a do isolamento. Mais do que um estranho no ninho, Adônis sente-se, muitas vezes, um estranho no mundo.
Com o tempo, revelou-se um expert em silêncios. Conhece todos os tipos: os silêncios de agora, os silêncios de outros tempos, os silêncios de outros lugares, os silêncios dentro do silêncio.
Evita
e não aprova qualquer silêncio imposto pelo medo. Por exemplo, o silêncio
construído em cima de palavras não ditas, que ele conhece muito bem, porque é
muito comum, principalmente, nas relações familiares e que com o passar dos
anos, como que se revestindo de camadas sobre camadas de um material transparente,
permanece ali, a vista de todos, congelado, cristalizado, para sempre,
resultando num tipo de desconforto crônico.
Aprecia
muito, o silêncio singular, que pontua a expectativa que precede o início de um
espetáculo cênico. Normalmente, de
imediato ao último sinal, apaga-se a luz da platéia; então o som morre, dando
lugar ao silêncio absoluto, até o momento em que o palco se ilumina, ao mesmo
tempo em que o som renasce em forma de musica ou através da voz humana.
Ele
entende que é justamente nesse pequeno intermezzo, entre o último sinal e o
início do espetáculo, quando o silencio então se torna soberano, que se abre o
espaço para a magia da comunhão plena e perfeita, entre palco e platéia.
O silêncio
da mata, da montanha, o silêncio dos antigos cemitérios à beira da estrada, o
silêncio dos lugares ermos, das taperas, das casas velhas vazias, abandonadas,
o silêncio denso do deserto, onde esteve
uma única vez, o silêncio do templos religiosos, das ruínas, esses são os
preferidos de Adônis e onde ele costuma recarregar suas baterias.
Além
de grande amante dos silêncios , foi desenvolvendo, naturalmente, também, um
talento especial para descobrir, em lugares absolutamente isolados e
silenciosos, o ambiente ideal para alguns prazeres secretos e solitários.
Como
aquele parque de dunas, um pequeno deserto, entre a montanha e o mar, que ele
consegue ver da janela do seu quarto, no alto do morro. É um dos seus lugares prediletos e que no
outono, sobretudo nas noites de lua nova, quando o céu é todo estrelado, lhe
proporciona, como que em dois atos, momentos de raro prazer. Um dos seus
prazeres solitários e secretos.
Normalmente
no mês de maio, após as chuvas de março e abril, formam-se entre as dunas,
pequenas mas profundas lagoas, limpas,
cristalinas, de água da chuva.
Adônis
desce o morro ao entardecer, chegando num horário em que de hábito ninguém mais
passa por lá. O sol se pondo atrás das montanhas cobertas pela mata, em
oposição ao mar, oferece um espetáculo outonal de luz e cor púrpura de rara
beleza, ao qual o espectador assíduo, andando pelas dunas até anoitecer por
inteiro, assiste sempre embasbacado, como fosse a primeira vez.
A
noite, ao descer lenta, faz o tempo perfeito entre os dois atos.
Então a brisa, como uma escultora invisível, tocando levemente a areia, levanta uma tênue poeira que, tocada pelo azul noturno, torna-se aveludada, fosforescente, quase prata, dando início, assim, ao segundo ato.
Então a brisa, como uma escultora invisível, tocando levemente a areia, levanta uma tênue poeira que, tocada pelo azul noturno, torna-se aveludada, fosforescente, quase prata, dando início, assim, ao segundo ato.
De
tão silenciosa, a paisagem é quase lunar e as e pequenas lagoas, como num passe
de mágica, transformam-se em gigantescos cacos de espelhos, de formas variadas,
e salpicados de estrelas , espalhados entre as dunas.
Adônis,
como de costume, sobe o cômoro mais alto, que forma a lagoa maior , mais
profunda e prepara-se para um instante quase de oração, despindo-se ,
lentamente, inclusive, da condição humana.
Em
seguida e totalmente nu, sentindo um leve arrepio pelo corpo todo e já com a
respiração alterada, é invadido pela
sensação do prazer pleno e sensual, que precede o momento de
gozo e ao ganhar asas, lança-se
no espaço, num mergulho-vôo,
quase cego, que de tão perfeito,
ao penetrar e fecundar a água, produz um ruído mínimo, igual ao do peixe
voador ou de uma lança.
