sábado, 31 de julho de 2010

Pedacinhos de cristais

Estou fazendo o que posso para não deixar essa obscenidade me encher de uma infantilidade detestável. Mas não consigo deixar de sentir uma angustia física terrível.
Eu sempre confessei aos quatros ventos que minha infância fora alimentada por mitos forjados por homens,e eu não reagiria a eles da mesma forma que talvez tivesse reagido se fosse menino.
Minha condição aventura-se nas "possibilidades", nas decisões do "agora".
O amor é como uma guerra em que duas pessoas livres tentam se apoderar da liberdade do outro, tentando ao mesmo tempo se libertar do outro. Livres? Não, tentamos ser livres, somos prisioneiros diários, em aspectos diferentes.
Esse meu mundinho que todos vêem, realmente é um desejo ínfimo de só querer pensar, viver e amar. Infelizmente, o mundo hoje é um lugar mais pobre do que ontem. E o itinerário do meu pensamento escapa a todos. Apesar de alguns não entenderem e determinar que não estou em posses de minhas faculdades. É que não gosto de ser explicita, gosto de ser entrelinhas. Gosto que saibam que penso, só existir não dará cor nem bordado ao vento.
Seria uma transposicão arriscada. Não conseguiria ser amante ocasional, apesar de saber que me sentiria muito bem se pudesse voltar a ver os rostos apaixonados do primeiro amor, aquele ainda na infância. Explodindo em ternura. Pensar numa praia em Itacaré na Bahia. Conhecer pessoas que amo e nunca as vi. Esses bordados aos vento teriam alem das cores, sabores, pedacinhos de cristais enfeitando e colorindo os corações.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A cor e o cheiro

Eu odeio o silencio da sala de espera. Aquele rosto cansado da recepcionista, o atendimento mecanizado. Não há amor humano, há sim, um fomento humano. Que busca o óbvio, e eu odeio o óbvio também. Gosto das cores alegres, dos sorrisos verdadeiros, mesmo aqueles que me sorriem sem mostrar seus dentes, gosto do cheiro das pessoas. Outro dia, um motoboy veio em casa fazer uma entrega, pedi que ele entrasse, o rapaz estava com cheiro de cachorro molhado (estava chovendo) e senti seu cheiro forte (fedor é pior) cheiro...Aquele cheiro me encantou, não era tao agradável, mas vinha do sangue, vinha da decência, da humildade, vinha sobretudo por algum amor. Esse despertador de almas chega a ser um objeto abjeto. Não ligo para quem me acha louca em gostar do contrário. Eu só fico triste...porque são burros e feios...e não morrem nunca.
Eu sigo adiante. Misturo-me a todos os cheiros. Acho todos uns amores. E na minha cara, tem um vasto sorriso pintado de vermelhão com azul, as cores elementares, não esquecer do verde também.
Hoje, eu acordei pensando numa pedra que não a quis trazer de Nazca. Estava solta, sozinha, quem repara nela? Só eu... E desse outro lado da linha divisória do mapa, te mando meu pensamento pedra. Porque sei que você esta viva. E o que dizer rio? Deram-lhe o nome de Punchiuawa. Por que? Rio não tem nome, ele sempre esta a passar, suas águas sempre são outras, não para nunca. É o único caminhante que não pára nunca! Mesmo assim, tens nome. Eu daria nome ao lugar...Quero morrer na selva de um país distante, não quero a minha selva de todo dia. Quero morrer sozinha, como um bicho.
Mas antes de me deixar, quero viajar de moto, sozinha, e dançar sobre minha cova.E que la, tenha um espelho onde meus cabelos saibam que já estiveram vivos, sendo cheirados por tantos, e tantos outros amores se encantaram por eles e nunca os foram amados. E serei eternamente onde estiveis um arqueólogo descobrindo uma cidade morta.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A força das coisas

A cautela me impede de escolher um futuro que poderia ser envenenado pelo remorso.
Eu não gostaria de deixar você para trás, não porque você seria uma pequena consciência livre passeando pelo mundo e eu ficaria com ciumes, mas porque me persuadiu de que estaria num mundo absurdo, de que nossos mundos tão diferentes são absurdos.
Se houvesse uma necessidade de sentir o quanto
nos dois somos um, essa guerra fantasma pelo menos teria a virtude de nos deixar ver isso.

