Conheci cada letra do seu alfabeto, conheci o vento rumorejar em cada escrito com avido e brilhante um coração ansioso. E toda força do que sentia me fazia planejar uma nova aventura que nunca aconteceu.
O verdadeiro amor é suicida. E para atingir a ignição máxima, deve ser condenado: a consciência da precaridade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vive-la enquanto morre e morre-la enquanto vive, sendimentando o espírito. Esperar que a montanha russa se acabe no ultimo girar dos corpos.
E é necessário que acabe como começou, de golpe cortando rente a carne, entre soluços e agonia, querendo e não querendo que acabe, pois o espirito humano não suporta tanta realidade, como falou um poeta maior sem que eu reconheça seu nome.
Quem conheceu o delírio dificilmente se acostuma com a antiga banalidade.
Não era verdade o sonho?
E assim é: a mais delirante paixão, como se a felicidade não pudesse ser verdade.
Mas então esta tudo acabado? Tudo impregnado na ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada roupa e te fere, inesperadamente, quando abre a gaveta. A Náusea. O livro de Sartre. E te fere não que ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque não está: esteve.
É preciso esquecer, tolerar a rotina do dia a dia, tolerar o passar das horas inercia, a conversa burra, o cafezinho, as noticias do noticiário local...e o mundo é incomensuravel de inutilidades.
O amor é uma doença como outra qualquer, que se ama ate o que não se conhece.
Continuo a dizer: mente confusa, existência confusa, textos confuso. Há porem, exceçoes - e dessas exceçoes vive a irrenunciavel esperança de viver o sonho. Cada qual tem seu gosto, sua cólera seu roteiro de prazer e dor.