sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A cabeça do gorila e o humano sem cerebro

Nesta madrugada voltando de Brasília sentou-se ao meu lado um rapaz de uns 28 anos, segurança do Governador aqui do Estado que prefiro nem comentar o nome. E o dito governador sentou ao meu lado, mas os dois estavam inconformados com minha meia presença no assento do meio e resolveram pedir ao comissario que me reposicionasse em outra poltrona. Quer merda! Foram infelizes porque eu tenho assento prioridade, haha. Gentilmente o comissario perguntou se eu poderia trocar de assento. Eu disse que não, que gostaria de ouvir a voz do governador e perguntar como anda a saúde na gestão dele.

CAOS INSTALADO!

O Governador nem thum pro meu comentário, o seu segurança é sensitivo e sentiu pelo governador...Começou a dizer que eu não tinha noção com quem estava falando e começamos a discutir, foi hilário, atrasou o voo em 25 minutos. Adorei!

O negocio estribou quando eu chamei ele de gorila. EU disse: Você esta querendo me intimidar por causa do seu porte de gorila, é?

CARACAA!!! O CARA SE SENTIU OFENDIDISSIMO, ACHOU PRECONCEITO RACIAL.

TU JURA, JACARÉ?

Ai a discussão ficou feia. Ele me disse que eu estava com preconceito racial por conta da cor da pele dele.

Não gosto de me justificar mas para acabar com o mal entendido, eu disse:

Por que que eu posso chamar um gay de viado, um gordo de baleia, ruivo de salsicha, que nada mais é que um monte de resto de porco e boi misturado. Enquanto o seu segurança se ofendeu porque o chamei de gorila, falei pelo tamanho, que é semelhante. Preconceito ta é na cabeça de vocês!

Se for por isso, posso afirmar que Charles Darwin foi o maior racista da historia da humanidade, porque ele disse que todos viemos do macaco. Mas sinceramente, não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Não é o nome da cor? No registro da escola da minha filha tem lá: cor: preto, pardo, amarelo,branco, para assinalar. No registro dela, ta: de cor branca e ela é morenissima. Se querem igualdade, deveriam assumir o "termo" preto, porque esse é o nome da cor. Já pensou eu xingar a minha espécie assim: Ei seu, branco, amarelo, vermelho, negro? Pra mim, o Darth Vader é negro, já a Jeniffer Lopes e Rhianna não.
Eu acho esses otarios que usam o "politicamente correto" tão imbecis e superficial como aspartame que tenho absoluta certeza que serei censurada se um dia eu disser: E ai seu preto, pode ficar sentado ao meu lado com seu tamanho de gorila!
Mas tenho certeza que seu eu usar o termo e postura correta: "Desculpe meu querido irmão afro-descendente, é que sua estrutura corporal é demasiada e estou me sentido com ajuste sentada ao seu lado. Mas, eu arrumo outro lugar pra eu sentar.
Então, não usando nem preto, nem gorila que são palavras tão terríveis, não teria tanta confusão.
Agora, acredite, isso não é racismo. Racismo é quando transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus ofendidos.
Aprendi na escola que os italianos nunca escravizaram os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus e eles se vingaram de mim, porque fui cliente das casas Bahia durante 24 meses quando eu morava no Rio,pagando juros altíssimos, alias, eles não vendem produtos, vendem dinheiro.

Agora todo mundo ri de piada de gay e gordo, mas se entrar o preto, fudeu! Gay pode, porque seus ancestrais nunca foram escravizados? Os romanos davam o furico deles a torto e a direito, era considerado cultura. E se o gay na infância tenha sofrido com abusos de alguém mais velho e com chicote? Sabe, eu acho que o termo humano, se perdeu em divisões. Tudo dividido, tudo simétrico, para uma coisa que é tão igual, porque humanos só existe nós, que somos pretos, brancos, pardos, amarelos, vermelhos etc. Todos sabemos que os negros sofreram demais no Brasil. Foram chicoteados, torturados. Foi algo muito desumano, foi tão desumano que somente um ser humano seria capaz de fazer igual. Os brancos, que somos nós, caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio dos brancos, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos. 
Mais ninguém fala dos ÍNDIOS né? O maior holocausto do mundo ocorreu aqui, em nossas terras. Conta a historia que mais de 9 milhões de índios foram dizimados na colonização Portuguesa. 
Só para finalizar, sei muito bem que os judeus  sofreram, os negros foram escravizados e índios dizimados ao pó, mas não me ofendo quando chamam nós AMAZONENSES de índios, quando falam que no AMAZONAS só tem índios. Porque sei que na sua casa tem muitos artesanato feito por NÓS, índios do AMAZONAS e, graças a NÓS ÍNDIOS você pode estar lendo esse post no seu lep top feito por nós.
O PRECONCEITO ESTA  NA FALTA DE ENTENDIMENTO DA RAZÃO.