Ao
vir à tona, extasiado, tem a nítida sensação de estar se banhando em retalhos
de firmamento que, ao desprenderem-se da abóbada celeste, em estado líquido,
colaram-se ao chão.
A temperatura dentro da água é tépida,
uterina.
E ele gosta de ficar lá...
... Para sempre!
... Para sempre!
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Relações passageiras
É, ontem o dia não foi tao brilhante. Pra mim foi, eu acho que não foi pra quem me critica. Não! Jamais serei ríspida, posso ser aquela clássica "carioca" dos "porras" "caraca"...E se tirarem realmente do sério (coisa rara) sai uns filhos das vacas pra cima. Juro!
Muito me zombam das minhas extravagancias, me rotulam de louca, maluca, doida, perturbada, e adjetivos que mais os agradem. Eu não me importo, estou satisfeita comigo mesma.
Primeiro que eu nado (de nadar) todos os dias, quase que no mesmo horário (5:15 da manha) no mar que desde minha infância, sonhava em conhecer. Um dos mais lindos que vi nesse ainda pequeno trecho de vida.
Dou imenso goles de vinhos e destilados misturado com aquela bebida que dá asas, sabe? Sempre em homenagens aos mais amáveis prazeres que sinto. E sinto que no fundo os amigos, aqueles mesmos que me rotulam, gostam da felicidade que lhes ofereço, do que falo e eles caem às gargalhadas.
Não seria menos ridículo passar a vida numa loucura do que numa vida de FORCA diária?
A grande verdade (minha) é que para os "normais" , eu, louca, nós loucos, somos caracteres desonrados aos olhos destes. Mas explico com alegria. A desonra é um desses males que eu não sinto, expulso logo esse sentimento desagradável de mim, que parte "DELES".
Todos esses insultos destinados aos considerados loucos, pelos ditos normais, só prejudica quem os admitem. Um mal não é um mal para quem não o sente. E assim, saio rindo pelas ruas, vivo de acordo com meu nascimento, educação, natureza e bolso. Não fico de remorsos por conta de uma má consciência.
Não conheço temor, nem ambição, nem tortura, muito menos, vergonha.
Estou sempre feliz pra me aproximar dos brutos, que dia e noite vivem suas inquietudes que dilaceram suas almas descontentes.
Eles nem desconfiam como posso ser estável em algum momento, mas estou sempre me modificando nos detalhes, e sei disso quando percebo que, os amigos mais riquinhos sempre são os mais infelizes, e desconfio que seja porque eles raramente terão alguém que lhes digam a verdade de verdadeira grandeza.
O dinheiro deles o fazem ter amigos que bajulam eles, estes nunca dizem a sinceridade pertinente de uma amizade. Sempre concordam ou dão sugestões que não seja no diminutivo. Não vá de encontro às concordâncias da sociedade.
Capite? A vida dos meus amiguinhos riquinhos, é anonima ou impessoal, se comparada aos que a vivem sempre aceitando sua natureza.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
O silêncio destrói tudo
Detesto quando alguém usa minhas próprias palavras para dizer que aprendeu algo. Porque nesse instante eu posso ter ensinado o eterno (vir-a-ser em si), aquilo que pode vir a ser o prazer da aniquilação...
-Mãe, o silencio destrói tudo! Eu percebo, e você me ensinou isso!
Pior que o o mais corrosivo acido!
Sempre achei o silencio o profundo pior esgoto fétido ante-palavras. Esse começo é singular sobre todas as medidas. A mulher é indizivelmente mais má que o homem, e também mais esperta; onde a bondade da mulher é uma especie de degeneração... E não adianta deixar recados contrários, porque deveríamos ser Homem e Mulher a mesma criação, não a re-criação, ou se preferir a re-creação intima dos olhos que despem através da pele.
A própria moral como sintoma de decadência na qual, a essa altura, alem da lamentável conversa fiada sobre otimismo e pessimismo, eu não chegava com as duas conclusões nascidas da abundancia. Um dizer, sim, sem reservas, ate mesmo para o sofrimento, para a culpa, para tudo que é discutível e estranho para a própria existência. Nada nesse "sim" pode ser subtraído, nada nele pode ser considerado dispensável.