Meu amor, você não é uma "coisa " na minha vida - nem mesmo a mais importante dela - porque minha vida já não me pertence, porque ... você é sempre eu.
E que estou feliz com a ideia de voltar a vê-lo.
Alias, nunca reparei como meus lábios são bonitos. O inferior quanto o superior são do mesmo tamanho. Achei-o muito empolgante.
Dormi mal...acordei com os nervos tensos...Hoje mais uma vez a vida me crava os dentes no coração.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Meu reino é vegetal

Espaço e tempo são a mesma coisa. Então o desentendimento é birra do tempo. E essa decisão passageira em me manter ao computador para escrever, já deu brigas feias em casa com marido, filhos, e ate mesmo com visitas. Não sei o que acontece, deve haver algo relacionado com o infinito. Sento e escrevo, ao ponto que tudo ao meu redor se torna luz, não vejo nada, somente meus pensamentos e o automático dos dedos. Me excita ver minhas mãos tendo prazer. O imaginário, como tudo antes do acontecimento o é, me toma toda com a ansiedade do terminar. É como se para o leitor minha obrigação fosse o mais rápido dos acontecimentos. Tenho de terminar, alguém vai me ler. Chega a ser uma tortura prazerosa. Será que outros sentem isso? Como posso chamar esses sentimentos? Quando você sente saudade de alguém que você não gosta mais? Qual nome dar a esse sentimento? Qual é o nome que se dá, quando você recebe um presente de alguém que você sabe que já te feriu antes? Aquilo, que no momento é sentido? Ah, como queria saber o nome para dar lugar ao desconhecido. O pior que não existe nem adjetivo para traduzir esse infinito. Preciso urgente saber que nome dá às coisas que não se tem nome. O absoluto é de uma beleza idescritível e inimaginável pela mente humana. Ou por esse mente humana. Generalizo porque se houvesse sequer adjetivo para esses pequenos acontecimentos, algum gênio eternizado antes de mim o teria deixado para nos ensinar seu nome. Que pena eu nao entender de fisica e matematica, para poder, nessa minha divagaçao gratuita, pensar melhor e ter o vocabulario adequado para a transmissao do que sinto. A dos gestos mais belos e largos e generosos do homem que sinto, é aquele andando vagarosamente pelos campos lavrados, lançando vagarosamente as sementes. Plantar, é criar na natureza. Criação essa, insubistituível por qualquer outro tipo de plantação. Nossa!! Como devaneio nos temas...são minhas substituições de garantia. Sou como uma planta, ao menos tento ser. E como ela, uso a escuridão da noite pra crescer e esperar que algo amadureça,é uma experiência sem fim. E nesse reino que não é nosso, a planta nasce, cresce amadurece e morre. Seria o amor e excited.
Talvez essa minha falta de inteligência e de instintos seja o que me deixa ficar sentada por horas sem ouvir, sem ver o mundo que vive e me cobra por uma misera importância de seus mundos pessoais.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Quem fez a primeira pergunta?

Vou me impermeabilizar um pouco mais.

É tão difícil falar, dizer coisas que não podem ser ditas, é tão silencioso.

Como traduzir o profundo silencio do encontro entre duas almas?

As vezes, somos um ser só. Como se eu também fosse homem e compreendesse toda suas aflições.

E a gente ri muito. É mudo, o som é imaginário!

E ele deve saber que é dele que comento aqui! Porque sei que vem para saber mais de mim.

Mas eu percebo que esses momentos de nada valem, porque Ele esta sempre ocupado com outras.

E, eu, estivera sempre só. Toda só, enquanto riamos no silencio da distancia.

Eu preciso aprender a não precisar de ninguém... É difícil, porque preciso repartir com alguém o que sinto!

Estou terrivelmente lúcida. E num estado agudo de felicidade terna.

Um amigo me disse que no Talmude, há coisas que não devem ser ditas à muitos, há outras a poucos, e outras a ninguém.