sábado, 15 de outubro de 2011

Paredes decoradas


Eu tenho vários defeitos, mas tenho um que me prejudica, a grande impaciência para certas coisas. Quando estou no outro blog, falar de problemas sociais me ativa a ira porque eu os vivo intensamente.Quando criança me afligia cenas de ter mais que meus colegas. Eu fazia as perguntas, mas não obtia as respostas, eram somente: Porque é assim...Aquela casa branca e bonita, jardim impecável, do outro lado da rua, uma casa de madeira, meia torta para o lado, a cor verde desbotada, em algumas partes a madeira crua deletando o seu estado natural. Tinha um valo longiguo onde corria as águas sujas amareladas. Era assim no Brasil dos anos 80. Não lembro dos lixos aproveitando a agua da tempestade para encontrar o rio, não tinha pet a céu aberto. As garrafas eram de vidro e já existia a coleta para reciclagem. Elas valiam dinheiro. Meu avô tinha muitas garrafas guardadas, era um cartel na época. Meus amigos eram de todas as classes sociais e todos se entendiam sem segregação. Nossas roupas eu nem as notava se eram de grifes, realmente não lembro do fato de comparar marcas e quem tinha o quê. Eu senti menos preconceitos na infância que hoje na vida adulta.
Meus amigos hoje me rotulam de "doida", "maluca" só porque tenho a coragem de NÃO ser IGUAL, não seguir a linha ALHEIA. Estes mesmos amigos SUPER SENSATOS, ditos NORMAIS, decidiram seguir o caminho das gentes MAQUIADAS com cara de nada. Sem expressão alguma. Se dou um bom e sonoro bom dia a todos no salão do hotel, no café da manha: Sou doida. Se abraço alguém que nunca vi, sou doida.
Se faço um vídeo para colocar no You tube onde reclamo da sensata politica, mesmo o amigo concordando com minhas baboseira, ele mostra o vídeo e compactua com outro amigo, a condição de me rotular "doida", por ter a CORAGEM de expressar minha opinião.
Se convido um amigo para viajar e esse mesmo me avisa da sua "DURISSE" e me comprometo a banca-lo sem ter de me devolver o dinheiro. Já pensam logo que estou querendo "dar" pro cara. Ninguém valoriza mais a importância da presença e carinho de uma amizade. O fodha é a luta que sou obrigada a travar para obter o que simplesmente considero normal.
Nem tudo que escrevo vai resultar em uma realização, mas torna-se uma tentativa intima de colocar pra fora esses pensamentos que me entristece e enaltece ao mesmo tempo, porque sei que eu to crescendo espiritualmente e dessa forma, deixando de querer que esse sentimento seja obrigatório em mim, no final, quem perde o sentido da vida, são os SUPER SENSATOS.
Quem não tem, não dá. O amor do século XXI  é uma canção sem palavra. Ando muito deprimida, o que é comum. Porque minha juventude dos 15 anos falhou em tentar desatar o nó da ditadura e conseguir fazer um país melhor, principalmente no quesito sentimento ao próximo. Hoje é cada um competindo com o elo de sangue mais próximo. É o nosso mundo, o mundo que acolhe a Julie. Mas eu peço que deixe eu manter uma sintonia dolorosa daqueles que percebem algum mundo, não apenas este.
Se um conhecido esta doente e, descubro seu telefone e ligo para oferecer por alguns segundos ou minutos uma palavra de conforto, carinho...To afim de dar pro cara, to afim do cara. O respeito pela minha condição de casada vai por agua abaixo, não se leva mais em consideração o respeito.
Tenho pena dessa gente que se sente imortal, sem ao menos saber que seus prazeres mais ingenuos e mais animais também morrem. Queria muito que todos os humanos redescobrissem a sensação que estão sob, a descobrir a terra.
Poha, se eu fizer o sacrifício de viver apenas minha vida e esquece-los? Ninguém acreditaria no mal secreto que rói casa tão tranquila.