E para compreender isso é preciso ter coragem e a condição para que ela exista: Um excedente de forças, pois, precisamente longe quanto a coragem pode ousar adianta-se, é o que determina a medida das forças com as quais a gente se aproxima da verdade.
O discernimento, o dizer "sim" à realidade é, para o forte, uma necessidade tao grande quanto a covardia e a fuga da realidade- o ideal- é para o fraco. Desde sempre subjugado sob a inspiração da fraqueza.
O silencio fareja a decomposição.
E tive que reconhecer aquilo que mais se aparenta a mim entre tudo que foi pensado ate aqui.
A lição do eterno retorno...
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Pássaro sem voo
Uma coisa sou eu, outra é o que escrevo. Eu faço de maneira tao relaxada, tao livremente do que você pensara, tanto quanto me for conveniente.
O tempo não chegou pra mim, alguns nascem postumamente.
Ainda irei criar uma instituição que ensine disciplina de interpretação e sera ensinado como compreender o ensino e a vida. Sera uma contradição total a mim mesma esperar ouvidos e mãos para as minhas verdades de hoje em dia: o fato de hoje não me compreenderem, o fato de não saberem o que fazer de mim é apenas compreensível porque todos que tentam me compreender , me parece querer parecer a coisa mais correta desse mundo. Eu não quero ser confundida e disso faz parte o fato de eu não confundir a mim mesma...Pura babaquice própria de mim, dessa vontade de permanecer na solidão E mais uma vez não saber explicar porque me sinto tao feliz no silencio, e nesse sentimento de distancia.
Tenho escrito alguns contos, cronicas pois pretendo lançar um livro. Nao sera um livro de sucesso. Nao menosprezando a satisfação que a inocência me proporcionou por tantos vezes ao dizer NAO aos meus escritos. É que muitas pessoas me dizem que meus escritos sao pesados e confusos, que na maioria das vezes ao ler, parece que eu pretendi dizer mais apenas pensei. Demasiadamente pesada. Oras, escrevo sobre fatos que vivienciei, é verdade pura, alem do bem e do mal.
Quero apenas que me veem pela coragem com que eu me empenhava em escreve-lo com a fome em acabar com todos os sentimentos decentes que nos livros mais badalados vem sem a vulgaridade verdadeira, sem as expressoes dos conteúdos, todos quase sempre, voltados para a venda certa do mercado.
É um livro que só fala de vivencias que se encontram alem das possibilidades de uma experiencia frequente, ou ate mesmo rara. E esta é minha experiencia media, e caso quiserem a originalidade da minha experiencia, sera os que acreditou ter entendido alguma coisa de mim. O minimo que espero, sera umas seis frases entendidas, terei no intimo satisfeito meu interior e exterior. E quem não entender nada de mim, negou inclusive, o fato de considerar minha importância. Nao se sinta insatisfeito, o fez pelo mercado capitalista.
Só não quero perturbar o descanso noturno de ninguém Tenho entre meus amigos as mais diversas cobaias nas quais testo as mais diferentes, instrutivamente diferente, reações aos meus escritos.
Nao se preocupe pois, não cito suas experiencias, somente as minhas onde venho de alturas que pássaros algum jamais voo, conheço abismos nos quais pé algum um dia se perdeu.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
O Infarto
Ao amanhecer,
Depois dos cumprimentos matinais de filhos em escola,
Deixo o carro na garagem e vou ate a padaria do bairro,
Antes, passo na banca com o sr. Jose, dou-lhe bom dia e sigo,
Na padaria, nunca fomos de papear, visto que seu Douglas é um senhor dos seus 55/59 anos
E nunca fez referencia, a saber, quem sou, ou quer queira, eu saber quem ele é.
Apenas, o bom dia de todos os dias e prepara um delicioso café, pãozinho de queijo e broa, como se fosse para o grande amor da vida dele.
Certamente isso é o de melhor que observo nele e, de certo o melhor que ele pode oferecer aos seus clientes, fazer com gosto e amor.
Hoje, foi tão diferente. Decidi seguir de carro todo o trajeto que costumeiramente faço a pé.Passei na banca seu Jose não estava, segui, ao chegar na padaria, não havia ninguém. Chego sempre muito cedo, antes das 7:00, o comercio no interior, só abre às 9:00, supermercado, padarias após as 7:00, então, chamei:
-Bom dia!! Oiii, Olá...Seu Douglas, o senhor esta ai?
