terça-feira, 6 de maio de 2008

Destituição de mim.


Não quero mais usufruir da facilidade de gostar de uma coisa só porque, estando ela aparentemente completada, não me assusta mais, e então é falsamente minha.

Não quero a beleza, quero a identidade. A beleza seria um acréscimo e agora terei de dispensa-la.
Ate que se vê que há um modo muito mais profundo de amar, e esse modo prescinde do acréscimo de beleza.

Deus é o que existe, e todos os contraditórios são dentro do Deus, e por isso não o contradizem...Eu mesma prefiro me considerar temporariamente fora de mim, a ter a coragem de achar que tudo isso é uma verdade.

De qualquer modo, viver é uma grande bondade para com os outros. Basta viver, e por si mesmo isto resulta na grande bondade. E quem vive totalmente, esta vivendo para os outros. E a solidão...

A solidão é não precisar. Não precisar deixar um homem uma mulher, muito só, todo só. Precisar não isola a pessoa, a coisa precisa da outra coisa: basta ver um pinto andando com suas penas coloridas de amarelo, para ver que seu destino será aquilo que a carência fizer dele.

Ah, meu amor, não tenhas medo da carência, ela é nosso destino maior, porque sentes amor. E o amor é tão inerente quanto a própria carência, e nós nos garantimos da necessidade que achamos se renova a cada momento.

O amor esta sempre, falta apenas o ar da graça -que se chama paixão. E queria muito saber o que o pensamento , pensa...

2 comentários:

Anônimo disse...

Jullie
Ando tão sonada, mas tão sonada...que li pintinho andando com suas penas amarelo e comecei a cantar a musica do Gugu.
Bizarro!!! Ando cansada pacas amiga e não entendi bulufas.
Mas, e dai?? O importante é que escreves principalmente para ti e não para os outros.

Beijos

Anônimo disse...

Muito altruista este texto. Sem egoismo. Mas, ao fazer, assim, espero que você não processe voce pela destituição!