Faço apenas um pedido. PAREM de usar o nome do AMOR em vão. Seja na falsa mascara do próprio amor, seja na figura crocri da amizade, seja no fingir do orgasmo e ate mesmo da verdade mentida.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O sexo o sono e a menininha


Eu gosto de sexo. Mas eu adoro o sono que é meu inimigo intimo. conquistá-lo depende do meu corpo, porque somente por exaustão que ele responde a invasão do sono. E gosto do sexo antes do sono, depois do sono e durante o sono. Mas sem o sono, já não confesso nem confirmo se gosto tanto do sexo assim não.
O problema é quando levanto porque tenho pavor em pensar que milhões estão fazendo a mesma coisa. Levanta eu, meu marido os sete filhos, levanta as secretarias, os professores, meus vizinhos, os pais dos amigos dos filhos, os colegas de trabalho. É barulho, é chuva, é vento, é transito, é o Datena na TV, radio. Ai sinto falta da minha infância que eu não notava tudo isso. Meus dias são tão corridos e ninguém percebe isso. Alguns ainda tem a coragem de me dizer, não os julgo, entendo. Que me vê como uma dondoquinha. Eu, isso? Hahaha. Por isso, quando digo que não adianta falar de mim, pois cada um vai me ver com os olhos que deseja. Meus dias são tão mirabolantes que acaba sendo mais prazeroso dormir ao lado da pessoa que amo, perder uma noite de sexo selvagem. Principalmente quando começo a acariciá-lo e ele logo pensa que quero sexo. Será que isso acontece com outras mulheres?
Não gosto de motel, frequentávamos alguns, mas começamos a descobrir os defeitos, uns nos deram várias surpresas, como a camareira entrando bem naquela hora... puts, ficava pensando nos vários romances e desfecho de romances proibidos, gozos  presenciais daquele colchão. Passei a não curtir motéis, demos um tempo. Voltamos para a bagunçinha do nosso quarto que me trouxe mais graça e afeto. Apesar de estar em outros colchões semanalmente em hotéis, que não deixam de me dar 200 kg de neuras em pensar nos amantes das punhetas. Culpa das viagens obrigatórias.
Também reclamo do meu quarto, mesmo me tirando os 200 kg de neuroses que os motéis e hotéis me trazem,  aqui eu posso pensar  com intimidade. E, logo nas preliminares, a fresta que a parte de baixo da porta proporciona, me deixa ver a sombra de uma menininha de 5anos, batendo suavemente na porta  dizendo: papaaaiii, mamaaee, não consigo dormir, to com medo! Abre a porta pra mim?
Abrimos a porta, a acalentamos ate voltar a dormir e devolve-la ao seu quarto. Então, o marido volta todo animado. E começo a acariciá-lo e digo logo: só to querendo dizer que to com sono... Cansada. Então ele cola seu corpo no meu, arruma meus cabelos, me abraça com tanta intensidade e diz: Entendo você, também estou com sono. E fazemos amor de tão próximos que estávamos. Concluo que sexo também é compreensão. Ele sabe em qual colchão ele tem o prazer merecido.

Saber esperar

Se eu não puder ser quem sou, valeu a pena viver? Para mim não. Já acho a vida e o mundo muito chatos. Sem autenticidade.
As pessoas tem medo de falar de si, de expor a si mesmo. Pensam logo que o outro vai fazer cara feia, de perder espaço naquele meio que ele pensa ser o deleite dele.
Sou de debate, não de discussão, não gosto de ficar agradando para ser aceita. Quem tem que agradar é garota de programa.
Para mim ter minha bicicleta é mais fascinante que ter quinhentos amigos no facebook. Nada contra quem tem, mas acho um vazio de pensamento. E a privacidade esta em decadência, esta sendo engolida, mal digerida e sendo expurgada. E ela só existe porque tem uma zona de segredo de algo que nunca pode ser exibido, ai se bloqueia as fotos, os vídeos, os desconhecidos. Então as redes sociais não são redes sociais, são redes pessoais onde escolhemos quem fará parte do nosso mundinho. É um desespero incomum, tem a ver com a solidão, e a solidão é natural, todos nós temos e quando encontro pessoas que me identifico como o tio do "animus pensante", que combina pensamento e tempestades comigo, que compreende e acolhe a minha solidão, eu passo a compartilhar a solidão um do outro.
Eu sei que não escolhemos nossos sentimentos, mais eu sei o que escolher fazer com ele. Com a depressão e a tristeza, não dá pra fugir dela com tantas cartazes individuais, mas dá para escolher um caminho de iguais, alguem sempre vai aparecer e voce saber com quem dividir.
Sei que os julgamentos serão muitos, não ligo. A vida pra mim é como um saco de merda, e eu sempre soube esperar que aquela merda toda, iria torna-se adubo e dali saber que algo bom iria brotar. É só saber esperar, esperar...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Para fazer meu homem pensar