E eu acrescento: não quero contar nem a mim mesma certas coisas. Sei que sei de umas

VERDADES...e isso é um segredo meu.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

subtraída

A pior covardia de um ser humano e despertar o amor em outra pessoa sem ter a intenção de amar'.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Tête-a-Tête

A razão pelo qual comentei minha relação física com o .... foi precisamente porque não queria que você me entendesse mal. Só tenho uma vida sensual, e é com você, e, para mim, isso é algo infinitamente precioso, e serio, e importante e apaixonante. Eu não seria capaz de ser infiel, porque isso o transformaria num episódio dessa vida, ao passo que você é essa vida. Não quero outra. Estou totalmente engajada nela, profundamente, e com muita alegria.
O negocio é que preciso da violência de discussões ou da emoção das reconciliações para me sentir viva.
Meu amor, você não é só a minha vida, mas também a única honestidade da minha vida!
E a pessoa que se faz mais importante nesses momentos de cóleras.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Especialmente Hoje

Hoje, a exatamente 43 minutos fui estupidamente ferida com a ignorância e estupidez humana!

É, os ingratos são infelizes!

Sinto hoje, mais do que nunca a necessidade de me impessoalizar, de ser novamente a filha ignorada de dona Mara, a boa e santa missionária da igreja do Pastor Teté, e que continua sendo pra mim a mais santa das mães. Tenho necessidade de me esquecer de mim mesma.
Mas, antes que se cumpra esse meu desejo, volto pra deixar um post à vocês que me seguem, maternalmente, uns paternalmente, como no tempo que eu destruía fosforo do cérebro, a fim de adquirir combustível para o estômago.
Em sua generalidade, o homem quando não é Narciso, enamorados da sua própria formosura, são a fonte de NARCISO.

domingo, 18 de julho de 2010

A fome de sentir o NC

É sempre um jogo sutil entre o invisível e o visível...Esta é a pessoa amada no momento do

encontro, lógico que nunca aconteceu nada ( e tudo pode acontecer) quando ambos são estranhos

um para o outro, quando nenhum dos dois sabem se aquele homem ou aquela mulher será sua.

A questão é que os pequenos planetas, as ilhas desertas, só são paradisíacos por, no máximo,

alguns dias. Ama-se o momento de um ser, e esse momento é "essencialmente"passageiro.

Ai, que entra a fantasia: sonha-se com noites que são, a cada vez, a primeira vez. É um corpo

imaginado, desejado, adivinhado, que de repente descobrimos em nossos braços, naquele tipo de

comunicação sensual baseada em revelação, mais vulnerabilidade e abandono, que não pode ser

expresso de nenhuma outra forma, a não ser, se perdendo dentro do outro.

É a verdade do amor. É a sua situação limite. O que há de mais maravilhoso no amor é esperar o

impossível e, por vezes, encontra-lo.

Como diz na musica de Charles Brow Jr: O impossível é questão de opinião...e disso os loucos

sabem...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quer que eu desenhe uma árvore?

Eu estava escrevendo algo bem pessoal, de repente me perguntaram se queria que desenhassem uma árvore. Falei, não! Um guarda chuva!!
Nós somos como frutas, meu amor.
Não é o objetivo da árvore. Exemplo: Uma laranjeiras não é uma árvore que dá laranjas.Uma laranjeira é uma árvore que existe pra produzir outras árvores iguais a ela. Ela é apenas um veiculo da sua própria semente,como nós somos a embalagem da vida. Entende? A fruta é uma estratagema da árvore para proteger a semente. A fruta é uma etapa, não é o fim. A própria fruta se soubesse a importância que nós lhe damos, enrubesceria como uma maça na sua modéstia. Deixa eu só desengatar meu sutiem...aiie...pronto!! A fruta não é nada. O importante é a semente. É a ânsia, é o acido, é o que nos traz de pé neste sofá, digo, nesta vida. A própria planta é um artificio da semente para se recriar. A própria semente é apenas a representação externa daquilo que me trouxe à tona! Estou falando da minha gestação, da minha semente que já nasceu. Pense em mim como uma laranja. Eu só existo para cumprir o destino da semente da semente da minha semente. Eu estou apenas cumprindo ordens.
Um dia estaremos velhos. Sexo, só na cabeça. As abelhas andariam a pé, nada se recriaria, as frutas secariam. Eu afundaria na memoria, de volta às origens do mundo (O Mar tem um deserto no fundo). Uma casca morta de semente, por nada, por nada.
Quantas duvidas e quantas certezas acordam juntas quando uma mulher acorda...