Naquele momento pensei: Assalto? Saio, ou entro?
De maneira geral, me veio a angustia, que é um sentimento sem objeto. É uma sensação de vazio interior. Um aperto no peito!
Decidi por entrar, e lá estava ele, caído, entre a passagem interna de sua casa e o salão da padaria, com os olhos revirando, com a mão no peito, e com grunhidos de um voltar primitivo.
Um homem de 1,80m uns 90kg para um misero corpo de 1,67m e 56kg, quanta covardia e injustiça entre peso e estatura!
Foi minha única maneira em ajuda-lo, tirei meu sutien, passei por baixo da cava das axilas, entre os braços, torci e puxei, e puxei bem devagar ate o salão da padaria, e fui puxando ate a porta. Onde sabia que anjos poderiam surgir com suas mãos e ajuda-lo com veemência.
Um carro parou e disse: O que ele tem?
Só lembro de dizer: abra a porta do carro e me ajude a carrega-lo!
-O homem disse: Você é filha dele? Respondi: SIM! Por favor, feche a padaria e chame o vizinho!
E ao coloca-lo em meu carro, fui direto ao hospital. Não tive tempo de pensar em outra coisa a não ser dizer: Seu Douglas, preciso do senhor vivo, seu pao de queijo é delicioso e seu pãozinho moreno crocante não existe igual!
Enfim, entregue à mãos da equipe medica, fui perguntada meu grau de parentesco.
-AUDÁCIOSA. Respondi.
Hã? –pergunta a enfermeira.
-AUDÁCIOSA. E sai.
Avalio-me como uma mulher inteligente e não aventureira, pela quantidade de incertezas que sou capaz de suportar. Para mim, suportar não significa sucumbir, mas resistir às incertezas e continuar.
Soube pelos vizinhos que queriam saber quem o socorreu...Ficou uma semana na UTI e mais 4 dias na enfermaria, se recuperou e esta em casa. Resultado, um infarto.
Ai minha mae pergunta: Poxa, você socorreu o HOMEM da padaria, nem ele nem a família veio te agradecer?
Renovação pelo outro, mãe.
Eu não concordo que as pessoas devam te agradecer por algo bom que você a tenha feito. Não implica dizer: sou educado, portanto, fulano, muito obrigada e blá, blá...
Esse nível de insatisfação que acompanha o pós favor, o pós, te fiz isso, aquilo... somente pessoas que buscam os mecanismos de RECONHECER, que significa, reconhecer a si mesmo, consegue se reconhecer naquilo que faz, se percebe, não se sente infeliz.
Aparece sempre usando uma moeda de troca.
Fez e pronto.
Existe um fosso entre o essencial e o fundamental, que levam as pessoas a ficarem profundamente incomodadas, são as listas do: “como”, por que, mas eu fiz isso, eu ajudei fulano...e por ai vai. Busque satisfazer a obra. Não satisfazer egos sociais.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Mesmo na Sarjeta é possível ver o amor
A mais importante de todas. É descobrir quem somos e nossas prioridades.
Escolhi a partir de ontem, isso vai ser minha lei. Se descobrir e decidir viver pra mim. Porque se eu morrer, morrerei apenas pra mim.
Passei muito tempo na sarjeta, mas sempre olhando para as estrelas...Tentei ser natural e o pior fracasso é descobrir que é o mais dificil das poses.
Para as pessoas, o que vale é exatamente a vida que nao levamos.
Quero minha vida nova, exatamente como ela caminha, o simples, o contemplativo e o coraçao cheio de amor.
Meu carinho,
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
O inferno de Auschwitz
Os atos alheios nunca deve justificar os nossos. As dificuldades da vida não devem nos endurecer ou ate nos transformar em pessoas cruéis, ainda que no final seja uma opção pessoal...
Lendo sobre a historia dos judeus e blá.blá...Alguns judeus chegavam à exaustão que cometiam crimes contra seus parceiros de cativeiros, uns se embruteciam e enforcavam crianças e quem mais à frente estivessem, outros se compadeciam alem de sua própria dor e ajudava os demais...
Lendo sobre a historia dos judeus e blá.blá...Alguns judeus chegavam à exaustão que cometiam crimes contra seus parceiros de cativeiros, uns se embruteciam e enforcavam crianças e quem mais à frente estivessem, outros se compadeciam alem de sua própria dor e ajudava os demais...