Eu acho que no meu caminho o maior obstáculo sou eu mesma.
Vou por uma saia de chita, daquelas bem curtas, e sair de mãos dadas com o ar por ai, me encantando com margaridas, observando a ternura dos velhos e escovar minha alma com leves fricções das minhas unhas quadradas. Vou passar pelo meu quintal e descobrir meu jardim desbotado. Pisar no chão repleto de sons de piano com flautas e do céu descendo uma névoa de borboletas amarelas, e uma delas trazendo uma pérola falante a me dizer a frase de Guimarães Rosa que adoto: Viver é muito perigoso, e bom demais. 
E se você não entende quando grito silenciosamente, é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
E, ainda assim, ficar olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, escutar aquela musica secreta com ele e se aprofundar. Não confundir solidão com estar sozinho e em paz, não confundir paz com os cantos dos pássaros e uma bela vista. Desse, basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Sentir o gosto da chuva e catar aquela flor que nasceu no muro e surpreende-lo de repente. Queimar em seu próprio fogo os 200kg de grilos e de medos. E se fazer vivo.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

É seu departamento, certo?

Eu gosto dos que já tiveram amores sem nojo nem medo, e de alguma forma insana, esperam a volta dele.
Que os telefones toquem, que os emails finalmente cheguem. Que os olhos de Deus se esparramem entre edifícios que criam criancinhas demonias, criadas em edifícios de playgroun de cimento. Que ilumine a rotina dos funcionários publicos que se cruzam entre corredores sem ao menos se verem. Que Eu, dando ordens a Deus, possa me tornar uma iludida achando que  nesses lugares onde um outro ser humano vai-se tornando aos poucos entao humano, quando se sentam em mesas para nada fazer.
Que o olhar de Deus fadigado pela cidade suja, possa direcionar a cabeça daquele que na noite se droga e mata através da ligação do CV. E que coloque muita luz no caminho das garotas performaticas que para pagarem o aluguel, dão duro como bailarinas "du soleil". Coloca Deus, teus olhos no caminho do motorista de táxi que já não tem esperança em mais nada. Olha por todos aqueles que queriam ser outra coisa qualquer que não a que são, e viver outra vida que não a que vivem.
Coloca teu perdão Pai, entre os terapeutas, meus colegas, que usam suas elaborações somente para postergar suas consultas infundadas e ineficaz. Coloca tua mão, ilumina, guie, faça o que tem de ser feito sobre todos que de alguma forma não deram certo (porque nesse esquema, é sujo dar certo), sobretudo por aqueles que continuam tentando por razão nenhuma a não ser pela subsistencia diária. Por todos nós que sobrevivem  a cada dia a um naufrágio de uma por uma das ilusões. Coloca Deus, sobretudo, tua força a impedir os que avidos de matar o sonho alheio concretizem.
Enfia a tua espada onde a balança pese exata na medida do aço frio da espada da justiça.
Mas para aqueles que se esforçam tanto e sangra ardentemente todo dia sem desistir, envia teu Sol mais luminoso, pode ser o que aparece depois das tempestades.
Abençoa nossa mais amorosa miséria entorpecida. Uns que se queixam de frio, outros de calor, de sono. E continuam assentados em suas posições. Enfie senhor um cajado com fogo na ponta, para que estes entre em rebuliço. Mantenha minha boca fechada e as palavras ainda saindo. Um ventríloquo com descontrole psicomotor. Que minha vida venha sempre em inglês, francês, espanhol. Mesmo que eu diga: Eu te amo ou, não me enche! Continuarei me sentindo apropriadora, reconhecida pelo paladar, pelo ridículo. Pelo menos, no estrangeiro encontrei algumas questiunculas pessoas que me disseram como vim a fazer parte ou como nunca fiz parte. Eu sempre olho para a cara do meu semelhante e nunca sei como poderemos nos entender.
Deus, salve a mim, salve a eles.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Medo do medo

