terça-feira, 29 de março de 2011

As tardes no apartamento X As tardes no apartamento Trepado

Como deve ser triste a vida daquele homem.
Que tem mulher emprestada, sempre nas tardes que ele finge visitar seus clientes e sai com a chave dos apartamentos emprestados, colocando sua pele em lençóis dos outros. 
Amor não é tarde, amor é agora.
Mulher é sempre aventura para esses tipos de homens. Tudo é menor, mulher é menor, o que importa é dizer: -Amigo, toma tuas chaves essa já foi abatida! e sai com sua voz tenebrosa às gargalhadas. E o outro? Parece ter dividido a mulher para quem emprestou as chaves.
Quando eu ouço seus comentários, eu me transfiro para um pântano e de lá, me imagino com uma camada grossa de lama na costa que se mistura com meus pensamentos e meus atos.
Mas, logo você querida? Com ar de puritanismo?
Não- A outra que em mim mora. A que acredita no amor, na colheita de bons frutos.
Que sexo é branco, como uma folha de a4 branca. Que o céu pode ser realmente verde e não azul.
Que sou serva obsoleta de códigos masculinos.
Nesse ultimo, o ultimo que me emprestou a palavra " ética" foi meu advogado.
Não guardo meus defeitos para a intimidade, sou uma louca mesmo, acrescento o que muitos ja falam,
Trocando em miúdos, sou uma louca de pedra e lúcida de montanha ( amiga Elieda Giraldez que me diz isso)
É linda, embora inútil essa minha revolta dos amantes dos apartamentos das tardes da semana.
Fiquei sabendo que tem mais dois, que somam-se quatro que dividem as despesas do apartamento e la é o abatedouro das vacas despidas. Mas vamos crer que não houve nus em lugar nenhum. Não adianta.
Deixa eu escrever silenciosamente para mim. Se a cidade se despiu deve ser um nobilíssimo cinismo de o proclamar. Como é triste o nu que ninguém pediu, que amantes casadas não querem ver, que não espanta ninguém e que tem uma imbecil a deletar, perder tempo.
A merda toda é que a imbecil aqui, só quer dizer que por ai também começa a inconsolável solidão da mulher.
Queridas, como nas mensagens de carnaval desse ano: Segure uma camisinha e controle seu destino.
Todos sabem que sou muito ruim em guardar nomes, datas, caras e sempre troco o nome dos mais íntimos como num fenômeno parafisico que só a loucura mesmo explicaria ou o meu Dr. Henrique que sempre me diz: Você que esta me analisando...Agora estou dedicada ao piano que desde os nove anos não tocava. Depois de meus filhos serem meus poemas...Me encontro em novos poemas...
Desta mente confusa, dessa existência confusa, desses textos confusos que me deixam expirar, das linhas de viver creio que só resta mesmo uma conclusão pejorativa sou por formação natureza uma palhaça, muito, muito sem graça.

terça-feira, 22 de março de 2011

O perdão no Passado


Agora, mudando de assunto, vou escrever-lhe pedindo perdão. Perdão com humildade mas sem humilhação. 
Peço-lhe com a autoridade de quem sofre, de quem está profundamente só, muito infeliz, sentindo na alma e na carne a sua falta e das crianças. Essa escola tem me deixado com os nervos a flor da pele, se é o caso deles não existirem externamente na realidade. 
Embora minhas intenções sejam boas, sei que você não é dado às táticas e não sou boa nisso também em primeiro lugar e, em segundo você é demasiado perceptivo.
O que pode me deixar sair dessa realidade reativa de sentimentos péssimos e a certeza que esta acabando. Fui a primeira da turma de artilheiros. Já fiz sobrevôo de helicóptero e, passei em primeiro lugar. Mas estou receosa em ter que atirar em alguém. Preferia aqueles que me são inimigos pois, nestes eu teria a coragem de uma leoa para soltar-lhe uma bala na testa e colocá-los no saco de resgate assim, como, entregar-lhes o corpo para a família velar.
Não sei se teria a mesma coragem pra falar do meu amor por você olhando em seus olhos, encarar o perdão de não ter sido tão perfeita. Mas pra que a perfeição quando se ama?
Eu como mulher não soube ser tão doce? Tão carente e frágil como as demais?
Sou filha de ex-militar e tão morto quanto um corpo, não saberia o que fosse tão inconfessado e reprimido.
Eu te amo tanto, com tanta força que só poderia esgotar meu amor através do ódio. Não estando eu entendida que se trata de minha outra de mim. Sendo assim, o ódio pode-se transformar em amor.
Acabei dizendo, como na minha infância "não tenho culpa"...Meu irmão sempre pagava por estas...
Meu perdão chega quando nunca soube compreender a intensidade de um ciúme, sempre negado e profundamente escondido.
Se acusação há, é a mim mesma, e não me queira mal em querê-lo tão bem. Deus não interpretara essa carta como acusação intima, mas com a imaturidade, distração, falta de apoio nos pólos de equação.
Nessa noite, bebe muito e sente,  "a alma diária perdida" e que bom perde-la.
Estarei tão perto de você, te amando e te acolhendo que essa declaração esta tão ultrapassada pelo passado que riremos juntos, bebendo nosso vinho favorito e nos amando cada vez mais...
O importante é você saber...