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Tudo, nada, para sempre, nunca
Hoje encontrei um grande vazio. No banheiro, ainda seu vestígio ..Toquei naquela toalha, senti seu cheiro, por instantes seu corpo me abraçava por trás e um leve beijo na ponta da orelha, senti.
O amor pela própria imagem, a consideração pelos outros e nossa autoconfiança saudável onde faz com que todas as provas sejam insuficientes para nos incriminar, preferindo as circunstancias à outros a me julgar.
Entretanto, atravessar a rua e ouvir suas ultimas palavras sobre o "amor e liberdade", e o único e primeiro beijo me deixa um póstumo que me diz claramente: ate em nosso ultimo instante, soubemos estar a altura do grande papel que nos foi atribuído nesse encontro, narrado por essa idiota. Pois, alguns vivem de forma intensa, as vezes, trágicas, enquanto outros, vivem de forma suave e plena.
Mesmo ainda sendo incompleta e imperfeita, você tem tudo a receber de mim.
Lembra sobre a "culpa"? O pensamento só é livre quando não carrega o peso do lugar e das visões pré estabelecidas.
Estive bem perto da realidade, do possível, do AMAR com bastante humor e sem excessos...
Quando perguntado: Desde quando você passou a me amar?
- Quando me escreveu aquilo...
Eu passei a te amar desde que vi em seus olhos que se nasce para fazer o bem e ao faze-lo, foi o suficiente para preencher minha vida. Demais coisas podem me ser roubadas, mas a verdade nunca, eis...TE AMO,
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
O Gato
Eu sempre amei animais, mesmo os mais terríveis. Fico indignada quando vejo pessoas que adquirem bichos e depois se lamentam quando os mesmos não cumprem as regras de convivência impostas pela nossa sociedade *humana...Como são sádicos e autoritários, determinam as leis e as transgressões que assim, se submetem às instabilidades da variedade de tantos -eus- Uma sociedade narcotizada pelo habito do mau disfarce, ou má consciencia.
Quem é quem para punir?
O que é crime? Se cada um é um?
O que a pena faz? Bater em animal? Dois gêneros...Se é que me entende...
Resta encarar de frente a situação social doente de ver humanos com caras de felizes passeando com raças caras e mostrando sua fragilidade diante de um monte de merda!
Daozin - http://adaobraga.wordpress.com/...Esse agora é um gato!!! Especial.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
A Solidão da Liberdade
Eu, por um milésimo de segundo, ou talvez mais, julguei que se tratasse do silencio noturno em pessoa. Fiquei esperando ele voltar, esperei, esperei e adormeci. Coisas do sono mal combinado. Acordei e deu uma imensa vontade de chegar ate o pátio da minha cobertura. O frio estava a 14 graus, chuva fina e muito sereno. Quase imediatamente compreendi que o *sereno* era um vigia noturno,uma especie de anjo da guarda interiorano e municipal. Tentei aguentar a coragem de permanecer ao frio, tremi, tremi...A solidão ou é matéria composta da liberdade ou a coletividade democrática do não entendimento. Minha degradação ao frio não tinha limites, reuni minhas forças e movimentei o corpo numa esperança de não sair dali e vencer o frio...Queria sentir o vento, aquele vento que sou. Entender entre a solidão e a liberdade e me prender sozinha possuindo um amor-próprio mas, querendo vence-lo a qualquer custo. Nunca imaginei ser tao amada. Meu gato veio ate mim e, enroscou seu pêlo molhando-se aos poucos como num suplicio de dó em minha tentativa em vencer a solidão.
Eu confio na minha covardia futura. Eu vou amar no mesmo ritual com que já nasci. Pelo menos *ele não estava sozinho como ontem eu estava. E ontem eu pelo menos rezei para sair viva de dentro de mim mesma. E toda vez que eu vivi a verdade foi através de uma impressão de sonho inelutável, inexpressivo e que não se conhece sua verdadeira objeção. Mas como te falar, se há um silêncio quando acerto? E você estava tão próximo de mim e ao mesmo tempo tao longe...Amar, amor...explica Velha Julie!!! Explica...
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Minhas mãos cheia de palavras
Se eu encontrasse uma nave extraterrestre iria longo dizer: "Poxa caras, vocês demoraram pra vir me levar de
volta pra casa." Está ficando dificílimo de viver num mundo onde o ego
está tomando conta".