Tu que me aparece soprando em meu rosto cansado, suado e com olheiras, onde qualquer homem chamaria de vento. Mas, sei que é você! Junto acompanha a chuva, ainda é cedo, são 17:41 e o sol se pôs laranja, cinza e ao mesmo momento claro.
Olho pela janela do meu quarto e vejo as palmeiras num balanço e serenidade que me inspira inveja. Elas contemplam a doce leveza de provar tudo ao mesmo tempo: vento, a agua, a dança e sua própria soberania de beleza. 
Existe um muro que me empata de vê-la por completo, aprecio o lado esquerdo do muro com algumas sementes ou frutos verdes, não sei defini-las, são feito bolas, bolas verdes, que num gesto de positividade, balança um "SIM".  E as palmeiras, respondem com "NÃO".
Não dançam simetricamente, elas sobem e descem em contra vento, ficam ouriçadas, como se tivesse recebendo uma mensagem de VIVA.. E não se importa com o barulho dos céus. Que chamamos de raio, trovão. Simples. Ignoram como se o medo fosse só meu. 
E o é.
Algumas tiras de palmeiras mostram-se como dedinhos de madade se movimentando ligeiramente numa sincronia delicada e elegante.
Oh Deus. Se foi o homem que te inventou para justificar seu vazio e querendo que eu perca minha fé. Que toda essa agua, chuva e vento lave minha alma tão paralisada perante o momento de beleza que vivencio. Essa alma que teima em nao se encontrar, por amar demais.
E os passarinhos puseram-se a cantar, vários, varias melodias mesmo entre trovoes e relâmpagos.Nunca presenciei tão harmonia.
E se tu existe como sempre me assiste, perdoe minhas fraquezas e deslizes,minhas inconerencias e duvidas, minhas aberrações pensantes e a depressão que é parte da minha alma de mundo errado.
E que me faça perder o senso sem pudor daquilo que não aceito, mas entendo. E que fico alienada pela maioria. Onde esse medo priva minha mente do raciocínio.
Que me permita morrer esse instante...
Como Fernando Pessoa disse: Morrer, é só não ser visto.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Falsa guerra

Existe o consenso de que, no homem, o habito mata o desejo. E acredito fielmente a esse consenso humano.
Uma imensa caracteristica que impressiona todos os seus amigos é sua imensa generosidade. Ela dá sem fazer conta, dá seu dinheiro, seu tempo e a si mesmo; esta sempre pronta a se interessar pelos outros, mas não deseja nada em troca, não precisa de ninguém. E muita das vezes é tachadissima de louca. Por que?
É possível conciliar fidelidade e liberdade? E se for, a que preço?
É muito cansativo odiar quem se ama. Ai que entra o hábito. 
Em que mundo deserto...eu caminho, tão árido, o único oásis é minha auto estima intermitente.
Para a mulher,o amor tem um custo, e há uma parte nele que homem nenhum aceitaria. Sei o preço. E sou inteligente para alguém se encarregar completamente de mim. Só tenho a mim. Porque o assedio moral esvazia a alma, e a culpa é do habito. Aceitação também é habito. Eu amo você pelo que você me traz e amo o outro de você pelo que você é. 
Ainda na faculdade eu discutia o fato sentimental com a professora, onde continuo afirmando que se trata de um estado absurdo e fundamental, contingencia. Basta a nós determinar a substancia de nossas vidas, a forma de moldar nossos destinos, assim, escolher a forma para amar.
Ser livre é assustador, ser livre na fidelidade e felicidade é para poucos que se arriscam. Agora aceito sem embaraço a sensação ligeiramente perturbadora de estar em seus braços e sentir sua força. Essa era a vida que eu estava esperando. Um homem que fosse superior a mim. Minha admiração e minha fé em você são absolutas e meu carinho pelo outro de você não tem reservas. Continuamos sendo nós três. Estou fazendo o que posso para nao deixar essa obscenidade me encher de uma infantilidade detestável., mas nao consigo deixar de sentir uma angustia fisica terrivel. Estou num estado estranho, há de passar...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pense bem...

