sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O som

A três dias venho escutando um canto diferente de um pássaro. Um canto que eu ainda não ouvira. É diferente, mas não dei tanta importância. Um amigo me comentou que pássaro só canta bem cedo e no finalzinho da tarde. Não é verdade! Esse canto desses últimos dias, precisamente no horário do almoço, vem me encantando a alma. Não, não é o Uirapuru - dizem que esse canto somente para pessoas muitooo especial. Não teria eu tanto privilegio. Mas é um canto gostoso, de informação. E aqui estou, apaixonada por meu sedutor desconhecido. A tensão me toma. Solto meus cabelos, tiro meu relógio, meus brincos. Tudo parece pesar ... Silêncio.
Procuro meu móvel egoísta, que só existe e nada mais. A REDE aquela aqui do redário receptador de almas. A que almas se enrolam, se encontram e se entregam. Composta por fibras ásperas que imita a suavidade inventada. A rede aqui da sala, ela é das mais delicadas, juro! Mas tem ásperas também. Ela envolve abdicar dos preconceitos e acolher as palavras dos outros sem qualifica-las nem julga-las. Ela tem esse domínio. E hoje me prendeu, me consumiu e é reconfortante perceber a reciproca. Preferi entrar nessa alma, a alma da rede e ali permanecer.Evito toques longínquos estando nela, aproximação que torna parte de mim humana, me transporto pelo vento. No seu balançar flui-se ideias intocadas, sólida e perfeita. Carregada de vida dos outros, nunca a minha. E ali se vaiiii e voltaaaa, sem qualquer preocupação do Ser.
E te digo mais apenas não seja cego, enxergue além, quem te escreve aqui nunca é quem você imagina tão pouco é sua imaginação, sou apenas eu,Julie.

Um comentário:

Fernanda disse...

oi amada... vim agradecer o carinho!!! minha vida tah cada vez mais louca e não tô conseguindo visitar e comentar!!! as vezes consigo ler, mas comentar é mais complicado rsrsrs

Mas podes ter certeza que venho aqui sempre!!!!!

Beijinhos