Eu diria: Coloca gás nessa geringonça e vamos roubar uma moto pra acompanhar um cara que eu admiro e convidar ele pra vir comigo...rsrsrs...É, hoje fique me perguntando como posso amar, sentir falta, imaginar se está tudo bem, se comeu, se ta num dia bom et cetera...Se apenas nos vimos uma unica vez? Com o toque apenas das mãos.Ele me faz crescer, ele me melhora. E me preocupo porque se um dia ele morrer, eu vou ficar menos, vou ficar menor. Gosto quando ele discorda, me desafia a pensar de outro modo. Não gosto de gente que concorda com tudo! Sempre pensei que excelência não é o status que você atinge na profissão, no cargo que ocupa, excelência é o horizonte, é as fotos postadas da satisfação, a satisfação que entorpece, adormece, que deixa num estado de tranquilidade. E alcança-se a excelência quando somos capaz de conviver, dentro da igualdade, com a diferença na atividade de cada um, ou seja, se cuidar e não se achar invulnerável. Ele me deixa assim, em estado de sinergia. Essa sinergia significa: "força junto" mesmo que seja uma distancia a diferença que nos une. A alma também deve vir vestida de estado ultrapassado para se entender. Eu não sou Tu, mas mim é Tu. Por isso, jamais poderei te sentir direto, porque és mim no meu silêncio. Ele me traz um prazer, de modo que é uma alegria inexpressiva mas, é um prazer delicado demais para essa grossa camada de humanidade que sou. Agora, como falarei de algo de um amor que não tem o que se sente? Me parece algo empoeirado, inocente e infantil esse meu pecado. Um barulho de folhas ao vento. Né, "velha Julie"?
Eu diria: Coloca gás nessa geringonça e vamos roubar uma moto pra acompanhar um cara que eu admiro e convidar ele pra vir comigo...rsrsrs...É, hoje fique me perguntando como posso amar, sentir falta, imaginar se está tudo bem, se comeu, se ta num dia bom et cetera...Se apenas nos vimos uma unica vez? Com o toque apenas das mãos.Ele me faz crescer, ele me melhora. E me preocupo porque se um dia ele morrer, eu vou ficar menos, vou ficar menor. Gosto quando ele discorda, me desafia a pensar de outro modo. Não gosto de gente que concorda com tudo! Sempre pensei que excelência não é o status que você atinge na profissão, no cargo que ocupa, excelência é o horizonte, é as fotos postadas da satisfação, a satisfação que entorpece, adormece, que deixa num estado de tranquilidade. E alcança-se a excelência quando somos capaz de conviver, dentro da igualdade, com a diferença na atividade de cada um, ou seja, se cuidar e não se achar invulnerável. Ele me deixa assim, em estado de sinergia. Essa sinergia significa: "força junto" mesmo que seja uma distancia a diferença que nos une. A alma também deve vir vestida de estado ultrapassado para se entender. Eu não sou Tu, mas mim é Tu. Por isso, jamais poderei te sentir direto, porque és mim no meu silêncio. Ele me traz um prazer, de modo que é uma alegria inexpressiva mas, é um prazer delicado demais para essa grossa camada de humanidade que sou. Agora, como falarei de algo de um amor que não tem o que se sente? Me parece algo empoeirado, inocente e infantil esse meu pecado. Um barulho de folhas ao vento. Né, "velha Julie"?
terça-feira, 18 de setembro de 2012
A volta de volta que volta
O amor da minha vida existe. E eu só vivi ate hoje para acreditar que ele existia.
No dia do meu aniversário recebi uma homenagem do blog do http://adaobraga.wordpress.com no texto:http://adaobraga.wordpress.com/2012/08/02/eventos-do-dia-02-de-agosto/. E fiquei surpresa com o "julgar" de um comentário no qual dizia que eu deveria estar em depressão. Bem, depressão todos apresentam, assim diz os estudos científicos, mas não era bem isso que havia acontecido comigo. Estou me dedicando a coisas que se fazem novas e, é preciso muita coragem para transformar a vida em segundos, como a vida nos transforma a todo momento, em segundos. Sou segundos e estou bem, bem viva e sentindo uma paz de equilíbrio. Já ouviu falar em "paz de equilíbrio"? Estava recolhida de mim mesma em um local distante, muito distante. Provando de novas experiencias, vivendo em comunidade oposto da minha, em língua diferente, costumes e comportamentos diferentes, comida exótica e doída ate chegar a boca. Espero ter sido para aquelas pessoas o bem que a mim fizeram.