ÀS VEZES, AS CORRENTES QUE NOS IMPEDEM SAO MAIS MENTAIS DO QUE FÍSICAS.
PENSE, POIS MUITAS VEZES AMARRAM VOCE EM NADA E VOCE ACREDITA!!

sábado, 20 de agosto de 2011

Velho Indio nas linhas de Nasca

Talvez, todas as árvores da floresta desmaiem quando a primeira delas ouve sua sentença de morte. Estive em Nasca, no Peru, e me aproximei de um índio nativo. Ao aviso do guia: Não se aproxime dos nativos.
Ai a frase atiçou minha curiosidade: Por quê?
-Eles não gostam de estrangeiros e não falam de seus costumes.
Enquanto eu e duas amigas aguardávamos a saída para visitar as LINHAS DE NAZCA de teco-teco, enquanto alguns passeavam entre as lojinhas de souvenir. Me afastei lentamente ate chegar naquele índio, velho, misterioso, com a cabeça abaixada. Mesmo acostumada a tais coisas, levei verdadeiro susto com sua reação inesperada. Ele me olhou profundamente, com lágrimas que escorriam pelo rosto. Estava tão desejoso de dizer-me alguma coisa que seu rosto explicitava só ansiedade. Mas ali, não havia sequer traço de dor. Só pude entender a linguagem silenciosa das suas lágrimas, mais nada... A não ser somar minhas emoções às dele. Nosso entendimento ficou no nível atávico, sem a necessidade de emergir. Foi fácil entender seu mudo recado. Naquela região do Peru a pobreza é extrema e...La Guarda Nacionale não permitiu que aquele velho índio pegasse seu punhado de Bijú (tipo uma tapioca feita de mandioca, só que mais dura, feito biscoito) que é dado aos nativos que vivem famintos naquela redoma geográfica que os Espanhóis deixaram como herança de sua cultura de gafanhotos devoradores.
Pena eu ter sido roubada dois meses depois onde me levaram todo meu HD externo com fotos das viagens e, a do senhor índio faminto.
Queria lembrar daquele rosto, tinham todos "um olhar distante", pareciam notavelmente pensativos e contidos por uma insuspeitada região de si mesmos. Queria muito extinguir-lhes a fome, queria realmente confirmar a alguns que me perguntavam se no Brasil ainda havia árvores, se eram gigantescas, se davam frutos, se fazíamos casas pois, em breve conversa com uma índia, ela me confessou que na cultura dela, eles só tocam em árvores que estão "anestesiadas"...Caídas no chão. E mais uma vez, pude selecionar um conceito favorito meu: só progredimos substituindo ideias obsoletas e inserviveis por ideias novas, ainda que de inicio, um tanto traumáticas no sistema pessoal de pensar e viver. Cujo conhecimento costumo chamar de "o oficio de viver".
A verdade não tem dono, porque é de todos.
Nasca, tem um ar pesado, incomum, definitivo. Como num sonho, de ver um sonho realizado, pensar que a hora de estar no reino dos Céus é no almoço seguinte que o HOMEM decidir nos alimentar.
Foi uma grande experiência, um grande aprendizado, recomendo.

 CHEGADA NA CIDADE DE NASCA
 LOGO APÓS A DECOLAGEM OBSERVA-SE A PEQUENA AGRONOMIA DO POVO ANDINO
 A PRIMEIRA CURVA
 OBSERVE BEM O MACACO-ESTÁVAMOS A 1000 METROS DO CHÃO
 AINDA ESTAVA BEM PARA FOTOGRAFAR
 OBSERVE O PAPAGAIO
 O CONDOR
 A BALEIA
 A ARANHA
 ESTAVA PASSANDO MAL, MESMO ASSIM, TENTEI TIRAR MAIS FOTOS
 NOVAMENTE O MACACO, OBSERVE QUE ELE TEM 5 PATAS



EU,NA VOLTA, PASSANDO MAL...RSRSSRS

As Linhas de Nazca está localizada na parte sul do Peru, está localizada em um deserto entre os Vales de Ingenho e Nazca. Sobre uma chapada de 500 Km quadrados, os antigos homens da cultura Nazca fizeram enormes desenhos, representando figuras geométricas, animais, aves, plantas e linhas retas por toda a extensão do deserto por vários quilômetros em todas ás direções. Estas imagens na supérficie do deserto são gigantescas, e á única maneira de observar estes desenhos é por avião. A verdadeira origens das Linhas de Nazca e figuras é desconhecido, ninguém sabe quem construiu ou porque? As Linhas de Nazca se transformou em um verdadeiro enigma desde a época que foi descoberto.

domingo, 14 de agosto de 2011

Os passarinhos enfeitam...os jardins e as florestas...


