sábado, 25 de abril de 2009

A moral do Jardim


No fundo, eu sempre tivera a necessidade de sentir a raiz firme das coisas.

E isso, só meu lar me dera. Ainda que por caminhos tortos, vieram cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. E continuo a descobrir que sem a felicidade se vive.

Encontrando pessoas antes invisíveis, persistência, continuidade, alegria. Às vezes, acontece dentro do corpo uma exaltação perturbadora que tantas vezes se confunde com uma felicidade insuportável. Acho que é uma troca compreensível de uma vida de adulto, que eu quisera e escolhera.

Eu sempre dei tudo de mim.Até as árvores que plantei riem de mim. E quando nada e ninguém precisa mais da minha força, eu, inquieto-me. O calor se torna mais abafado, tudo ganha uma força e vozes mais alta. Ao meu redor os ruídos são serenos de jardim, cheio de árvores que ainda riem de mim. Pequenas surpresas entre cipós reaparecem. Enfim, todo jardim triturado pelos instantes já mais apressados da tarde, de onde vinha e vem o meu sonho pelo qual estou rodeada. Tudo é estranho, grande demais, suave demais. E, esse mundo, é tão rico que apodrece.




5 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

Que texto denso Julie

"Encontrando pessoas antes invisíveis, persistência, continuidade, alegria. Às vezes, acontece dentro do corpo uma exaltação perturbadora que tantas vezes se confunde com uma felicidade insuportável. Acho que é uma troca compreensível de uma vida de adulto, que eu quisera e escolhera." Essa parte é perfeita!
Abraços

Adao Braga disse...

Minha mãe quando sair de casa e voltei para passar uns dias com ela, assim se expressou:

- No fim, meu filho, termina como começou. Vim só. E volto só!

Tatá disse...

Minhas raízes estão quase cortadas, amiga...sei lá, sei lá...

Mas foi muito bom ler você, muito mesmo.
Saudades

Jack Serafim disse...

"Ao meu redor os ruídos são serenos de jardim"
Fico me perguntando como tantos sentimentos vem à mente e coração quando leio teus textos.
A frase acima é uma doçura de linda.

Beth disse...

No outono, sempre deixo minhas folhas cairem, me podo, me fortaleço para minha proxima hibernação.

beijos
é sempre bom te ler sabia ?? Passei por aqui antes, mas sempre na correria !!!