Desejo um mar de coisas boas a essas duas pessoas que lembraram de mim no dia do meu aniversário. O primeiro me é muito amado e querido, não é só pelas histórias, ele se tornou minha história. A segunda pessoa, a que eu me refiro como a comentarista do texto, não a conheço mas, pelo fato de se doar a comentar sobre mim no meu aniversário, se torna a minha mais nova amiga virtual. Um beijo Luma!!
Estão, voltei! E estou com muita saudade da Fátima e do Tio Carlos...Beijos
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Vida e Morte de uma vida.
Eu amo viver mas já quero morrer, este mundo não me cabe...Eu não quero uma morte violenta, quero uma morte intensa...Não quero este céu inexistente, estas pessoas religiosas, não queria ouvir o que não acredito, não quero nem meu melhor amigo. Nem mais o procuro e, também não o assisto. O alheio esta sempre, sempre entrando, me invadindo...e quando me recolho tem uma sombra me procurando. Como numa frase de Fernando Pessoa: O homem é um cadáver adiado...Desfaço e falo, que o Homem é um cadáver adiado que procriam. Eu odeio a natureza humana, e amo a natureza intima do humano. Tudo isso também é falso, não quer dizer nada, como um lustre centenário caindo quer dizer tudo. Volto à minha fase secreta e impiedosa. Pensar em uma flor e cheirá-la, deixar que seu perfume me leve nas ilusões e depois, arranca-la e coloca-la num livro ate disseca-la completamente. Passando-se anos e, encontra-la sem saber o motivo de por quê ter sido colocada ali, na prensa das palavras e no livro da loucura.
Não, amigo. Nada de sessão Schopenhaueriana da dor e do sofrimento.
Reparou como minha família é grande? Eu é que sou pequena.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
As imaginações que assustam
Pensei em uma festa de fim de ano em que eu reunia todas as pessoas que eu tive ou que nao as tenho mais. Pessoas que vivi, pessoas que me viveram. Fiz um coquetel de carinho, gratidao e raiva. Tomaria tudo e ofereceria aos convidados um percentual da minha saliva, tudo numa entretroca. E a imaginaçao continuava a ferir, coloquei nesta festa, todas as empregadas que ja tive na vida. Pelo menos as que eu lembro. Para elas, dei uma cadeira para que sentassem. Para as que esqueci, manteria a ausencia com a cadeira vazia, assim como estao dentro de mim. Meus convidados masculinos alguns de ternos de marcas outros sem marcas nem ternos, mas em sintonia com os demais, se nao fossem suas bocas mudas e seus corpos presos em si mesmo. Mudos, como os invisiveis que passam por eles, assumidamente ditos normais, em seus dia a dia. Nao esqueci os PNE, me sao tao necessarios cita-los, nao por misericordia, mas por todo respeito. E todos estavam na mesma festa, repito: mudos, engessados. Somente presenciando o momento com seus olhos, unicos permitidos a navegar em proprio globo. As damas estavam sentadas com as duas maos sobre as coxas, num ato delicadissimo, com os olhos arregaladissimos tambem pois foram mais rapidas que seus cavalheiros a perceber meu veneno. Os cavalheiros em extase prisional sem entender o momento seguinte. Eu dançava, sorria, penetrava o olhar. Somente eu pudera mover, sentir o vento e a liberdade. Eu sou o veneno com que se nasce e roí a vida. Eu possuia o desejo real aos meus convidados. Mudos, engessados, enlouquecidos pela prisao humana. Na mais escura ignorancia.Com fomes e risos que eu olhava para aquelas pequenas mortes alimentando a minha vida inevitável. Eu percebia nos olhares dos meus afetos imoveis, que era somente eu que eles tinham naquele momento. Pelo menos uma vez, ou pela ultima vez, todos deveriam me amar, sem ter nada, sem ser nada. E tudo deveria ser pelo estado dos corpos naquele momento. Tinham apenas a mim. Obrigados a iniciar-se amando o ruim, a feia, a impura, a louca.