Ainda tenho alguma chance de dar certo. Meus vizinhos tem feito de tudo para controlar o ímpeto de seus bichos, o da esquerda perde a presença de sua cadela chamada Kika, o da direita, os dois gatos que teimam em me fazer companhia pela manha quando fico em casa. Os bichos do condomínio, a maioria cachorros, estão sempre à minha porta (não estou no cio), passarinhos, pombos, calangos e ate uma cobra já apareceu aqui, gerando um assombro para a segurança do condomínio que existe a quase trinta anos e nunca ouviram falar em cobras aqui. Bem, em se tratando de Julie, tudo sempre será possível.

Não sei o motivo da atraçao desses bichos...Ficam em torno de 5, 6 por vez na frente da casa...Não dá para conter pois aqui o estilo é meio Beverly hills, fachada aberta e laterais divididas por vegetação baixa, icsórias amarelas e rosas. Tenho dois cajueiro lindos, que a quase três semanas me dão suco delicioso. O problema se gerou quando a ricaça imortal esposa de um funcionário da PF da cidade, corredora exímia de 4 km por noite dentro do condomínio se sentiu ofendida por seu cachorro pug, que ela adquiriu na China, resolveu ficar nas minhas cadeiras deitado, sem demonstrar qualquer movimento de segui-la.

-Olha, eu não lhe conheço mas você deve estar dando algum alimento ao Fred (o tal Pug) porque ele não volta pra casa e as "pessoas" me disseram que você fica com ele no seu colo, por isso ele não volta!

EU, estupidamente nojenta disse-lhe: "Primeiro, volte para a calçada, não lhe permito entrar no meu domicilio. Segundo, seu cachorro ainda nem olhou para você, porque sou eu quem está mais perto dele e terceiro, tenho que concordar que sou irresistível!

Ela, num gesto brusco e calculado veio mais afrontadamente em cima de mim tentando tirar o FRED do meu colo, o cachorro pulou e sem a menor pretensão entrou na minha casa. A segurei pelo braço e falei:  Ei!!! tudo tem limite, e eu não tenho nenhum medo da loucura. Entre na minha casa, pegue seu FRED e não volte mais!

-Ahhh, porque eu vou lhe prender, meu marido é o fulano e o meu cachorroooo....

Acho certas manifestações legitimas,confesso. Mas, nunca tinha encontrado alguém com um desequilíbrio status. Alguém dando Pitis de madames...Vi que aquilo não era uma extravagancia, era um sintoma.

- Minha senhora -falando Eu...
Eu não preciso do seu cachorro, ele que precisa de mim, e nada que você esbraveje, estará pondo medo a mim e, assim como também morre quem atira, peço a gentileza de pegar seu cão e ir para sua casa antes que perca minha lucidez.

Nesse momento, tinha três seguranças montados em suas motos observando o espetaculo vindo daquela casa que inspira alegria, cheias de cristais pelo jardim, pêndulos de sons e muito verde. Observando, ela chama o FRED, implora pelo FRED, manda chamar a filha, e a filha chama o cachorro e, ai sim, o cachorro volta para perto de mim...e eu o pego e entrego à filha. Ela permanece atonica e ainda tem a coragem de dizer: Eu não sei o que ela fez com meu cachorro! Ele não me ama mais...

Foi o fim do espetaculo. Quem é mais grato a quem nesse episódio?

Ela que me agradece ate pelo que eu não pude fazer por ela, ou eu, pelo que ela fez por mim, mesmo achando que muito o me tenha dado (lição de moral e uma guerra solitária de ser humano banal), a mim, o magnifico exemplo de uma alma sozinha. Pois não é isso o "muito" e o "tudo" que ela deu?
Bem, se você por acaso vislumbrar uma pontinha de orgulho nos meus olhos molhados, que fazer?
Afinal,ninguém é perfeito e nem de ferro...Costumo dizer também que alem de Deus, que é imutável, existe outra coisa também permanente na vida: a mudança.