sexta-feira, 18 de março de 2011

O sonho

Fui proibida de ser. Minha primeira pessoa está censurada e a terceira, ansiosa, pela espera terrivel de nunca mais me ver, eis o desejo da realidade, nao as do sonho. De mim, você não sabe nada. Só sabe o que eu o oriento a ver, sentir, atraves do que te é possivel. Ninguém se esconde para sempre.
Ontem, eu soube de voce, e te ouvi...
Então, me obedeça agora e teremos uma parceria perfeita. 
Feche os olhos e sinta comigo, nada mais verá a não ser o que meus dedos queiram que você sinta. Deixe-me guiá-lo e não se preocupe com onde irá chegar, chegaremos juntos. A qualquer momento pare, rasgue, esqueça, estou lhe desafiando a tentar. 
Conhecerá por meio de mim o que é o Meu sentir, o meu infinito de lembranças.
Tente voltar ao mundo dos homens, ao mundo do nada. Tente voltar ao rio sem a lembrança do que fomos.
O mesmo vento que me sopra a paz, violava meu quarto penumbra com um ar mistico e, carregado do que nunca, me convidava para algo que eu ainda não sabia dizer o que era. 
No escuro, alguém me seduzia e eu não queria que essa sedução acabasse, era meu vício.
Escuto ao canto do quarto, um som de sussurro... Discreto, de um tilintar de dedos em um isqueiro.
Volto meu olhos na tentativa de enchergar na penumbra da noite, na pressa que me faz querer vê-lo. E ali estava, o tempo todo, ao fundo, onde cuidadosamente planejado passei despercebida.  
Eu sentada elegantemente em uma poltrona com estampas de flores mortas, com as pernas inclinadas em uma posição soberba, como uma baronesa toda de vermelho. Colar de pérolas e cabelos soltos, longos e morenos, olhos mel maquiados e indecifráveis, parados olhando para voce.
Batom que nao uso, chamando seus olhos diretos para a boca que se faz carnuda para os desejos da piedade, em uma boca seca e indescritível. 
Ali, alojado confortavelmente em outra cadeira estava o sujeito de tudo isso: Voce. Parado e imponente, fazendo meu próprio jogo apaixonante. Eu estava sendo admirada e desafiada por mim mesma. 
Eu mandei, eu fiz, eu vivi, eu criei, eu sonhei: Tudo.
Agora lhe pergunto, querido e fiel amante do meus sonhos, que receava aos meus comandos e agora chega até aqui, com um só sentimento: Desejo. Quem é o sujeito, quem é o objeto, quem é que ler isso? Eu ou você?
Ah... Acredite, nós somos os três.
Precisamos amar de novo as arvores, as pedras, as nuvens, até chegarmos a nós mesmos.

domingo, 13 de março de 2011

A velha da nova mudança

Exatamente agora minha vida vai ser literalmente "dês-encaixotada e dês-etiquetada".
E os pensamentos foram bem mais longes do que os 800km que me separam do que eu queria.
O que me deixa confortavelmente filantropica é que acontecerá o balanço domestico e, com isso, tirarei muitos pontos de interrogação da cabeça. Primeiro que não é possível as crianças brincarem com tantas coisas. Bolas, bichinhos de plásticos, pelúcia, jogos, quebra cabeças, cartas de jogos exiladas de seus pares...aff...e na cozinha? Dá pra montar outra cozinha...
Será que meus filhos imaginam que assim como os próprios brinquedos os recursos do mundo são incontáveis, infinitos, estao muito alem da nossa capacidade de usufruir?
Como evitar que as coisas que compramos e ganhamos de presentes se transformam em pilhas de traças?
Ontem, assistindo ao Caldeirão do Huck, vi o quanto as "japonesas" não valorizaram o que ganharam no "Lar Doce Lar". Vi o quanto o ser humano não valoriza a natureza e no caso das "japonesas"a sua natureza terrena.
Fiquei me indagando que só aqui em casa são nove aniversários por ano, na sequência de um mês e meio o máximo o espaço de cada um. E o que fazer no final de cada festa de aniversário, quando cada um deles tem dezenas de pacotes de presentes pra abrir? Mandar metade dos pacotes para uma casa de caridade sem dar bola para o protesto do aniversariante? Fazer doaçao de brinquedos velhos e ficar só com os novos?
Mas qual criança, pobre ou rica, merece receber de presente boneca desgrenhada ou riscada, carrinho  faltando uma roda? A saída seria limpar um a um e mandar para o conserto antes de doar? E onde arranjo tempo pra isso?
E jogar tudo isso no lixo, o que faço com minha consciencia?
Não posso esconder de mim mesma o fato de milhões de crianças nesse mundo nunca tiveram um brinquedo sequer.
Por tudo isso, a comemoração dos próximos aniversariantes aqui de casa vai ser tomar um picolé e brincar de cabra cega na pracinha do condomínio. E tenho certeza que vamos nos divertir muito.
Meus filhos são uns anjos, de vez outra uns demonios, mas os amo tanto e quero que perpetue suas consciências para um mundo menos banal, beeemmm menos capitalista e cheio de mazelas pormenores.
E os detalhes de cada acontecimento que viveram com o muito, vão se apagando aos poucos e sobram na mente  cenas cada vez mais esfumaçadas, parecidas com sonhos.
Penso que já os rastros materiais das experiências infantis são duros, pesados, volumosos e numerosos.
Darei então uma forma mais leve de encarar essa vida, que louca, paira no desespero de sempre ter mais.
Teremos ainda menos para que o mais seja a esperança, seja o essencial e nada alem do necessário.
Adorando a nova morada e a nova cidade.
Mas confessável a saudade das quinquilharias que me iludia...mais passa...É a nova mudança.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Defensores da sinceridade...