O presente final da festa, era dado a sensaçao que se tem os passarinhos quando fechados na concha das maos humanas. O passarinho se debate todo, perde-se as penas, os olhos quase sangram. E nós humanos temos a opçao de liberta-los ou prendermos em uma gaiola.
Presente a todos que estiveram nesta festa: Que sintam o desespero abafado de estarem preso em si mesmo. Aprendendo assim, como se ama ou, como se fazer amar os diferentes.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Decisores da Exploração
Se eu fosse Deus e se eu existisse entrava naquela bolha de ar que se formava com a chuva. Aquele pingo dàgua que caira sobre a arvore escorrendo pela folha e a expulsava para o asfalto, chegando ao chão formava a bolha que descia lentamente bailando como se aquele momento pertencesse somente a natureza. Ela dançava como os jogos de pin boll das maquinas dos parques de diversão, a bolha batia num pequeníssimo degrau do asfalto, e rodava, rodava e eu a seguia, imaginando sua leveza. Pura inveja! No plano capitalista que adotamos, a morte da pessoa so interessa os filósofos. A morte da mente não do corpo é preenchida pela saturação, apodrece, explode.
E lá se vão passando os pequenos cidadãos, tímidos sem se importar com a alagação, com suas humildes mochilas molhadas, enquanto os filhos dos novos ricos (neocapitalismo) assistem a tudo secos, com seus seguranças e suas S.U.V lançamentos. Pelo retrovisor assisto as inundações, trânsito bloqueado, gente desesperada presa dentro dos carros parados, gente enlouquecendo pela dificuldade de tocar o dia a dia. Gente que sente no corpo e na alma os efeitos de viver sob uma cúpula negra que determina sua alienaçao. Parece uma guerra, mas é só o capitalismo: bombando, enriquecendo alguns e empobrecendo o resto. Enquanto a cidade se torna infernal, se oferece aos que podem pagar o lenitivo de viver num condomínio imitando a Europa, ou nos mega apartamentos bem acima do chão, de onde se finge escapar da realidade urbana, econômica que deixa a língua arder de tanta ilusão. Polenguinhos, danoninhos, 50,00 na mao de crianças de 8/9 anos na cantina da escola, mas parecendo: pouca farinha? Meu pirão primeiro...
Contrapondo a professora que diz não entender meus usos materiais, onde ela se dedica horas a fio trabalhando para vestir-se elegantemente, comprar um Apto na Torre Del España num bairro nobre, eu simplesmente apareço maltrapilha, na frente dos BACANAS dos outros pais. Ela me afirma que isso tem a ver com: A pessoa é o que aparenta! Hahaha...Lamento, coisa do capitalismo também.
Cara professora, nas histórias de fadas, a torre era o lugar onde se encarceravam as princesas!
Meu marido parou de reclamar do meu modo de ser, mas parou tambem de me convidar para suas festas de oba oba com seus colegas de trabalho, diretores, gerentes etc. Tomara que ele tenha percebido que isso me desagrada. Sou a mesma velha, teimosa, do clube dos que não aceita passividade dos sujeitos alienados. Tinha antes ir ao cabeleireiro para maquiagem, unhas, cabelos...Que alivio, que desespero do proletariado que dependia de mim... Não participo dos salões neoclássicos, preservados, lindíssimos que se fazem as grandes festas. A cidade não me vê. Nada se provou ate agora sobre as teorias econômicas, socialistas, comunistas, capitalistas. Tudo é um degrau e a cidade se adapta a teoria capitalista. Deus não precisaria ser socialista. Nem comunista. Bastaria agir em nome de um valor que está presente em todas as perspectivas sagradas, religiosas ou simplesmente humanistas: em nome da delicadeza. Bastaria considerar que as cidades não existem para impressionar e oprimir as pessoas, mas para ampliar a esfera da liberdade, das possibilidades e daquilo que se costuma chamar de urbanidade. Sinto falta de encontrar o gato que espia pelo vidro de uma janela. Acho a bolha da chuva,no asfalto, correndo para algum lugar ate explodir e vão se formando outra, porque nesse mundinho que criaram pra nós e nos levamos a frente, todos estamos alienados. Meu amor, você tem o privilegio de não me ver pelada por ai porque a lucidez ainda me contempla sem ir ate o corte absoluto.
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