 MAMÃE
 À DIREITA OS CAJUEIROS
 MINHA FAMILIA, MEUS AMORES
 EU E MAMÃE

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

No meu aniversário.

Cansei de esperar que alguém entenda minha alma. Que consigam evoluir com a superconsciencia humana no campo de entendimentos intelectivos a sofrer constantes desvios. Que essa superconsciencia transcenda a barreiras do entendimento, as percepções que o consciente não consegue registrar e traduzir com as reais e autenticas medidas. E por isso, estou sempre sendo reprimida por outrem e ate mesmo pela família. Ou seja, para mim, a família é minha autentica universidade, ou saímos dela diplomados  com mestrado e PhD concluídos, prontos para as conquistas pessoais, ou delas nos retiramos precipitadamente, interrompendo o curso da esperança. Não compreendo, pois, entender é supérfluo demais pra mim. 
Era meu aniversário, estamos reunidos em uma mesa longa, bem produzida, num restaurante chic da cidade. Foi agradável a comemoração, éramos nove pessoas. Ao final, as crianças apreciavam as brincadeiras do playground e, a família conversávamos. A garçonete chegou para retirar a mesa, e uma ideia despontou internamente, fiz a pergunta para a garçonete: "Vocês tem algum programa social para essas latinhas de refrigerante?

(TÍNHAMOS CONSUMIDO 17 LATINHAS DE REFRIGERANTE)

-Há senhora, o dono daqui vende tudo, não dá nada pra ninguém, esse Libanês é ó...(fez o gesto de punho fechado)
Eu só trabalho aqui porque não estudei e estou a dois anos aqui, tentando ganhar as contas mas a fama dele é que não dá a conta a ninguém para não pagar o valor da multa. E...blá,blá,blá...

Respondi: Peça ao gerente para vir aqui, por gentileza.

Nesse momento, todos à mesa me olharam com repressão, esperando alguma reaçao das muitas inspirativas que tenho. Minha filha disse: Mãe, pelo amor de Deus, aqui é um restaurante chic, não vá discutir com o gerente por causa disso...

Houve nesse instante o encontro da vontade-apelo com a vontade-resposta.

-Veio o gerente:"Pois não senhora,boa noite!

Perguntei: Senhor, o que vocês fazem com as latinhas de refrigerantes vazias?
-O proprietario vende essas latinhas senhora.

-Ah, então vocês não doam, não tem nenhum apelo social? - EU

-Não,não...São todas vendidas para o mercado de sucatas - Disse ele.

-Então, por favor, as que consumimos, quero que coloque em uma sacola que irei levar.
Ele - É, que senhora...

Sr. gerente, elas me pertence, paguei por elas...

E todos à mesa, ficaram estarrecidos com meu ato. Envergonhados...tímidos...

Tudo porque estavam em um restaurante chic, com alguns milhonarios da cidade.

Fico mais triste porque são meus parentes, são pessoas que amo. E que não compartilham da minha alma...
Eu não estava fazendo aquilo por um estranho ou desconhecido, mas por meus filhos, pelo meu marido, pela minha mãe, enfim. Não foi nada fácil, mas acabei vencendo as  resistências intimas, porque achei que o episódio continha uma lição útil para todos nós, inclusive para o gerente e dono daquele lugar.

Foi naquele dia, no meu aniversário, que tive a exata noção da responsabilidade pessoal por tudo quanto fazemos. Mas, cá entre nós, era melhor ter deixado o caso arquivo na minha memoria? Ou melhor nunca te-lo mencionado? Ao passo que penso, as pessoas estão mecanizadas, alienadas aos métodos.

O que custa essa empresa doar as latinhas? Por que tanto lucro? Se já haviam tido o lucro da noite nas minhas despesas?
Ser não fosse ser indiscreta com meus familiares, poderia escrever uma novelinha de muitos capítulos narrando as diversas historias que, juntos, vivemos no passado, em diferentes existências e contextos. Não sei, contudo, se aqueles que me cercam e a mim se ligam por laços de afeição, parentesco ou profissionais, teriam sido igualmente preparados para absorver certos impactos suscetiveis de criar conflitos íntimos, e entende-los. Não compreende-los. Ainda assim, a palavra final foi de mamãe, já dentro do carro:

- Minha filha (falando à neta) - Sua mãe sempre foi maluquinha.