Habilidade de adoçao de perspectivas: é a capacidade para se "colocar-se a si mesmo no lugar de outra pessoa" ou "ver o mundo através de seus olhos".Assim li em Piaget e Inhelder a uns 10 anos atrás.

Vou escrever sobre frases que já ouvi, outras através de confissões, espero que você que me lê se encontre a si mesmo quando tornar a ser parte disso. Algumas têm mais de 8 anos, mas lembre-se, eu não me esqueci de você. Tudo tem seu tempo certo de troca. Espero ardentemente que você não morra pra eu fazer as trocas necessárias. Eu cumpri com Piaget e Inhelder, e você?

COMPLETE A FRASE NO FINAL...

-Você quando quer, demoli severamente as pessoas.
-Você é a pessoa mais confiável que se possa imaginar
-Não te devo satisfações...
-Fazia as ideias parecem fáceis
-Tao bonita que faz as pessoas se espantarem com sua inteligencia
-Sua aparência não se encaixa com sua personalidade. Se arrume melhor, use marcas, gaste seu dinheiro com isso, o mundo só valoriza quem se veste bem, você não é igual a todo mundo...você é uma doutora...(diretor de um orgao do governo)
-Te amo tanto Julie, você não faz ideia
-Seu mundo livre não é o nosso...Vou te deixar...
-Pare de ajudar esse povo, eles não merecem, gaste com você.
-Isso é o seu juízo de valor, não o meu!
-Você é louca
-A literatura é um monte de bosta! Fica ai nos teus livros, eu vou embora
-O método que vou trabalhar com você é da "psicanálise existencial" - você usa sua liberdade pra se rebelar contra sua família, que quer somente te confinar pra te proteger dessas ilusões do mundo (psicólogo que mamãe contratou pra me entender...
-Não quero pagar ninguém pra descobrir quem sou...
-Experimenta só as vodcas...provei as quatros doses seguidas
-Cada ser humano é perfeitamente capaz de se compreendido
-Não há nada mais gostoso do que ter fugido pra Paris aos 16 anos
-Eu fico perturbado com seu silencio, fale alguma coisa!
-Há pessoas que dependem financeiramente de mim...
-O mundo hoje é um lugar mais pobre do que ontem
-Cada consciência busca a morte da outra.
-Você me faz mal, não quero mais te ver

quarta-feira, 2 de março de 2011

Minhas diversas satisfaçoes em viver


 A felicidade e a infelicidade são na verdade uma coisa só.
Porque depedente dos degraus que subimos e na maioria das vezes nós mesmos estacionamos nestes degraus com medo.
Esse ciclo descendente é absolutamente necessário, pelo menos me fez melhor depois dele.
Melhor pra mim e para alguns que me rodeiam. 
Tudo acaba e se transforma, nada dura nessa dimensão, onde as traças, os gafanhotos devoradores e a ferrugem que tenho alergia...devoram tudo.
Todas as formas são impermanentes. E como mamãe diz que eu incomodo tanto que ate o diabo quando me vê acordando pensa logo: Oh, droga, ela acordou!! E ganha outro rumo!

Ah que saudade de mamãe, já se fazem alguns meses que não a vejo. Ainda bem, assim consigo pesar (opinião própria) a felicidade  e a  infelicidade...Mamãe, no fundo a gente se ama mesmo...


Hoje recebi um email do meu ex-sócio, muito feliz que agora foi escolhido para representar a Fundação Dom Cabral -  http://fcd.org.br/pt/paginas/default.aspx

Fico muito feliz quando sei que alguém que eu estimo está feliz...decido me fazer feliz.

Aprendi de verdade como viver e morrer e como não fazer do viver e morrer um problema.